Montanhistas denunciam vandalismo em refúgio no Aconcágua

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Dois montanhistas denunciaram através de um vídeo no YouTube o vandalismo do refúgio de Berlim, uma construção que está localizada a 5900 metros de altitude na rota normal do Aconcágua.

Juan Herrera e Francisco Cordón, ambos guias de montanha, subiram o vídeo denunciando o vandalismo na plataforma de streaming YouTube e mostraram o estado em que encontra o refúgio: uma de suas paredes arrancadas e seus restos espalhados no chão.

Refúgio de Berlim no Aconcágua em 2002. Foto Pedro Hauck.

Ambos os montanhistas ressaltaram que os danos não foram devidos à ação de avalanches ou vento, mas à ação de vandalismo. “Encontramos isto, após 25 ou 30 anos de trabalho, um refúgio que é tão caro a toda a comunidade montanhista. Aqui não há dano à estrutura devido a uma avalanche, não há neve, não há nada”, disse Cordón ao levar sua câmera pelo local e mostrar a estrutura de madeira destruída.

A alguns centímetros de distância, Herrera estava verificando a área e deu seu diagnóstico: “Aqui, aparentemente, esta parte foi alavancada para quebrá-la. Estamos vendo pessoas fazendo vandalismo, deixando a segurança de lado, quando em alguns casos é uma questão de vida ou morte. Pelo que estamos vendo e por nossa experiência, é vandalismo”.

O abrigo de Berlim é uma estrutura triangular de madeira localizada a 5.900 metros acima do nível do mar. O abrigo é usado para proteger os alpinistas das intempéries. Da região onde ele está situado é comum partirem as expedições que vão até o cume. Atualmente a região de entorno é usada como acampamento.

“O Berlim era um dos abrigos mais bem armados. É um lugar histórico, é uma grande dor”, disse Cordón nas imagens. Depois, em diálogo com Guardaparques, ele deu mais detalhes da cena que encontraram quando andavam na rota de subida: “Estamos um pouco indignados, quando chegamos aqui no refúgio de Berlim, a parte de trás está destruída, está quebrada”. A suspeita é que eles estão desmontando para incendiá-lo”.

Seu interlocutor respondeu: “Não estava na melhor forma da última vez que lá fui, mas nunca foi assim, rasgado como você está me dizendo agora”.

Estado do refúgio Berlim em janeiro de 2022. Fonte Youtube.

A principal hipótese apresentada pelos dois guias sobre o que aconteceu é que a madeira de Berlim está sendo levada para outro refúgio para ser usada como lenha: “Sem dúvida, vamos dar a conhecer isto ao povo da Alemanha, que contribuiu e colaborou com dinheiro para poder construir e disponibilizar o refúgio a todos. Deixamos isso como um precedente para que estas coisas não voltem a acontecer, o Aconcágua não pode ser esquecido, ele tem história”, comentou Cordón.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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