Itatiaia: Presença de caçadores e ineficácia das proibições

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O Altamontanha.com recebeu a denúncia da presença constante de caçadores nos arredores do Parque Nacional de Itatiaia. (Ex.) Meca do montanhismo nacional, este parque é (infelizmente) conhecido pela política de restrição à trilhas, acampamentos e travessias que praticamente proíbem o montanhismo em seu interior em razão à uma visão conservacionista da natureza. Será que a administração do PNI tem razão? Vamos ver os resultados de tais políticas:

Por Pedro Hauck
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Barracas de lona precária, muito lixo, principalmente de sacolas de ração de cachorro, “Jirau de tocaia” e armadilhas para aprisionar animais silvestres. Foi isto o que um grupo de montanhistas encontrou numa área de proteção nas adjacências do Parque Nacional de Itatiaia exatamente em meio à uma trilha que o IBAMA proíbe seu acesso à montanhistas.

A mesma trilha, anos atrás, gerou polêmica por ter sido divulgada em uma revista especializada em Trekking e travessias. O autor do artigo e responsável por tal revista, o montanhista paulista Sérgio Beck, chegou a ser processado pela administração do PNI por ter divulgado e incentivado que outras pessoas conhecessem e freqüentassem tal lugar.

Obviamente o processo contra Sérgio Beck foi arquivado, pois legalmente a função de um Parque Nacional é incentivar atividades ao livre, como passeios, caminhadas, escaladas, contemplação, filmagens, fotografias, pinturas, piqueniques, acampamentos e similares. Essas são as palavras do artigo 34 do decreto no 84.017, de 21 de Setembro de 1979 que aprova o regulamento dos Parques Nacionais brasileiros.

As restrições e proibições no Parque Nacional de Itatiaia se agravaram depois da grande queimada que ocorreu no Planalto no ano de 2002, em que a visitação ficou fechada durante meses até que a vegetação se recuperasse. Depois deste incidente, vários locais de camping, mesmo fora do Parque, como o Brejo da Lapa, foram proibidos, obrigando todos os montanhistas a ficar no camping do Hotel Alsene que é caro e precário.

Obviamente que as regras mais rígidas irritaram os freqüentadores do PNI, já que o montanhismo é praticando na região desde o século XVIII. Clubes e Federações do Rio, São Paulo e Minas se uniram para tentar um diálogo e barrar as regras absurdas. Conseguiram a não obrigatoriedade da contratação de guias, assim como também a liberação de algumas travessias sem pernoite. Entretanto, não&nbsp,conseguiram a ampliação do horário de funcionamento do Parque, que obriga os escaladores a se exporem no horário de sol mais forte do dia, assim como não conseguiram a liberação de uma área de camping dentro do PNI.

Todos sabem que os Parques sofrem com a ação de visitantes mal educados. Realizar educação ambiental não é algo simples e nem rápido, não se faz com a distribuição de folhetos, nem com uma simples palestra, também não se faz com proibições. É uma premissa simples que inicia o texto polêmico de Sergio Beck em 2002: Como se vai preservar algo que você não conhece?

O caso é muito simples e o IBAMA não quer reconhecer: É melhor ter grupos de excursionistas e montanhistas aventureiros andando e apreciando&nbsp,a paisagem&nbsp,do que caçadores, palmiteiros e outros extrativistas, ainda porque os parques foram criados para que os primeiros pudessem estar&nbsp,ali realizando&nbsp,suas atividades&nbsp,e os&nbsp,outros não!

Entretanto o esvaziamento dos parques por seus freqüentadores propiciam que os verdadeiros foras da lei pudessem transitar livremente e inclusive montar um acampamento exatamente no meio da trilha que o IBAMA proíbe, sem nenhuma preocupação de serem flagrados, já que ninguém mais transita por ali…

A proibição e a falta de fiscalização apenas facilitou a vida dos caçadores, palmiteiros e outros verdadeiros vilões da natureza. Pior do que isso, resultou apenas em proibir o montanhismo, sem que isso pudesse promover a preservação da natureza, pelo contrário, afastou quem pudesse contribuir com ela resultando em mais uma contradição da diretoria do PNI. Triste para o montanhismo, triste para a natureza.

Veja mais:

Relato da caminhada pela Trilha do Pinhal, onde foram encontrados os acampamentos de caçadores.

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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