Homem é salvo após 7 dias dormindo no cume do Anhangava

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Um homem com mais de 40 anos aparentemente,  foi encontrado no cume do Anhangava na tarde de ontem, 03/11. Ele estava deitado na mata, descalço e com as roupas molhadas quando pediu socorro ao guia de montanha da Brasil Montanhismo, Alan Jacob, que fazia uma caminhada no local.

O homem aparentava estar desidratado, com hipoglicemia e sintomas moderados de hipotermia. Segundo Jacob, devido ao estado de desorientação o homem não aceitava que ninguém chegasse perto. Depois de muita insistência, ele que também é enfermeiro e resgatista de montanha do Grupo de Resgate em Montanha (GRM), começou os primeiros atendimentos com a ajuda do também montanhista e guia Júlio Nogueira que passava pelo local.

Após o primeiro atendimento os montanhistas acomodaram o homem até a chegada de resgate.

“Após alimenta-lo e hidratá-lo vimos que apesar dos pés muito machucados e da falta de orientação, ele estava bem. Ele conversava com a gente, apesar de não saber nos responder a maioria das perguntas”, comentou Jacob.

Os montanhistas também constataram que não havia possibilidade do homem descer o pico do Anhangava caminhando por conta de seus pés estarem inchados e com sinais de inflamação, além da desorientação. Assim eles acionaram o posto do Instituto Água e Terra (IAT) e as autoridades responsáveis para ajudar no resgate.

Os pés dele estavam inchados e ele reclamou de muita dor, mas não soube dizer como ficou assim.

De acordo com registros do IAT o homem entrou na montanha no dia 27/10. No momento em que foi encontrado, ele estava sem comida e sem água. Mas havia relatos de algumas pessoas que o avistaram na região do cume e deram alimentos e água para ele, porém ele se negou a descer da montanha.

O resgate

O Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do Corpo de Bombeiros do Paraná foi até o local e iniciou a manobra de resgate por terra com o auxilio de uma maca. A remoção foi iniciada por volta das 19h30 e durou mais de sete horas. O homem foi encaminhado para atendimento hospitalar.

Jacob lembra que não é normal uma pessoa dormir no cume de uma montanha por tantos dias sem equipamentos ou roupas adequadas. “As pessoas que fazem montanhismo, precisam prestar mais atenção ao encontrar pessoas nessa situação. Aparentemente pode parecer algo simples, mas também pode ser um problema grave. Muitas pessoas que viram esse senhor devem ter achado que ele era um dependente químico ou um bêbado, quando na verdade ele era uma pessoa que estava com problemas”, comentou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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