O Lazareto: Nem tudo é espetacular na Ilha Grande, a ocupação humana lá deixou alguns testemunhos infelizes. Nos fins do século XIX, foi construído na Praia do Abraão um centro de quarentena para os imigrantes europeus enfermos. Foi nele que Dom Pedro II passou sua última noite no Brasil, na sua viagem à Europa. O Lazareto foi uma obra magnífica, mais tarde abandonada e transformada em prisão. Demolido por ordem do Governador Lacerda, dele restam apenas sinistras ruínas, junto com as do aqueduto que o abastecia.
O Coqueiro do Aventureiro: Numa ocasião de forte tempestade, desabou da encosta um coqueiro, que veio parar nas pedras da costa. Apesar de caído, lá ele conseguiu criar raízes e evitar o mar. Com o tempo, voltou a crescer e envergou para cima o tronco, num impossível ângulo reto com o restante de seu corpo. Pode ser visto no canto direito da Praia do Aventureiro, local de camping no lado oceânico.
Carnaval em Parnaióca: A Praia de Parnaióca, tão isolada e deserta, tinha até meio século atrás uma situação bem diferente. Lá existiam fazendas de café, armazéns, escolas e muitas casas. Havia desfile de carnaval e campeonato de futebol. A produção era levada nas canoas de voga, impulsionadas por fortes remadores, que levavam todo o dia para vencer o mar até Angra. A decadência da pesca e a proximidade do presídio em Dois Rios foram afastando os moradores, até restarem apenas três casais idosos, que hoje oferecem hospedagem. Nem os mortos podem mais ser enterrados lá.
O Pirata Jorge Grego: Uma das mais belas formações da região é a Ilha Jorge Grego, com seu contorno escarpado à frente da Praia de Dois Rios, já no mar aberto. Lá naufragou o pirata que lhe deu o nome, com suas duas filhas e um ajudante. Um dia, percebeu o romance de uma das filhas com o rapaz, que veio a matar. Jorge Grego foi castigado com uma tempestade, que destruiu suas propriedades e afogou suas filhas. Sozinho e isolado, ele enlouqueceu até sua morte solitária.