Os atletas que participaram da Seleção Brasileira Juvenil, que competiram em Valence na França, representando o Brasil no mundial em Agosto, foram os verdadeiros destaques deste brasileirão de escalada.
Passados tão somente nove meses da realização do campeonato que selecionou os atletas para participarem do mundial juvenil, o cenário da escalada esportiva de competição já é outro. Na última etapa do brasileiro de escalada em dezembro de 2008 tinham 13 atletas. Agora em novembro de 2009 houve nada mais nada menos que 60 atletas competindo!
Por trás deste número impressionante existe a ação do projeto Pró Escalar da Associação de Escalada Esportiva do Paraná (AEEP). Este projeto foi idealizado pelo escalador Anderson Gouveia, a partir da experiência que ele teve durante o mundial Juvenil da Austrália em 2008, quando ele incentivou a ida do jovem destaque da escalada paranaense Caio Lopes e não conseguiu dar a toda atenção possível ao atleta, por não existir na época uma seleção nacional.
De volta ao Brasil, Anderson mobilizou a AEEP e pôs em prática o projeto. Foram selecionados 14 atletas que receberam apoio com treinamento e acompanhamos médico e nutricional, além de equipamentos e a viagem para o mundial. Claro que, no meio de todas estas proezas, houveram contratempos, pois não é fácil viabilizar por igual os benefícios do projeto para atletas de regiões tão distantes do Brasil, assim, diversas pessoas contribuíram voluntariamente para o projeto.
Outra dificuldade foram as verbas para a realização da Seleção. Felizmente vários empresários apoiaram e foi possível, com muito esforço e aperto, que estes 14 atletas pudessem ir ao mundial. , Na França, a seleção não teve uma atuação brilhante, certamente porque foi a primeira experiência, contudo, o resultado maior não foi colhido no mundial: Está sendo agora neste brasileiro.
Os atletas juvenis tiveram uma evolução tão grande neste curto período de tempo, que não quiseram participar das categorias de base e pularam todos para máster, promovendo uma disputa acirradíssima na categoria, que fez voltar, após algum tempo no ostracismo, um corpo de atletas grande e com o mesmo nível, promovendo uma grande emoção para quem assistiu a competição.
Outro fator positivo foi que a seleção criou uma união entre os atletas e um apoio mútuo. Foi o que aconteceu com Jenifer Gabell, atleta que participou do mundial e esteve fora do brasileiro por conta de uma lesão no joelho. , Ela fez questão de ir ao ginásio, assistir e apoiar os colegas.
A empolgação de ter participado do mundial e ser destaque do Brasil também foi motivação para competir, mesmo que isso significasse superar distâncias, como foi para Ana Shaw de São Paulo, Luana Riscado de Niterói e Maria Meneses de Belo Horizonte, que voltaram nove meses depois para Curitiba trazendo amigos.
Além de dar treinamento e promover uma evolução dos atletas, o fato de existir a seleção é motivação para outros escaladores que almejam chegar lá, muitos deles já tentaram, mas, apesar de não conseguirem se classificar no começo do ano, estiveram competindo no brasileiro, como André Braga, Luan Wagner, Guilherme “Manga” de Curitiba e Rodrigo Hennings de Campo Alegre -SC.
Por fim, pode-se concluir que a Seleção Juvenil já deu uma renovada na escalada e proporcionou uma grande primeira etapa do brasileiro de escalada. No ano que vem haverá uma nova seletiva e uma nova Seleção. A AEEP já contará com essa primeira experiência e promete que irá se aprimorar para montar um time ainda melhor e, com certeza, possibilitar muitas conquistas no futuro.
A escalada brasileira agradece!
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