A morte do montanhista Paulo Roberto Felipe Schmidt, o Parofes, fez um ano neste último domingo. Natural do Rio de Janeiro, mas morando em São Paulo desde 2007, Parofes era conhecido por sua irreverencia e bom humor e também por ser um amante da natureza e do montanhismo. Ele foi colunista do AltaMontanha e durante o ano de 2013 o editor do site.
Parofes faleceu devido ao agravamento de seu quadro de leucemia, após lutar por dois anos contra a doença. Com seu jeito alegre, ele conseguiu fazer com que milhares de pessoas se cadastrassem no sistema de doação de medula óssea, o REDOME, mas nunca conseguiu doadores com compatibilidade. No final de sua vida, ele recebeu a notícia que tinha 5 possíveis doadores, fez exames para verificar a compatibilidade real, mas morreu sem saber dos resultados.
Um pouco antes de falecer, Parofes escreveu um texto em que denuncia a dificuldade em conseguir o transplante do órgão. Ele também critica a burocracia do REDOMA e a lentidão do sistema. Este texto viralizou na internet e foi exibido em diversos portais da mídia tradicional brasileira.
Homenagens
Para homenagear Parofes, um grupo de pessoas liderado pelo montanhista Pedro Hauck subiu uma montanha no Paraná debaixo de chuva e no alto jogou um pouco suas cinzas. “O Camapuan foi a primeira montanha que ascendi com o Parofes, isso no ano de 2007” Disse Pedro. “O tempo naquela ocasião foi exatamente frio e chuvoso, como ontem” Conta.
Pedro Hauck, que recentemente se tornou o montanhista brasileiro com mais cumes de seis mil metros nos Andes, e o guia de montanha Maximo Kausch estão despejando as cinzas do companheiro no cume de montanhas que escalam. Até o momento, a dupla já jogou as cinzas no cume de 15 delas nos Andes, 11 acima de 6 mil metros. Suas cinzas também foram deixadas no acampamento base do Annapurna, montanha de mais de 8 mil metros localizada no Nepal.
A dupla continuará jogando as cinzas do amigo até o fim, mas salientam que a última porção será deixada no cume das Agulhas Negras, montanha localizada no Planalto do Itatiaia (RJ) que era a montanha favorita de Parofes.
“O Parofes me pediu para deixar as cinzas dele lá, mas quero deixar isso para ser o último lugar. Eu prometi a ele com vida e quando nos despedimos e ele falou que se eu não cumprisse ele iria puxar meu pé pra baixo da cama” Ri com a irreverencia do amigo falecido.
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