Sem sombra de dúvida, a vasca Edurne Pasabán, tem provas conclusivas de cada um dos 14 cumes que ela conquistou. Já a coreana Oh Eun Sun – que teria completado a façanha em abril deste ano, alguns meses antes da vasca – só tem provas conclusivas da conquista de 8 , dos 14 cumes. 5 destes cumes foram questionados, porém Miss Hawley – quem está encabeçando a investigação – aceitou que a coreana teria coroado as 5 montanhas e questionou a escalada ao Kangchenjunga.
Até o dia de hoje, a única prova que a coreana apresentou sobre a conquista desta montanha foi uma foto de 65kb. Muitos jornais e sites especializados pediram a foto original e os vídeos – que Miss Oh afirma ter – porém não houve resposta.
Em sua primeira versão, Oh Eun Sun disse que sua foto foi realmente no ponto mais alto da montanha. Confirmando a história, Nurbu Sherpa afirmou que Miss Oh teria sim coroado a terceira montanha mais alta do mundo. Muitos acreditam que o sherpa teria recebido dinheiro da coreana para declarar isso em público. O mesmo sherpa mais tarde teria dito à própria Edurne Pasaban que a coreana não chegou ao cume. Após a afirmação do sherpa, a coreana mudou sua versão e agora diz que a foto de cume não é realmente do cume.
Na segunda versão da história, a coreana disse que não obteve fotos do cume pois “estava ventando demais para tirar fotos“. A escaladora teria então descido alguns metros até um ponto onde seria possível tirar uma foto.
Coreanos que coroaram a montanhas dias depois de Oh Eun Sun, afirmam que ela não chegou ao ponto mais alto. Segundo eles a fixação de cordas e as garrafas de oxigênio deixadas no cume, não batem com a história de Miss Oh.
O coreano Kim Jae-Soo que esteve no cume uma semana mais tarde, afirmou que ele encontrou a bandeira de patrocinadores de Miss Oh, sustentada por 4 pedras, 50 metros abaixo do cume. O coreano contou a mesma história a Maximo Kausch durante a última temporada no Karakorum. Porém, segundo a versão da coreana, a bandeira teria sido perdida no vento.
Segundo o espanhol Ferran Latorre, quem também escalou a montanha na mesma época de Miss Oh, uma corda verde é observada no pé esquerdo da coreana. Segundo ele isso seria uma evidência de que a foto foi não foi tirada no cume de 8598m, mas sim a 8350m. Outros escaladores também confirmaram que a corda verde foi fixada somente até 8350m, aproximado ponto da foto de Latorre.
No último depoimento público da coreana, a foto não foi tirada no cume mas “um pouco abaixo” do cume, onde não havia tanto vento. Esta versão definitivamente não bate com a evidência lançada por Latorre em um artigo escrito ontem no seu site.
Latorre também mostrou uma foto tirada a poucos metros do cume onde aparecem duas garrafas de oxigênio. Segundo o depoimento de Miss Oh, não havia nenhuma garrafa de oxigênio no cume da montanha. Porém o próprio Latorre e outros alpinistas afirmam que aquelas garrafas estão na região do cume há anos.
Se for comprovado que Oh Eun Sun não alcançou o cume do Kangchenjunga em 2009, além de perder o título de primeira mulher a coroar os 14, ela vai perder muita credibilidade e vai ganhar uma péssima reputação.
Atualmente, Miss Hawley e a Federação coreana de alpinismo estão avaliando os fatos e espera-se que um veredito seja dado nas próximas semanas.
Fora Miss Oh, outros coreanos como Um Hong-Gil, tem muitos dos seus supostos 14 cumes questionados pela mídia e comunidade de escaladores. Por motivos financeiros e de reputação, observamos cada vez mais alegações duvidosas em cumes do Himalaia. Somente este ano, várias alegações foram consideradas falsas pela mídia especializadas.
Citamos como exemplo a escalada ao K2 por Christian Stangl em agosto passado e a duvidosa ascensão do argentino Adrián Sanchez ao Cho Oyu em outubro deste ano.
Fonte: Ferran Latorre / Barrabes / ExplorersWeb