As duas montanhas escaladas estão localizadas no México, sendo o Iztaccíhuatl o terceiro e o Pico de Orizaba o mais alto cume do México.
Niclevicz relatou que escalou inicialmente o Iztaccíhuatl, de 5.260m, e depois o Orizaba, de 5.746m, escalando ambas as montanhas praticamente sozinhas, partindo da base e não do campo alto como seus companheiros.
O alpinista relatou alguns momentos diretamente do cume da maior montanha do México, o Pico Orizaba ou Citatepetl, a Montanha das Estrelas. “No dia 30 de dezembro parti às 02h30min dos 4.230m e cheguei ao cume, 5.746m, às 08h41min, metade da subida é por pedras soltas, e a outra metade por um glaciar com no máximo 40 graus de inclinação. Nada muito técnico, uma excelente montanha para quem quer começar a descobrir a magia da alta montanha.”
A expedição deve terminar em fevereiro de 2009, na Colômbia. Vou descendo em direção ao Sul, passarei pela Guatemala e ficarei duas semanas na Colômbia. Já estive lá, mas não pude escalar por uma proibição feita pelos índios. Agora estou tentando uma autorização para entrar lá, mas mesmo assim pretendo escalar em alguns outros locais que ainda não conheço, concluiu o paranaense.
A lenda que envolve os vulcões Iztaccíhuatl e Popocatépetl
Na mitologia asteca, Iztaccíhuatl era uma princesa que se apaixonara por um dos guerreiros ao serviço do seu pai. Este enviou o seu amante para combater numa guerra em Oaxaca, prometendo-lhe a mão da sua filha caso ele conseguisse regressar (algo que o pai de Iztaccíhuatl presumia não viria a suceder). Foi dito a Iztaccíhuatl que o seu amor estava morto e ela acabou por morrer de desgosto. Quando Popocatépetl regressou, morreu também de desgosto pela perda da sua amada. Os deuses cobriram-nos de neve e transformaram-nos em montanhas. Ela transformou-se no Iztaccíhuatl e ele no Popocatépetl, que faz chover fogo na Terra, devido à raiva cega que dele se apoderou após a perda da sua amada.
Aposentadoria adiada
Waldemar Niclevicz chegou a ventilar, em junho deste ano, a possibilidade de se aposentar do alpinismo profissional, das grandes expedições ao redor do mundo. Contudo, o alpinista diz que a idéia agora é concluir o seu novo livro fotográfico, e buscar realizar sonhos antigos, como viajar a Cordilheira do Pamir, na Ásia Central, e também à Geórgia do Sul, na Antártida.
Em julho e agosto do próximo ano espero ir ao Pamir, e para esta expedição estou procurando patrocínio. Também quero visitar algumas montanhas do Quirquistão e do Cazaquistão, países que ainda não visitei. Estes são projetos caros, que envolvem equipes, e são situações que me animam a continuar a minha carreira. Sem patrocínio, ir à Geórgia do Sul, por exemplo, é impossível, contou Niclevicz.
Com a biografia saindo do forno em 2010, segundo seus cálculos, o alpinista projeta visitar a Cordilheira do Himalaia por uma última vez. Quero subir o Karakorum ainda, é algo que preciso fazer antes de me aposentar, finalizou.
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Fotos de Waldemar Niclevicz