Considero montanhismo como cultura tradicional, estilo de vida, modo de pensar e interagir nos ambientes naturais. Na montanha (entenda nos ambientes naturais) não existe distinção de sexo, cor (raça é uma besteira), classe social, nível de escolaridade ou espécie. Seres humanos, animais e vegetais são tratados com igual respeito e solidariedade. Viver na natureza, horas ou dias, tem seus riscos e os que se consideram montanhistas os assumem conscientemente em nome da liberdade de ação e pensamento. Os acidentes, as doenças e a morte estão mais próximas daqueles que se aventuram por este caminho. Mesmo em grupo, cada um é responsável por si próprio e o auxílio externo depende muito das circunstâncias, não é obrigatório. Esta é a regra.
Nos ambientes urbanos, mesmo contra a vontade, temos que fazer algumas concessões para viver numa sociedade plural. Mas existe uma terceira categoria de ambiente, parte urbana e parte natural onde as coisas se embaralham. Nos parques do Marumbi, da Baitaca, da Torre da Prata, do Pico Paraná, nas trilhas do Itupava, Salto dos Macacos e afins estamos muito mais expostos aos perigos da “civilização” do que da natureza. Nestes lugares cruzamos com turistas, caminhantes em busca de selfies, montanhistas de trilhas marcadas/GPS e ambientalistas de todos os naipes. Estas tribos sempre superam em número os poucos montanhistas que por ali perambulam, assim como nas redes sociais. Alguém já me disse que o segundo maior prazer em escalar o Everest é espalhar aos quatro ventos que escalou o Everest, mas vejo um novo perigo nesta prática que quero compartilhar com vocês, montanhistas.
2020 foi um ano de absurdos em que a lógica e o bom senso foram esquecidos com a entrada do Covid. Em política não sou da esquerda nem da direita e muito menos do centro. Do governo só desejo que não atrapalhe, mas isto sempre foi pedir demais. Os governos, os políticos ditadores e seus asseclas subservientes nunca perdem uma oportunidade de crescer em cima da liberdade e nem estou falando das inúmeras teorias da conspiração em circulação.
No decorrer do ano passado ficamos atônitos com o terrorismo da imprensa e as medidas arbitrárias dos governos atabalhoados que nunca perdem uma chance de fazer besteira. As portarias 223/2020 e 269/2020 do IAT (Instituto Água e Terra que substitui o velho e desacreditado IAP) fecharam a visitação nos parques e trilhas com o argumento da fraudemia, depois fecharam até a Estrada da Graciosa pelo risco de tempestades e não tenham dúvida de que a moda do “tranca parque” veio para ficar. No próximo inverno vão falar em risco de incêndio e assim os argumentos capengas vão se sucedendo porque a oportunidade lhes deu poder e nós, usuários destes ambientes, obedecemos e ficamos “em casa” como ordenaram.
Agora, no início de 2021, o instituto publicou o informativo nº 001/2021-DIPAN e a Portaria nº 006/2021-IAT reabrindo os parques com condições praticamente impossíveis de cumprir até por falta de infraestrutura, e ameaças de multa ou prisão aos infratores destas regras. Proibições e mais proibições dos “caga regras”. Reabriram “pero no mucho” com a conotação de nos estarem fazendo favor ao nos proteger de nós mesmos dada nossa incapacidade intelectual para este fim. Em todo o Pico Paraná serão liberadas 100 pessoas ao dia, no Marumbi 50, no Itupava 314, no Anhanguava 166, e por aí vai, todo mundo marcado com fitinhas feito gado no pasto e sem direito a pernoite.
Todo mundo sob a ameaça do Decreto 6514/2008 caso escorregue alguns centímetros para além das regras. Mas de nada valem estas ordens se os órgãos de repressão (polícias) não entram no mato para flagrar os infratores. Então a solução será escalar um exército de “dedos duros” voluntários, aqueles asseclas subservientes que se entregam ao demônio em troca de um simples afago. As tratativas para recrutamento deste exército já estão bastante adiantadas.
A idéia brilhante é declarar utilidade pública para a Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM) e firmar algum convenio fake para excluir seus integrantes da lista acima. Desta forma no Pico Paraná além dos 100 visitantes cadastrados serão admitidos todos os membros de clubes filiados a FEPAM e as brigadas contra incêndios ao apresentarem suas carterinhas que serão confrontadas com as listas nos centros de visitantes. Mas para entrar no clube restrito há de se pagar uma taxa ao diabo e no canal de comunicação fechado, o IAT já está pedindo que as redes sociais; whatsaap, facebook, instagram, youtube, etc, também sejam vigiadas.
Não sou adepto das teorias da conspiração e muito menos terra-planista, mas devo admitir que estamos perto do “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, “1984” de Geoge Orwell ou do “Apocalipse” de João. Na verdade, estamos entrando num Estado totalitário, policialesco e nazista de fato, onde filho delata pai, marido delata esposa.
Conheço muitos montanhistas de verdade na FEPAM e nos clubes federados que jamais se deixariam usar para este tipo de trabalho sujo, mas são minoria. Escondidos por detrás das máscaras contra o covid muitos deixaram cair suas máscaras éticas.
Redobrem os cuidados com os falsos amigos e principalmente com o que postam nas redes sociais e grupos de whatsaap. Sou velho e nos bons tempos da ditadura militar aprendemos a usar de códigos e parábolas, de apelidos, apagar as datas e não deixar rastros.
Viveremos tempos sombrios em 2021, mas sempre resistimos.
10 Comentários
Julio falou tudo, como sempre.
Quem é montanhista de verdade não deixa de pelo menos por um momento, sentir profunda tristeza.
Que energias melhores se espalhem!
Parabéns! Excelente coluna! Expôs com exatidão o que está ocorrendo e não é de agora!
Estão querendo tirar nossas liberdades “comendo pelas beiradas”.
Os que acham que nós, montanhistas e aventureiros natos, não temos o direito de usufruir do nosso habitat natural, são os que mais querem usufruir desse direito sem querer dividir espaço conosco.
Querem tirar nosso direito de adentrar à mata e caminharmos no nosso próprio planeta.
Isso não irá acontecer!
Somos mais insistentes que formigas…
Como sempre, um super texto, que nos faz tefletir e a penar muito!
Parabéns!
Bom dia, Júlio Fiori. Acredito na sua boa intenção e autodeterminação. Apenas discordo da informação aqui posta. O governo do Paraná não precisa da FEPAM pra fazer m…. ele faz isso sozinho, e em muitos segmentos. Acredito que sua acusação de que seria uma federação de dedo duros, está correta e equivocada. Você acerta em dizer que a federação esta se ocupando de dedurar as coisas erradas ao estado, sim, essa é a função dela e a função de todo o cidadão que deseja fazer o certo. E quando digo o certo, não falo em lei mas em moral. Entretanto vc erra em criar uma conspiração, isso mesmo consPIRAÇÃO. O Estado punitivo não é o único que existe. Além disso, você acaba se tornando antagônico no seu comentário, ora desmerecendo, ora resguardando os montanhistas de rede social, sendo que vc mesmo, no momento, esta sendo um. Acredito que tal artigo, sirva apenas pra criar intriga e não para mostrar o que ocorre de fato. De fato a FEPAM e os clubes trabalham a anos para manter o Montanhismo e as Montanhas saudáveis , resguardando inclusive a qualidade dos selfies dos montanhistas de rede social. Sem o trabalho da federação, não seriam possíveis nem os atuais pífios números de visitantes que cita. Fecho este desabafo como uma frase auto explicativa: ” Não gaste energia para combater o mal, mas sim para construir o bem”. Saudações
Prezado Julio Fiori, o Instituto Água e Terra reconhece a responsabilidade dos praticantes de montanhismo e garantimos que não é nossa intenção prejudicá-los, bani-los ou limitá-los dessa atividade, mas não devemos separar montanhistas de turistas. As montanhas que constituem o Parque Estadual Pico Paraná, Parque Estadual Roberto Ribas Lange, Parque Estadual da Graciosa, Parque Estadual da Serra da Baitaca e Parque Estadual Pico do Marumbi são Unidades de Conservação no sentido literal e que permitem o uso público e turismo em áreas previamente definidas e estabelecidas no seu Plano de Manejo com diretrizes e regras. Sendo assim, as medidas restritivas valem para todos, sem abrir exceção.
É importante ressaltar que a demanda para o fechamento das Unidades de Conservação não ocorrem só a partir do Instituto Água e Terra, ocorrem por solicitação das instituições organizadas da Sociedade Civil, dos municípios e da comunidade que se manifestou por meio de inúmeros canais para pressionar pelo fechamento, que a partir de então, foi determinado pelo Governo. Ressalta-se que a pandemia já levou a óbito mais de 200 mil pessoas no Brasil, inclusive por conta desta, fomos oficiados pelo COSMO que em face do risco da pandemia, estava suspendendo as ações de plantão de socorro na montanha.
A ideia do convênio “fake” é um Termo de Cooperação Técnica existente e já vigente com a FEPAM e com o COSMO para apoio no manejo e conservação das Unidades de Conservação, brigada de incêndio e socorro de montanha assinado em agosto de 2018 sob o número TCT 01/2018 com a FEPAM e em março de 2019 com o COSMO. Estes documentos não dão privilégios a ninguém, são instrumentos de gestão compartilhada formalmente constituídos e que permitiram aos voluntários filiados destas instituições estarem na montanha no período de fechamento das mesmas para que pudessem cumprir suas responsabilidades constantes nos termos assinados.
Lamentamos se as medidas estão causando desaprovação, mas nesse momento qualquer ação do Estado é visando conciliar a saúde, bem-estar, lazer e proteção ambiental. Não tem como liberar sem um controle, tendo em vista o aumento de casos. Infelizmente, existe muito descumprimento das normas, desta maneira não resta alternativa a não ser a aplicação de autos de infração.
Estamos à disposição.
Ao IAT, só comento para expor a minha opinião ao entender completamente equivocado o tratamento de não separar os Montanhistas dos turistas em geral. Os Montanhistas sempre buscaram, e em muitos casos até mesmo viabilizaram a criação das Unidades de Conservação em ambiente de montanha do Estado. Tratá-los como à massa, sem qualquer distinção apenas desmerece os serviços que prestaram e continuam prestando, até mesmo em flagrante substituição do papel Estatal em muitas situações.
Independentemente das acusações levianas de “dedodurismo” feitas no texto, o Montanhismo sempre ofereceu e continua a oferecer o que tem de melhor: seu suor, seus braços e o seu sangue pelas montanhas, lugar de sua felicidade e de seu prazer.
Fiori, sempre respeitei e respeito você e sua história como Montanhista e o seu estilo como escritor, mas este seu texto foi no mínimo infeliz. A princípio nem iria comentar, mas ainda acredito que todos devemos ter chance de refletir e ainda que não espere isso de você, pelo menos alguns leitores, se quiserem pensar, poderão fazer o contraponto do texto.
Você começa se contrariando, logo de saída, ao falar que na montanha “não existe distinção de sexo, cor (raça é uma besteira), classe social, nível de escolaridade ou espécie”. Afirma ainda que “seres humanos, animais e vegetais são tratados com igual respeito e solidariedade”. Todavia, logo em seguida você mesmo, contra a natureza que exaltou antes, diferencia, em tom de detratação: “turistas, caminhantes em busca de selfies, montanhistas de trilhas marcadas/GPS e ambientalistas de todos os naipes”.
Fez isso – talvez, para tentar exaltar ou distinguir as “virtudes” daqueles que você considera “poucos”: os [verdadeiros] “montanhistas” (sua ideia, implícita) e que você nem mesmo tentou conceituar, como se fosse algo unânime entre os tantos tons de cinza que usa nas metáforas e entrelinhas do texto.
Ao final, se contradiz novamente, pois adverte aos “montanhistas” (a quem o texto supostamente é dirigido) que cuidem com o que postam nas suas redes sociais, como se um Montanhista precisasse mesmo dessas discutíveis formas de auto exaltação pessoal, fato que você mesmo questiona ao se referir à dificuldade de subir o Everest sem espalhar a notícia.
Depois, para coroar, em seguida à essa confusa introdução e às suas ilações sobre “fraudemia”, incompetência do Estado e uma suposta política de tranca-parques, passa a apontar o dedo torto para a FEPAM – Federação Paranaense de Montanhismo, da qual até recentemente eu fui vice-presidente, sob o buslesco argumento de que estaria sendo orquestrada uma ação deliberada de “dedodurismo”, defenestrando geral a entidade que o seu novo Clube (CUME – Clube União Marumbinismo e Escalada, do qual você é “Diretor Histórico”) fez questão de requerer filiação no final do ano passado. Sinceramente, explique-nos, pois eu não consegui entender…
Se houvesse alguma conspiração em que a FEPAM estivesse envolvida para simplesmente dedurar montanhistas em suas atividades esportivas, por favor, não esqueça de avisar aos leitores de sua coluna aqui no Alta Montanha que tanto você, como os seus colegas de CUME FAZEM PARTE DELA (ou ao menos querem fazer, até porque até onde sei o CUME ainda não foi declarado filiado à FEPAM). E se não concordam, cancelem o pedido de filiação à federação do novo Clube, pois é no mínimo estranho (para não dizer hipócrita) o tal pedido e afiliação.
Seria o caso de requerer explicações, tanto à diretoria do CUME quanto à própria direção da FEPAM, para esclarecer as graves acusações feitas à entidade, e por tabela aos seus federados, em sua grande maioria (como você mesmo frisa) gravemente ofendidos de forma gratuita e covarde, dentre os quais eu faço parte com orgulho e dentre os quais você mesmo pretende se incluir pelo CUME, não é mesmo?
Fico me perguntando qual é o objetivo de um texto tão contraditório, repleto de metáforas e acusações levianas e veladas, e só posso responder com a minha impressão de que o objetivo é deturpar o Montanhismo organizado, para que continue a ser aquele velho feudozinho de meia dúzia de gatos pingados nas nébulas que se auto intitula #somosmontanhistas mas que se sente ameaçada por quem pensa diferente ou fora da caixa, e que felizmente começa a ser maioria em muitos lugares.
Por fim, acredito que vivemos (ainda) num Estado Democrático de Direito, no qual todos podem se expressar desde que o façam com respeito e consideração pelas opiniões contrárias. Falar por metáforas, códigos, apelidos ou outros subterfúgios linguísticos é desnecessário e no mínimo suspeito, a não ser quando se quer justamente alijar do debate pessoas ou grupos que não são aceitos como legítimos ou dar ao texto significações e objetivos diversos dos quais realmente têm, servindo de subterfúgio para ocultar o medo do autor de assumir uma posição inequívoca.
Pode ser ironia o começo do seu artigo, eu pensava exatamente como você, que Mundo da Montanha era perfeito. Infelizmente NÃO, é igual a qualquer lugar IMPERFEITO. Você é branco, homem e tem uma profissão com certo status, ou seja, não sabe o que ser mulher, negro e/ou pobre nas Montanhas. Provas, há 1) grupos que tratam mulheres de forma inferior e com grau abusivo (alguns apelidados externamente como Harem), a violência por enquanto está apenas verbal e moral nos Grupos, entre nas Redes Sociais de Montanhistas (Face, Whatsapp…) constatará as 2) opiniões divergentes, verá a falta de educação e respeito com o próximo – tema Pandemia é um exemplo. Ou 3) simples situação pode ser mal interpretada, verá o caos.
4) Rótulos e situações “sociais” que separam os Montanhistas – li e escutei estes termos, parece ser isso: nutela (investe em muitos equipamentos, independente de marca), “rutes” (montanhista raiz e/ou ogro), “Dingos” (classe social que tem formação familiar muito judiada, estudo muito fraco e condição financeira muito precária para poder comprar equipamentos). Podem existir outros termos…
Fora as panelas de todos os tipos…
Depois que essas tribos de montanhistas ou pessoas que vão para a Serra, alguns ajudando, outros trazendo poluição e riscos de incêndios, convido você a ir ANTES dos Mutirões no Caratuva, Anhagava e Salto dos Macacos… depois participar de um Mutirao, saberia que eles fazem um serviço de limpeza 5) VOLUNTÁRIO que deveria ser do 6) ESTADO, hoje é ABRAÇADO pelos Clubes, FEPAM e outras 7) Instituições junto com a permissão do IAT.
Assim como quando ocorrem os Incêndios, colocam a vida deles em risco por AMOR ao meio ambiente, não digo que não possa existir LOBOS entre os CORDEIROS. O fato é que o AMOR entre o meio ambiente existe e é maior a qualquer idiotice.
Quanto a FEPAM e Clubes conheço pouco, participei de Mutirão antes da Pandemia, disso posso dizer… no momento ATUAL não tenha dúvida de aloprados assumirem a capa de prestativos, infiltrarem junto a qualquer Instituição para poder furar as regras da Pandemia e aproveitar para ir nas Montanhas, ao invés de fazerem de fato o serviço voluntário necessário e SÉRIO. A culpa é do indivíduo e não das Instituições que fazem e pessoas do bem que fazem algo pelo meio ambiente. Não confunda o aloprado que desvirtua e saí do foco.
Montanhismo é um esporte como qualquer um, tem os seus riscos específicos, fazer um ato VOLUNTÁRIO, amplia os riscos ao apagar incêndios ou recolher lixos jogados nas montanhas (de um passeio no banheiro público ao ar livre do CARATUVA – é muito nojento).
Faça esse desafio, seja superior a situação, vire um voluntário no Mutirão por um dia pós abertura das trilhas, você mudará sua opinião. Para TODOS: ENGOLIR a vaidade, porque enquanto perde-se tempo precioso com isso, a natureza SOFRE, o que precisa é combater fortemente a corrupção que assola também o meio ambiente e as divergências sociais que separam em grupos e trazem dor.
Caro Julio, perfeito o texto. Assino embaixo definições como “caga-regras”, “políticos ditadores”, “crescer em cima da liberdade alheia”. O que esses grupos organizados sempre quiseram foi PODER, acesso a privilégios e imposição de suas opiniões sobre todos os demais. Os montanhistas e trilheiros foram EXPULSOS dos parques juntos aos cânions ao sul de SC, agora só pode trilha guiada e sem pernoite. Os “cagam-regras” se adonaram de áreas imensas para satisfação de seus dogmas ideológicos. E com salários polpudos pagos por mós todos, através do ICM-Bio. Os parques deveriam passar para a gestão das secretarias de turismo, tirando poder deste pessoal que se acha donos dos parques e áreas de montanha. Tenho escalado em áreas selvagens, que eu espero que JAMAIS virem parques. Nos parques, tenho sido tratado sempre como imbecil, intruso ou criminoso. Esse ambiente policialesco dos parques é consequência direta do poder conquistado pelos “cagam-regras”, sempre impondo restrições contra o livre uso e circulação pelas pessoas…