Um pouco mais baixo que o Kilimanjaro e maior que 3 das 7 montanhas que fazem parte do projeto 7 cumes. Esta é apenas uma comparação que mostra as dimensões do que era a montanha virgem mais alta dos Andes que de tão isolada, nem nome tinha, mas que agora já tem.
Confirmado através de montanhistas argentinos o ineditismo da ascensão, o trio decidiu homenagear Paulo Roberto Felipe Schmidt, o “Parofes“, ex parceiro de montanhas da equipe que faleceu de leucemia em 2014.
Apesar de ser pouco técnica, o Vulcão Parofes foi muito exigente. Localizada no interior da Província de La Rioja na Argentina, em plena “Puna do Atacama“, uma das regiões mais secas e altas dos Andes onde o clima e o terreno são extremos. _ Neste ano pegamos condições muito ruins, com muito vento e frio o que fez que a neve do inverno não derretesse. Por conta disso era difícil até chegar perto das montanhas imagine escalá-las. Disse Pedro Hauck sobre as dificuldades.
Eles tiveram que abrir caminho na neve em um jipe 4×4 para chegar até o acampamento base do Pissis, que serviu de base também para o Parofes. Lá eles encontraram duas caminhonetes abandonadas há 7 meses. Os donos foram surpreendidos pela tormenta de 25 de março tendo que retornar à civilização à pé por 90 quilômetros.
Ali o grupo sofreu com a segunda dificuldade da conquista. À noite o jipe do Jovani congelou e eles tiveram que retirar o aditivo do sistema para que o mesmo não rachasse o bloco e nem o mangueiras se congelassem novamente.
No segundo dia eles realizaram uma aproximação à pé até um acampamento mais próximo da montanha, enfrentando muito vento, neve e frio. À noite, o vento branco levou muita neve para dentro da barraca do Pedro e ele teve que se espremer em outra. Fez -31 graus de madrugada.
O ataque foi longo e demorado. Com mais de 10 km de distância e 22 ida e volta, eles levaram 16 horas para fazer o itinerário e ainda se perderam no final e sofreram com mais vento branco e frio.
O quarto dia foi dedicado a retornar à civilização. Como eles conseguiram romper o bloqueio do gelo, encontraram com os donos dos carros na volta e ainda ajudaram a fazer os mesmo funcionar depois de tanto tempo parado no meio da Puna. Para isso serviu a experiência de Jovani, que é dono de uma mecânica de veículos no Rio Grande do Sul e nesta expedição adquiriu muita experiência arrumando os problemas que se formam com o frio extremo e altitude.
O Vulcão Parofes foi a última montanha de uma expedição financiada pelo “Mountain Everest Foundation“, instituição inglesa que patrocina expedições de cunho exploratório e científico. Eles escalaram 12 montanhas no total e cumpriram com o objetivo. Veja abaixo a relação de todas as montanhas que eles fizeram:
12 Cumes conquistados durante expedição nos Andes
12/09/2015 – Nevado Famatina – Argentina, La Rioja 6097m
28/09/2015 – Cerro La Brea (era virgem) – Argentina, San Juan 5250m
02/10/2015 – Cerro Lagunas Bravas – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5304m
03/10/2015 – Montanha sem nome – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5020m
03/10/2015 – Lomas Coloradas (era virgem) – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5268m
04/10/2015 – Cerro Morado (era virgem e nem incas escalaram!) – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5250m
13/10/2015 – Sierra de Aliste (era virgem) – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5167m
23/10/2015 – Nevado Copiapo – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 6052m
26/10/2015 – Nevado Patos – Chile/Argentina, Região de Copiapó/Atacama/Catamarca, 6288m
27/10/2015 – Sierra Nevada (a segunda ascensão na história e nova rota) – Chile/Argentina, Região de Copiapó/Atacama/Catamarca, 6137m
27/10/2015 – Cerro Paso Cerrado (não temos certeza se era virgem, mas demos um nome novo) – Chile, Região de Copiapó/Atacama, 5079m
04/11/2015 – Monte Parofes – Argentina. Montanha virgem mais alta dos Andes, 5845 m
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