Dodo Kopold é um alpinista que sempre é referido com grandes feitos, seja na Europa, como no Himalaia (abertura da vertente Sul do Annapurna) ou no Karakorum (principalmente na Trango Tower, onde abriu diversas vias). Desta vez ele regressou ao Montes Tatras, na divisa entre Eslováquia e Polônia, para realizar uma travessia que poucos poderiam encarar e menos ainda finalizar com a velocidade e eficiência que ele finalizou.
Esta travessia, idealizado pelo eslovaco Pavol Barabás, une os Tatras Ocidentais, Alto Tatras e Tatras Belianske, sendo conectados por uma aresta de 72 km de comprimento, 134 picos e agulhas que criam uma linha lógica, mas muito difícil. Realizar esta travessia significa não ter acesso aos vales e obrigam o montanhista a carregar todas as provisões contigo, além de equipamentos técnicos, que ficam ainda mais volumosos e pesados no invernos, nas condições que Dodo enfrentou.
A primeira parte, composta pelos Tatras Ocidentais, é uma aresta nevada de 42 km. Depois, o Alto Tatras, com 26 km, é uma aresta técnica de rocha com graduação que chega ao quinto grau. O último trecho, o Tatra Belianske, é o mais fácil de caminhar.
Dodo conta que levou apenas uma mochila de 30 litros. Nela ele carregou duas cordas de 5mm de 30 e de 60 metros, dois mosquetões HMS, 2 piolets, crampons, 2 lanternas, um par de meias, luvas, uma primeira pele, um anorak leve e calças, além de sapatilhas, celular, um saco de bivaque. De comida ele levou barrinhas energéticas, Gel carboidrato, bebidas hidratantes, pão com presunto e carne seca. No total, menos de 10 kg!
O alpinista afirmou que foi seduzido várias vezes durante a travessia a descer e descansar em refúgios e chalés localizados na base das montanhas, mas ele resistiu à tentação e manteve o projeto original, realizando o percurso total em 72 horas sem parar para dormir.
Dodo conta que ficou tão cansado que durante dias sentiu seu corpo ardendo, tendo dificuldade até para dormir. Ele afirma que foi a atividade física mais extrema que realizou em toda sua vida e que somente depois de 7 dias ele voltou a se sentir normal de novo.
Antes de Kopold, esta travessia somente havia sido realizada uma vez nestas condições, o autor da façanha, Pavol Pochyly, precisou de 14 dias para tanto.