Manoel Morgado se torna o primeiro brasileiro a completar a Great Himalaia Trail

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O montanhista brasileiro Manoel Morgado completou em 30/07 a Grande Travessia do Himalaia (Great Himalaian Trail), uma travessia centenária que cruza o Nepal passando por inúmeras paisagens e pelas montanhas mais famosas do mundo. Com isso, Morgado se tornou a 28ª pessoas e o primeiro brasileiro, bem como o primeiro sulamericano a realizar esse feito.

Manoel Morgado no Great Himalaian Trail

Ele levou 125 dias para percorrer 1425 quilômetros de trilhas que vão desde a região do Kanchenjunga a oeste do país até o extremo leste do Nepal, na fronteira com o Tibete. Morgado, que é médico de formação, pratica o montanhismo há mais de 40 anos e é guia de expedições desde 1992 na Morgado Expedições. Ele já esteve inúmeras vezes no Nepal a passeio, escalando ou guiando outros brasileiros. Todavia, contou a nossa equipe que sempre teve vontade de conhecer esse país de forma mais íntima.

Assim, o objetivo dessa travessia era “conhecer em mais profundidade esta região de grande diversidade étnica e de ecossistemas e as paisagens deste fascinante país que por décadas tem sido sua morada temporária”.

Criança nepalesa curiosa com o montanhista.

Em entrevista ele contou que a região do Manaslu sempre lhe chamou atenção desde os tempos em que escalou o Everest e outras montanhas de altitude. Durante o Great Himalaian Trail foi nessa região que ele encontrou um dos maiores desafios e precisou atravessar um passo montanhoso com neve até a cintura que lhe gerou uma atraso e o forçou a acampar a 6100 metros de altitude. Mas também foi essa região que ele mais gostou de percorrer e conhecer. Ele fechou a travessia com 82.800 metros de altimetria accumulada e 77.600 metros de descida.

Pico Janu na região do Kanchenjunga

Um dos passos montanhosos que Morgado precisou cruzar.

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A esposa de Manoel, Vanessa o acompanhou durante parte do caminho. Ambos realizaram os primeiros 40 dias de caminhada juntos. No entanto, ela precisou voltar e ele continuou em solitário. Segundo ele, estar sozinho na montanha por mais 55 dias também foi um grande desafio, uma vez que não gosta de caminhar sozinho. No entanto, também foram dias que lhe renderam aprendizados e reflexões.

Morgado e sua parceira de vida e aventuras

Para viabilizar o projeto, Morgado arrecadou dinheiro entre amigos e parceiros e em retribuição reverteu 20% do valor para um projeto social no Nepal. Ele também escreveu cada detalhe da viagem em um diário durantes os quatro meses de travessia, e agora pretende lançar um livro com seus relatos.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

1 comentário

  1. Alberto Ortenblad em

    Que bacana o feito do Manoel Morgado, já não é um jovem e as altitudes do Nepal não são fáceis. Enfrentar a solidão por dois meses certamente foi um enorme desafio. Há pessoas como ele que estão sempre se renovando. Parabéns!

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