É uma história muito interessante, porque está acontecendo algo parecido com o que aconteceu em 86, quando eu fui o primeiro a completar os 14 oito mil: Toda a atenção ficou focada nestes momentos nestas montanhas.
Na verdade, para a história do alpinismo, não se trata de algo muito importante porque é somente a soma de muitas experiências. Mas isto muda se soubermos que uma das coreanas que pretendia realizar este feito faleceu no ano passado no Nanga Parbat porque havia muita pressão sobre ela.
Agora, Pasabán e Miss Oh irão ao Annapurna e espero que tudo ocorra bem, porque o Annapurna é uma montanha muito perigosa e elas estarão rodeadas de televisão, de gente de apoio… Se tudo sair bem, , acho que Miss Oh será a primeira mulher, porque para ela só resta um oito mil. Pasabán será a segunda, pois depois do Annapurna tem que escalar o Shishapangma. Estou certo de que ela conseguirá, pois se trata de uma alpinista muito forte e que conta com gente adequada ao seu lado. Provavelmente este ano ainda teremos uma terceira mulher a completar os catorze, Gerlinde Kaltenbrunner, que não irá utilizar oxigênio artificial, o que é mais importante.
As mulheres irão finalmente demonstrar que podem fazer o mesmo que fazem os homens, pois além de Miss Oh e Pasabán, Gerlinde fará o Everest e o K2 no estilo que escolheu.
Também é interesante que esta história termine no Annapurna, sessenta anos depois de começar… Provavelmente deixaram ela para o final pois se trata de uma montanha difícil, sua vertente Sul é complicada e a Norte muito arriscada.
O Annapurna tem a rota normal mais perigosa de todos os oito mil. Se subirem rápido, o perigo será menor, mas se vão lentos, ela é muito perigosa.
Reinhold Messner está concentrado neste momento em escrever um libro sobre a história do alpinismo feminino.
Fonte: Revista Desnivel