Montanhas esquecidas do PNI: Parte II

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Um bate-volta de cunho exploratório no Primeiro Parque Nacional do Brasil – Segunda parte.


Leia a primeira parte:&nbsp, Montanhas esquecidas no Itatiaia.

Pedra do Altar – Cume (2 vezes)
Pedra do Sino de Itatiaia – Cume
Ovos de Galinha – Apreciação e fotos
A semana de 01 a 06 de novembro foi de intensa troca de e-mails tríplice: Parofes, Carlos A Levy e Edson Vandeira, sobre o destino para o final de semana de 07 e 08 de novembro.

A intenção era exploração de outras partes da Mantiqueira fora dos limites do Parque Nacional do Itataiaia, porém, em cima da hora optamos por passar no parque novamente. Como o próprio parágrafo anterior deixou claro desta vez não fui só, tinha comigo meu amigo e parceiro Edson e, um novo companheiro, o Carlos. Participaram comigo nesta segunda visita com objetivos exploratórios no Parque. Mais uma vez (nesta por motivo do fechamento do Alsene e Pousada dos Lobos) o parque estava quase que absolutamente vazio.

Pelos lados que andamos, só nós três cortávamos o vento. Havia uma dupla no topo do Agulhas Negras e só.

Edson saiu do trabalho na sexta passando em casa rapidamente apenas para pegar sua mochila e vir para a minha, onde chegou as 22:15h. Carlos saiu do trabalho, foi para casa onde tentaria dormir um pouco antes de vir nos pegar na minha casa. Ele precisava dormir um pouco pois passaria a noite dirigindo. Tão logo ele chegou partimos, era 01:15h da manhã de sábado 07.11.

A viagem já começou cômica. Quando entramos no carro e o Carlos deu a partida engatando a primeira e continuando a subir a minha rua me perguntou “Então Parofes, como vamos?”. Eu disse “Carlos não sei te levar de carro, não dirijo e só vou de ônibus!”.

Okay, GPS ligado, foi definido como destino a cidade de itamonte, o filhote tecnológico apontou para começar a descer a minha rua, já estávamos perdidos ahahahahhahahahah….Tudo bem, um começo divertido para algumas risadas!

Seguindo os caminhos do “gege” como foi carinhosamente apelidado, chegamos a marginal Tietê e de lá foi rápido pegar a Dutra e seguir em linha reta por 80% do caminho.

Chegamos a portaria do parque cedo, pouco antes das sete horas. A portaria permanecia fechada e só havia um carro lá estacionado. Um senhor uruguaio lá estava sentado dentro do carro sentindo frio. Na verdade estava meio calor, cerca de 10 graus, mas, por ser uruguaio não deve estar acostumado com frio.

Edson batia papo com ele enquanto o Carlos se aprontava para a longa caminhada e eu já fazia algumas fotos de macro de minúsculas flores que estavam por toda parte. A primavera está colorindo o parque, um verdadeiro show de cores se constituiu por lá! Vale a pena passar por lá e prestigiar!

O Levi (guarda-parque) saiu e nos deu bom dia por volta das 07:30h. Nos registramos, pagamos a taxa e depois de um rápido bate-papo rotineiro deixamos o carro mais a frente na entrada da estrada de furnas. De lá, por causa da época de reprodução do sapinho flamenguinho, seguimos nosso caminho a pé.

Caminhamos com calma já aproveitando qualquer oportunidade de uma boa foto. Afinal de contas tínhamos o dia todo e, mesmo com o tempo ruim sem visual nenhum, tínhamos esperança que a previsão do tempo acertasse (sol pela manhã, aumento de nuvens a tarde e pancadas de chuva a noite). Demoramos até encontrar algum sapinho para fotografar, mas depois do primeiro parece que a coisa desandou pois estavam para todo lado.

Seguimos pela estrada olhando para o céu vendo nuvens feias, o vento forte soprava pouco acima do solo e fazia com que elas passassem com pressa sobre nossas cabeças. Conforme as nuvens saíam, iam sendo substituídas por outras que vinham começar seu turno do dia.

Logo estávamos no Abrigo Rebouças e era em torno de 08:30h. Ali fomos rápidos, só enchemos os reservatórios de água e a caminhada começou 15 minutos antes das 09:00h.

Bem no início da trilha percebemos que o parque estava cheio de vida. O inverno foi embora levando consigo tempos difíceis para algumas espécies que brotam como água de uma nascente quando chegam épocas mais quentes. Lagartas coloridas por todo lado, sapinho flamenguinho, aranhas, cobras, passarinhos, águias, opiliões e até mesmo lesmas! Não me lembro a última vez que vi uma lesma tamanha quantidade de anos…

Pouco antes da ponte dei de cara com uma pequena lesma sobre uma pedra na trilha. Era realmente pequena, no máximo uns três centímetros, o macro da máquina não é nenhuma Brastemp nem me dá direito a algum sorteio com um prêmio milionário, mas me presenteia com algumas belas fotos, dentro de suas possibilidades é claro(risos). O mais legal é que cheguei a lente bem próxima ao animal, suficiente para que a pequena lesma pensasse que pudesse subir e continuar rastejando. Assim, inconscientemente, ela fez pose para fotos. Eita sorte danada…

Fiz algumas fotos e depois disso falei com o Carlos e Edson: “Nossa, por mim pode até cair uma baita chuva agora, nem ligo, já fiz uma foto linda!”, tamanha minha felicidade. Claro, não queria que caísse de fato o balde de água fria, pois tínhamos plano a seguir. Continuamos.

Mais a frente pegamos a bifurcação para a esquerda e, depois novamente a esquerda, entrando definitivamente na trilha da Pedra do Altar, nosso primeiro objetivo do dia. Logo que iniciamos este trecho passando concentrado na subida e pensando na razão pela qual eu estava tão ofegante, o Edson disse “olha uma cobra aqui.”. Imediatamente me virei e vi, uma pequenina cobra de no máximo 50 centímetros, linda, imóvel ali mesmo atravessada na trilha. É claro, saquei a máquina e fiz umas cinco fotos, todas ficaram muito boas!

Cutuquei no final do corpo dela pois chegamos a pensar que ela estivesse morta, mas então percebemos que não passava de teatro. Bem viva! Não perdeu tempo em se enroscar e a nos cheirar. Irritada, se enfiou em um pequeno buraco no chão sem humor para nada. Seguimos em frente.

Daí em diante poucas paradas para fotos foram feitas, Edson que fez algumas de flores mas eu e Carlos seguimos mais apressados até o cume da Pedra do Altar. Nós três chegamos por lá as 09:45h. Nenhum visual. O vale estava completamente encoberto por um mar de neblina que não nos deixava ver nada 50 metros a frente. Não víamos nenhuma montanha da Serra do Itatiaia. Esperamos.

Depois de muita paciência de mais ou menos vinte minutos tentando fotos no cume da Pedra, decidimos começar a descida mesmo sem ter orientação visual pouco depois das dez horas. O vento soprou forte e começou timidamente a limpar a neblina.

Quando estávamos com 1/3 do caminho ao fundo do vale percorrido, finalmente vimos a Pedra do Sino gigante adiante. Só tivemos segundos de vista mas foi suficiente para traçarmos nossa rota, fugindo do caminho que tentei pouco tempo atrás que culminou em três tentativas infrutíferas no mesmo dia. Chegar ao cume da Pedra do Sino neste dia era questão de honra.

Este trecho também foi completamente sem pressa, fazíamos fotos de qualquer cor mais chamativa, lagartas pra todo lado. Foram alvo de algumas das fotos mais detalhadas do dia. Edson fez algumas que ficaram sensacionais!

A descida foi tranqüila e desta vez sem nenhum rola(risos). Mais uma vez, tive aquela sensação de liberdade incondicional, desta vez não estava só e meus companheiros se sentiam da mesma forma, tenho certeza. Completamente sozinhos, atravessando aquela loucura de beleza que é o vale, desejando nunca mais voltar a civilização e a indesejada sinfonia de buzinas que é São Paulo.

Atravessamos uma pequena cachoeira, dois ou três charcos que não foram nenhum problema porque, por incrível que pareça, o calor absurdo das duas semanas anteriores nos ajudou secando bem o solo. Lá também tem chovido pouco.

Depois de bastante suor e todas estas travessias que demandaram observações antes das decisões de rota (não há trilha definida para a Pedra do Sino), finalmente saímos já com mais da metade da subida da rampa da montanha concluída. Dali até o cume foi literalmente um pulo.

Retornando à reflexão sobre a minha respiração ofegante, depois de pensar um pouco cheguei a conclusão que descobri a causa. Semanas atrás ganhei de minha sogra uma cama de casal com um colchão. Porém, ambos vieram (obviamente!) da casa dela. Lá é extremamente úmido, tudo acumula umidade e portanto mofa. Meu artesanato de sal que comprei na Bolívia em 2007 se desfez quando morei com ela por seis meses.

Enfim, não posso ir até a casa dela porque perco o fôlego, minhas vias respiratórias começam a se fechar. Da última vez (quando fui pegar a cama) quase fui parar no hospital pois não conseguia nem falar por causa da crise alérgica. Dormi no estacionamento no carro dela.

A cama está montada no meu quarto e, apesar de fraco, o cheiro de mofo continua. Acordo todos os dias com uma leve dor de cabeça por isso. O colchão ainda não consegui usar porquê o cheiro ainda é fortíssimo nele, que está fora da minha casa no quintal. Estou usando a cama com um saco de dormir nela. Mas, repensando, acho que vou desmonta-la e esperar por um dia de sol que eu esteja em casa e colocar lá.

Concluindo, de lá pra cá meu pulmão ainda não se recuperou por completo deste contato traumático. Percebi que minha capacidade pulmonar ainda não é normal e fiquei bastante ofegante na subida final da Pedra do Sino. As pernas estavam bem sem cansaço, mas, os pulmões, como de um idoso fumante. Preciso me recuperar disto antes do próximo projeto andino ou terei que perder muito tempo me aclimatando.

Onde eu estava mesmo? Ah sim, cume! Chegamos no cume da Pedra do Sino de Itatiaia as 11:45h. Por incrível que pareça muita gente não conhece a montanha do Itatiaia, somente a de Teresópolis. Uma informação, a Pedra do Sino de Itatiaia é 400 metros mais alta!

Nossa, como fiquei feliz…Aliás, como ficamos felizes! Curti cada minuto dos 75 que ficamos lá. Pareceram 15, mas foram 75.

Relaxei tanto que cochilei deitado sobre uma leve poltrona, uma formação mais uniforme que conseguiu escapar do destino peculiar de todo o cume da Pedra do Sino, que é quase 100% esculpido como copinhos na rocha. Acredito que seja o único cume em todo o parque com estas características. Outras montanhas como o Agulhas Negras e o Morro do Couto também possuem os copinhos, mas não na quantidade que a Pedra do Sino.

O cochilo foi rápido, só uns dez ou quinze minutos. Carlos também dormiu, Edson ficou lá pirando nas fotos e vídeos, como sempre!

Nossa, que paz! Que montanha linda, que vento bom! Que visão do Agulhas Negras, do Vale, dos “Ovos de Galinha”! Tudo nota onze em uma escala de um a dez. Não canso de escrever e dizer isso: O Parque Nacional do Itatiaia é a minha segunda casa, a primeira é a barraca.

Quando acordei começamos a fazer as fotos de cume, aproveitando a melhora do tempo que nos permitiu, finalmente, ver montanhas mais distantes como a Serra Fina, o Morro do Couto, A Pedra Assentada, o Prateleiras, Pico sem nome, Massena, e até a Pedra Furada. Fizemos dúzias de fotos…

Como havíamos combinado, começamos a descida por uma rota diferente sugerida pelo Edson. Foi ótima, descemos tudo em linha reta e continuamos em linha reta (é claro, contornando o pico sem nome de 2.650 metros por onde tentei antes) e sem nenhum problema conseguimos atravessar os mesmos charcos, a mesma cachoeira e começar o novo ataque ao cume da Pedra do Altar, onde chegamos em somente uma hora e meia. Era 14:30h e já havíamos feito o cume do Altar, Pedra do Sino e, estávamos no cume do Altar pela segunda vez no mesmo dia. Desta vez, com céu bem azul mesmo com muitas nuvens.

Como de costume, meu joelho começou a resmungar durante a descida. Se alguém souber de uma promoção para um joelho novo, hidramático e com abs, por favor me indique pois estou precisando. Como o miserável doeu nesta descida…

Agora sim as fotos de cume saíram, alguns sapinhos ali estavam escalando a pedra também, muitos ainda estavam iniciando sua vida nas poças que se fazem nos poucos copinhos que a Pedra tem quando comparada com a Pedra do Sino.

Ali ficamos por mais uns bons vinte minutos. A vista estava indescritível, parecia outro dia e na verdade só havíamos passado ali faziam algumas horas. Que sol, que vista! A visibilidade certamente ultrapassava os 200 quilômetros.

Com pesar, é claro, continuamos nosso retorno. O sol agora se tornara um problema, sugava nossas energias e, associado à fome que foi apelidada com todo respeito de febre do rato, nos deixava um pouco de mau humor (ahahahahah).

Que sol de rachar! O vento parou e só vinha por alguns instantes, o que tornava tudo pior. Eu suava bicas enquanto ainda arrumava ânimo para uma ou outra foto. Nosso retorno daí em diante foi lento e cansativo.

Mas, não nos demos por vencidos. Continuamos a passos tímidos fazendo piadas sobre a fome e mentalizando um belo bife acebolado, ou uma feijoada, uma macarronada, ou um liofilizado. É impressionante, o papo era só comida! 😛

Enfim, despontamos no Abrigo Rebouças já as 16:20h. Como não havia vento, a água da represa estava quase parada. As ondulações eram bem fraquinhas, o que permitiu tentarmos algumas fotos de espelho do Agulhas Negras ali mesmo.

Não estávamos mais sozinhos. Um grupo de cinco amigos. Estavam sentados sobre o cimento da represa. Pareciam curtir o sol de Copacabana esperando pela queima de fogos doze horas mais tarde. Cigarros, bebidas, óculos escuros, biquinis, papo furado e maconha. Por essas e por outras que montanhistas do bem são taxados como maconheiros, mas isso é uma longa dissertação que não quero nem estou disposto a fazer agora.

Carlos lavava seu rosto e renovava a água do seu reservatório, eu desabei no chão sentado na terra úmida fazendo fotos do Agulhas espelhado na água e, Edson, o mesmo.

Me dei conta de que havia uma garrafa de vinho submersa na água. Estava amarrada a um galho. Parcialmente cheia. Pensei ser lixo e tratei de reclamar com o Edson (ahahaha como eu sou chato!).

Acontece que a garrafa que eu tirei das águas da represa pertencia aos ma…, amigos. Um deles veio até minha direção e se justificou, disse estar gelando a garrafa. Educadamente me desculpei e tornei a submergir a bebida.

Terminamos nossas fotos e descanso. O pior estava por vir, o longo retorno até a portaria do parque. A “estrada dinâmica” que se estica após as 16:00h todos os dias. Ali foi pior, acho que entramos na fase do vento, seguíamos as orientações dele e, se ele nos jogasse na relva, ficaríamos lá mesmo! Ahahahahhaha
Um sol alucinante, o protetor fator 50 ficou no carro, não esperava que a previsão do tempo fosse tão certeira neste dia! A dor de cabeça a este ponto já era forte para nós três, que ainda pensávamos conseguir uma pizza tamanho família com uma coca-cola entregue ali mesmo na portaria do parque! Brincadeirinha…

Paramos na portaria as 17:35h. Finalmente tinha acabado a elasticidade da estrada. Dei baixa com o Levi que ainda estava lá, novamente um papo e começamos a volta perdendo altitude.

O Carlos recebeu como amostra grátis da Liofoods alguns kits refeição e sobremesas. Fizemos uma degustação de liofilizados que realmente são muito bons! Batata, frango, arroz, e de sobremesa sorvete de flocos. O sorvete é realmente impressionante, o sabor é 100% igual ao original resfriado, só que em temperatura ambiente.

Eu levei pene ao molho de tomate (refeição pronta, embalagem de 400 gramas), ainda acrescentei mais 300 gramas de molho de carne moída pronto. Realmente bom! Mas insuficientes para saciar minha fome rupestre.

Tão logo dei cabo destas 700 gramas de comida, abri e esquentei a outra embalagem de mais 400 gramas de refeição pronta, feijoada. Esta não é a enlatada e sim em uma caixa como a lasanha. Boa, porém a enlatada da swift é consideravelmente melhor, mais condimentada e apimentada. Comi tudo. Ainda dei umas roubadas nos liofilizados do Carlos que não deu cabo de tudo!

Edson curtiu sua tradicional feijuca enlatada! Operacionalizou para todos nós aquele esperado suco tang feito com água da montanha, melhor não há. Um verdadeiro banquete, depois de comermos só faltou mesmo deitarmos com a barriga pro alto e sacudir o rabo.

O jeito foi dormir mesmo. Me lembro que a última vez que olhei no relógio era apenas 20:05h! Acordei as 06:30h escutando o barulho de uma onça pintada que dormia ao meu lado com problemas de desvio de septo! Qua qua qua….

Não resisti, fiz um vídeo gravando o problema respiratório da onça pintada, este vídeo nos rendeu gargalhadas que duraram minutos…:P

Uma observação, a previsão do tempo acertou em cheio, a noite, lá penas dez ou onze, caiu um verdadeiro pé d’água. Muita chuva mesmo, mas, por pouco tempo. Estava na hora de acertar mesmo…

Pela manhã tomando nosso café da manhã tomei conhecimento de outra maravilha do mundo dos liofilizados: Açaí. Pelas barbas do profeta, parece que saiu da mão do atendente da loja de sucos!!! É realmente impressionante, vou comprar uma dúzia deles e guardar para montanha!

Carlos estava bastante cansado sem condições de subir outra montanha. Eu e Edson já estávamos recuperados e tínhamos a intenção de, pelo menos, dar uma passada na Pedra Furada, mas, fica para a próxima. Preparamos tudo, limpamos tudo, jogamos a bagulhada dentro do porta malas do Carlos e rumamos para o asfalto.

Na garganta do registro, a sonhada parada para o milho que ainda não estava pronto. O jeito foi me embriagar com uma pamonha, comprar mais um pote de pimenta de bico (é uma delícia essa pimentinha!) e um saco de “casadinho” pra Lili. Edson também matou uma pamonha e o Carlos ficou na coca-cola.

Não voltamos por Itamonte, dei a idéia de descermos para Engenheiro Passos para rever aquela beldade de vista que a estrada proporciona. E lá vamos nós com o gege. Na metade do caminho vimos um acidente recente. Um caminhoneiro literalmente entrou em uma árvore saindo da estrada. Por sorte dele não era um barranco límpido como alguns que há. A não ser que seu cavalo e sua carga fossem de ácido, seria impossível transpor toda mata dali. Parou por ali mesmo e provavelmente havia sido resgatado havia pouco tempo, pois o painel do cavalo ainda apitava o alerta de porta aberta.

Paramos algumas vezes para mais algumas fotos da Serrilha dos Cristais, Prateleiras e Couto vistos da estrada, algumas paisagens únicas…Mas o que chamou muita atenção foi um hotel que fica a beira da estrada.

Plantaram hortências na mata baixa que margeia a rodovia. Estava realmente um espetáculo de belo. Saímos do carro babando e dedilhando nossas máquinas. Era uma paisagem típica européia, em pleno Brasil. E não era Monte Verde.

O retorno foi tranqüilo e rápido, tirando o inconveniente de um pneu furado (rasgado) quase em Guarulhos já. Nada que um pit stop de 9 minutos não resolvesse. Nas palavras do Carlos: “Não foi nenhum pit stop de Fórmula 1, mas foi rápido!”

Mesmo sendo um bate-volta, o final de semana foi bastante proveitoso e bem sucedido. Atingimos nosso objetivo com facilidade, curtimos ao máximo, fizemos fotos fantásticas e, acrescentamos um pouco mais de experiência a nossa vivência com a montanha e a natureza.

Se todos os finais de semana fossem como este para todos no planeta, não haveria estresse no mundo tampouco guerras…

Abraços a todos!

Parofes

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Sobre o autor

Parofes, Paulo Roberto Felipe Schmidt (In Memorian) era nascido no Rio, mas morava em São Paulo desde 2007, Historiador por formação. Praticava montanhismo há 8 anos e sua predileção é por montanhas nacionais e montanhas de altitude pouco visitadas, remotas e de difícil acesso. A maior experiência é em montanhas de 5000 metros a 6000 metros nos andes atacameños, norte do Chile, cuja ascensão é realizada por trekking de altitude. Dentre as conquistas pessoais se destaca a primeira escalada brasileira ao vulcão Aucanquilcha de 6.176 metros e a primeira escalada brasileira em solitário do vulcão ativo San Pedro de 6.145 metros, próximo a vila de Ollague. Também se destaca a escalada do vulcão Licancabur de 5.920 metros e vulcão Sairecabur de 6000 metros. Parofes nos deixou no dia 10 de maio de 2014.

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