O alpinista João Garcia regressou ontem a Lisboa com a missão cumprida. Apesar do cansaço, depois de longo voo entre Islamabad e Londres, alpinista lusitano foi recebido, na Portela, pelos pais e amigos, que fizeram questão de o felicitar após a conquista do Broad Peak (8.047 m), o 11.º cume vencido acima dos 8.000, faltando três montanhas para concluir o ambicioso projeto. Foi mais rápido do que esperava. Como em tudo na vida, temos de aproveitar as oportunidades. Acabou por ser uma expedição relâmpago, pois entre o campo-base e o cume só gastei 12 dias, explicou João Garcia, encantado com a estratégia, apesar das dificuldades.
Tive de estar muitas horas cima dos 8.000 metros. Quanto mais alto estamos, mais técnica se torna a subida. Mas beneficiei do que restava da habituação que fiz aquando da subida ao Makalu (8.463 m) na Primavera. A ciência afirma que perdi todos os glóbulos vermelhos, mas valeu a pena pelo bom tempo que fez naquele dia 17 de Julho, recordou Garcia, que vai descansar antes de rumar aos Alpes.
Pese a existência de alguma tensão nas fronteiras entre Paquistão, Afeganistão e Índia, João Garcia diz que não encontrou instabilidade fora do comum. Lamentou o choque térmico a que foi sujeito e alguma fome:Desde que os alpinistas tenham licenças, não há problema em andar naquelas paragens. Custou-me foi a diferença de temperatura entre os 10 negativos no cume da montanha e os 40 positivos que se faziam sentir ao nível do mar. A agência que organizou o campo-base também falhou. Não havia carne e não sou vegetariano. Acabei por perder algum peso.
Fonte: Jornal Record