Em 2021, o sobrevoo de um drone no Manaslu apontou o que poucos desconfiavam e ninguém ousava dizer. O local que foi convencionado como cume nessa montanha não era o ponto mais alto dela. Assim iniciou-se, na época, o questionamento de quantas pessoas realmente haviam escalado até o cume dessa montanha e consequentemente quantos deles haviam concluído o projeto 14×8000 da qual ela faz parte. Agora, uma investigação do 8000ers.com e do Guinness Book questiona outras escaladas dentro da lista dos 14×8000, principalmente do Manaslu, Annapurna e Dhaulagiri.
O projeto 14×8000 consiste em escalar as 14 montanhas com mais de oito mil metros do mundo e foi idealizado por Reinhold Messner. Ele também foi a primeira pessoa a concluir esse projeto em 1986. No entanto, o Manaslu, Annapurna e o Dhaulagiri possuem cristas longas e dependendo da visibilidade e da quantidade de neve, é difícil perceber qual é o real cume a “olho nu”.
A perda do recorde
Assim, de acordo com as investigações, Messner e seu companheiro Hans Kammerlander não chegaram ao cume do Annapurna em 1965. Eles teriam ficado cerca de 65 metros abaixo. Na nova lista do Guinness Book apenas Ed Viesturs e Veikka Gustafsson realizaram a escalada de todos os 14×8000 sem oxigênio suplementar.
Além do renomado montanhista italiano Reinhold Messner, também saíram da lista Jerzy Kukuczka, Erhard Loretan, Krzysztof Wielicki, Juanito Oiarzabal, Carlos Carsolio, Edurne Pasaban e Gerlinde Kaltenbrunner, entre muitos outros por diversas inconsistência durante as escaladas. Denis Urubko foi o unico que questionou a investigação e permaneceu entre os que completaram os 14×8000. A maioria dos demais montanhistas ignoraram a decisão de serem retirados do livro dos recordes.
Messner fez uma publicação em suas redes sociais falando do assunto “O objetivo não é o topo, mas o caminho. Meu montanhismo não conhece recordes!”, escreveu. Já no Instragram ele disse: “Última declaração sobre recordes de montanhismo! Não há nenhum! Nunca haverá nenhum no montanhismo tradicional! Agradeço todos os montanhistas, todos que realizaram as suas experiências nas grandes muralhas deste mundo ”.
Enquanto isso, Viesturs o principal beneficiado por essa mudança, diz que considera Messner como o primeiro a concluir o projeto. “Acredito verdadeiramente que Reinhold Messner foi a primeira pessoa a escalar o 14×8000 e que deve continuar a ser reconhecido por fazê-lo. Ele liderou o caminho, não apenas em estilo, mas também física e psicologicamente, escalando sem oxigênio suplementar. Outros escaladores, como eu, conseguiram seguir seus passos graças à sua inspiração”, escreveu.
Os 14×8000:
Monte Everest (8.848 metros),
K2 (8.611 metros),
Kangchenjunga (8.586 metros),
Lhotse (8.516 metros),
Makalu (8.485 metros),
Cho Oyu (8.188 metros),
Dhaulagiri (8.167 metros),
Manaslu (8.163 metros),
Nanga Parbat (8.126 metros),
Annapurna (8.091 metros),
Gasherbrum I (também conhecido como Hidden Peak, 8.080 metros),
Broad Peak (8.051 metros),
Gasherbrum II (8.034 metros) ,
Shishapangma (8.027 metros).
3 Comentários
Bobagem isso e injusto ! O Messner esteve lá, algumas montanhas tem cumes mutantes em função de gelo e neve. Esse preciosismo nada acrescenta ao montanhismo. Você está mo cume quando não tem mais para onde subir. Agora, qual a pedrinha por ali é a mais alta, nem sempre se pode saber. O Guiness deveria respeitar a tradição do montanhismo e as ascensões habitualmente aceitas.
Concordo com o comentário do colega. Além do mais, o brilhantismo de Messner é irrefutável.
É o fim dos tempos não é mesmo!
Um drone desacreditar uma realização Humana!
Salve os Montanhistas de carne e osso, “suor” e lágrimas!
Montanha!
Para Frente e Para o Alto!