Homem de 52 anos morre ao cair mais de 700 metros no Tre Cime di Lavaredo

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Um escalador italiano de 52 anos morreu após cair do cume oeste no Tre Cime di Lavaredo, na região das Dolomitas, na Itália. De acordo com informações, ele chegou ao cume acompanhado de outros três escaladores e se soltou da corda em que estava preso para descansar.

A vítima estava no primeiro pico da esquerda para a direita. Foto: Daniele Bonaldo

O brasileiro Rafael Lima e sua esposa, Patrícia, estavam realizando uma trilha na região durante a viagem de lua de mel quando presenciaram o acidente. Os dois estavam a cerca de 500 metros em linha reta da montanha. Lima contou que ouviram um barulho muito alto e viram algo caindo da montanha, mas imaginaram que eram pedras soltas. Somente quando o resgate chegou, perceberam que havia algo errado.

“O estrondo na hora foi assustador, mas não dava pra entender que era alguém caindo. Achamos que era uma pedra que se soltou e que tinha atingido alguém. Por isso o resgate. Chegando à van, que vimos as notícias”, relatou.

Um helicóptero da equipe de Serviço de Emergência e Urgência Médica da cidade de Pieve di Cadore acessou o local e resgatou o corpo já sem vida. Os companheiros que estavam com o homem no cume também foram removidos da montanha com o auxílio da aeronave.

O helicoptero auxiliou no resgate da vitíma e de seus companheiros. Foto: Rafael Lima

O cume Oeste

Os Tre Cime di Lavaredo são uma formação rochosa única, composta por três picos separados. Todavia, para acessar os cumes dessas montanhas, é preciso escalar. O cume oeste, onde aconteceu o acidente, é o menos frequentado. Para chegar ao cume da maneira mais fácil, é necessário escalar a Rota Normal, que tem 400 metros de altura e é graduada em 3º grau.

Companheiros da vítima ainda no cume da montanha durante o resgate. Foto: Rafael Lima.

A subida é feita por trechos de escalaminhada em canaletas cheias de cascalho e alguns trechos de parede. Dependendo dá época pode haver neve e gelo que torna a escalada mais delicada. Apesar de ser considerada fácil, trata-se de uma ascensão extremamente exposta, e por isso é necessário escalar encordado e com equipamentos de segurança.

No topo, há uma espécie de platô reto com uma cruz, onde é guardado o livro de cume. É nesse local que os escaladores costumam descansar antes de iniciar o rapel. O platô oferece uma falsa sensação de segurança, assim é comum que até mesmo escaladores experientes retirem seus equipamentos de proteção. A vítima que sofreu a queda estava solta da corda  quando escorregou possivelmente em pedras soltas ou mesmo no gelo.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

1 comentário

  1. Daniel Iozzi Sperandelli em

    Uma pena este acidente, meus pensamentos com a família do montanhista. Fiquei sabendo da existência desta montanha há poucos dias no livro QUANDO IL RICHIO È VITA de Carlo Mauri.

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