Frio de 9 graus negativos e muito, muito vento. Esta é a situação que enfrenta no momento o alpinista brasileiro Rodrigo Raineri, que aguarda para terça (23) uma janela entre as fortes nevascas que o impedem de subir ao acampamento avançado 1 – local no qual dará sequência ao processo de aclimatação da escalada ao cume do Everest, de onde pretende decolar de parapente no mês de maio e se tornar a primeira pessoa a executar um voo solo do topo à base da montanha mais alta do mundo.
“Nós estamos aqui aguardando diminuir as nevascas para poder subir nos acampamentos superiores. Ontem a gente tentou subir e não deu, anteontem também. Vamos ver se nós conseguimos subir amanhã. A previsão de tempo nos diz que teremos ventos muito fortes a partir do dia 25 ou 27 de abril. Se isso for confirmado, os ventos fortes acabam dando a sensação térmica de um frio muito maior e a gente não consegue subir a montanha”, contou Raineri na manhã desta segunda-feira.
O plano, então, é subir nesta terça. “Nossa ideia é subir amanhã, ficar uma noite no campo 1, a 6,1 mil metros, no dia seguinte ir para o acampamento 2, a 6,4 mil metros, e dormir uma noite lá. Depois vamos descer por causa dos ventos fortes que vão começar no dia seguinte”, explica.
Depois da aclimatação, será iniciada a investida final ao cume (a 8.848 metros de altura), com duração aproximada de 15 dias. A decolagem está prevista para os primeiros dias de maio e o vôo deve durar cerca de 30 minutos.
“Nós estamos todos bem, estamos fortes. Só não conseguimos realmente subir ainda por causa do mau tempo das nevascas”, frisa Raineri.