A mesma trilha, anos atrás, gerou polêmica por ter sido divulgada em uma revista especializada em Trekking e travessias. O autor do artigo e responsável por tal revista, o montanhista paulista Sérgio Beck, chegou a ser processado pela administração do PNI por ter divulgado e incentivado que outras pessoas conhecessem e freqüentassem tal lugar.
Obviamente o processo contra Sérgio Beck foi arquivado, pois legalmente a função de um Parque Nacional é incentivar atividades ao livre, como passeios, caminhadas, escaladas, contemplação, filmagens, fotografias, pinturas, piqueniques, acampamentos e similares. Essas são as palavras do artigo 34 do decreto no 84.017, de 21 de Setembro de 1979 que aprova o regulamento dos Parques Nacionais brasileiros.
As restrições e proibições no Parque Nacional de Itatiaia se agravaram depois da grande queimada que ocorreu no Planalto no ano de 2002, em que a visitação ficou fechada durante meses até que a vegetação se recuperasse. Depois deste incidente, vários locais de camping, mesmo fora do Parque, como o Brejo da Lapa, foram proibidos, obrigando todos os montanhistas a ficar no camping do Hotel Alsene que é caro e precário.
Obviamente que as regras mais rígidas irritaram os freqüentadores do PNI, já que o montanhismo é praticando na região desde o século XVIII. Clubes e Federações do Rio, São Paulo e Minas se uniram para tentar um diálogo e barrar as regras absurdas. Conseguiram a não obrigatoriedade da contratação de guias, assim como também a liberação de algumas travessias sem pernoite. Entretanto, não ,conseguiram a ampliação do horário de funcionamento do Parque, que obriga os escaladores a se exporem no horário de sol mais forte do dia, assim como não conseguiram a liberação de uma área de camping dentro do PNI.
Todos sabem que os Parques sofrem com a ação de visitantes mal educados. Realizar educação ambiental não é algo simples e nem rápido, não se faz com a distribuição de folhetos, nem com uma simples palestra, também não se faz com proibições. É uma premissa simples que inicia o texto polêmico de Sergio Beck em 2002: Como se vai preservar algo que você não conhece?
O caso é muito simples e o IBAMA não quer reconhecer: É melhor ter grupos de excursionistas e montanhistas aventureiros andando e apreciando ,a paisagem ,do que caçadores, palmiteiros e outros extrativistas, ainda porque os parques foram criados para que os primeiros pudessem estar ,ali realizando ,suas atividades ,e os ,outros não!
A proibição e a falta de fiscalização apenas facilitou a vida dos caçadores, palmiteiros e outros verdadeiros vilões da natureza. Pior do que isso, resultou apenas em proibir o montanhismo, sem que isso pudesse promover a preservação da natureza, pelo contrário, afastou quem pudesse contribuir com ela resultando em mais uma contradição da diretoria do PNI. Triste para o montanhismo, triste para a natureza.
Veja mais:
Relato da caminhada pela Trilha do Pinhal, onde foram encontrados os acampamentos de caçadores.