Notas sobre o himalaísmo sulamericano

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As atividades dos montanhistas sulamericanos no Himalaia e no Karakoram são muito pouco documentadas e raras vezes tratadas em uma perspectiva continental. O presente artigo procura sistematizar de forma global histórias e dados sobre as incursões sulamericanas à Alta Ásia.

por Rodrigo Granzotto Peron
 
 
AS DIFICULDADES DOS ESCALADORES SULAMERICANOS
 
Em termos da quantidade de expedições ao Himalaia e ao Karakoram, a América do Sul está à frente apenas da América Central e da África. Perdemos para Europa, América do Norte, Ásia e Oceania, que são, nessa sequência, os maiores desbravadores da Alta Ásia.
 
Em parte, o baixo volume de expedições deve-se à distância para aquelas cordilheiras. Kathmandu fica a “apenas” 3507km de Xangai, 5151km de Tóquio, 6637km de Roma e 7237km de Paris. Por outro lado, ela está situada a inquietantes 15.206km de São Paulo e 16.505km de Buenos Aires, por exemplo.
 
Além disso, a América do Sul sempre foi palco de instabilidades econômicas (como as hiperinflações de Brasil, Peru, Bolívia e Argentina nos anos 80) e políticas (como o que ocorre na Venezuela atualmente), situações que são pouco favoráveis ao alpinismo na Alta Ásia.
 
Some-se a isso que a renda per capita dos sulamericanos é bem inferior à dos países mais desenvolvidos (segundo o Banco Mundial, os brasileiros ganham US$ 11.139 anuais e os colombianos US$ 7.752. Em contrapartida, os australianos ganham US$ 67.036 anuais, os norte-americanos US$ 49.965 e os italianos US$ 33.049, por exemplo). Logo, eles possuem mais dinheiro disponível para investir em aventuras e exploração do que os conterrâneos de nosso continente.
 
PRIMÓRDIOS DO HIMALAISMO SULAMERICANO
 
Dhaulagiri 1954
 
O marco inicial do himalaismo de nosso continente foi a polêmica expedição do exército argentino em 1954 ao Dhaulagiri (8167m), que, à época, era uma montanha virgem. Essa foi a expedição que, para superar a crux da rota suíça (a famigerada protuberância rochosa apelidada de “Pera”), dinamitaram o Dhaulagiri, como narrado no American Alpine Journal: “Os argentinos fizeram uso de boa parte das quinze toneladas de equipamentos que haviam trazido. Por volta dos 7000 metros o sargento Godoy, do Exército argentino, explodiu as rochas com dinamite, para conseguir um lugar para colocar as barracas do campo VI. De lá os alpinistas e seus sherpas conseguiram realizar a primeira ascensão completa da “Pera” e montaram o campo VII a 7300 metros, bem abaixo da aresta oeste”.
 
A expedição porteña chegou a 8000 metros, mas infelizmente o líder – Francisco Paco Ibañez – morreu de pneumonia e frostbites na descida.
 
Dhaulagiri 1956
 
Em 1956, o exército argentino retornou ao Dhaulagiri, por outra rota, mas a empreitada terminou a 7600 metros devido ao clima instável e à quantidade enorme de ventos. Terminava aqui a tentativa do Governo Argentino de realizar a primeira ascensão absoluta a uma montanha de 8000 metros. Em tempo, a primeira escalada do Dhaulagiri ocorreu em 1960.
 
Everest 1971
 
Depois de um hiato de quinze anos, outra expedição pioneira argentina rumou ao Everest (8850m), composta, dentre outros, pelos famosos montanhistas Carlos Comesana e Jose Luis Fonrouge. A escalada foi pela rota normal nepalesa e o máximo de altitude conseguido foi 8100 metros. De se notar, contudo, que esta foi a maior altitude alcançada por sulamericanos até então.
 
PRIMEIRO OITOMIL CULMINADO
 
Em 9 de junho de 1979, expedição chilena conseguiu os primeiros cumes sulamericanos na Alta Ásia, com Claudio Lucero e Gaston Oyarzun chegando ao cimo do Gasherbrum II (8035m).
 
Registre-se que essa conquista não é uma unanimidade no Chile, com vários alpinistas dizendo que não houve provas concretas do cume (aparentemente, não há prova fotográfica convincente). Além disso, Reinhold Messner, que estava na montanha à época, não reconheceu essa escalada.
 
PRIMEIRAS INCURSÕES BRASILEIRAS
 
Em 1982, Michel Bogdanovicz, Alexandre Bruno Ventre e Max Luiz Haim participaram de expedição ao Makalu (8485m). Não foram muito além dos 6700 metros, mas entraram para a história como os primeiros brasileiros a enfrentar um oitomil.
 
Em 1985/1986, José Luiz Pauletto participou de expedição invernal ao Kangchenjunga, e é o quarto brasileiro a enfrentar um oitomil. Foi até 7400 metros, a maior altitude atingida por brasileiros à época.
 
Em 1987/1988, Thomaz Brandolin foi o quainto brasileiro a enfrentar um oitomil, em expedição ao Makalu invernal, quando foi até 7200 metros.
 
Cumpre registrar que há polêmica em torno de Michel Vincent, escalador e esquiador nascido no Brasil e radicado na França. Aceitando-se suas conquistas (ele tem nacionalidade brasileira e passaporte de nosso país), foi dele a segunda participação verde-amarela na Ásia, com o cume do Gasherbrum II em 1985. Na sequência, ele também culminaria o Cho Oyu (8188m), em 1988, e o Everest (8850m), em 1992, todas primeiras ascensões brasileiras a estas montanhas (foi, portanto, o primeiro sulamericano a chegar a três oitomil).
 
PRIMEIRAS CONQUISTAS DE CADA PAÍS
 
Eis a lista cronológica do primeiro 8000 culminado por cada país sulamericano:
 
1º) Chile – 1979 – Gasherbrum II
2º) Colômbia – 1984 – Broad Peak
3º) * Brasil – 1985 – Gasherbrum II (Michel Vincent)
4º) Equador – 1987 – Shishapangma
5º) Argentina – 1990 – Dhaulagiri
5º) * Brasil – 1991 – Cho Oyu (para os que se opõem a Michel Vincent)
6º) Peru – 1992 – Everest
7º) Bolívia – 1998 – Everest
8º) Venezuela – 2000 – Gasherbrum II
 
Ainda não culminaram montanhas de oitomil metros: Paraguai, Uruguai, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.
 
8000s e 7000s CULMINADOS POR SULAMERICANOS
 
Esta é a lista de todos os 8000 e 7000 já pisados por sulamericanos e a data da primeira ascensão:
 
1974 – Pik Lenin
1979 – Gasherbrum II
1983 – Changtse
1984 – Broad Peak
1986 – Annapurna IV
1986 – Ismail Somoni (Pik Communism)
1986 – Muztagh Ata
1987 – Jannu
1987 – Cho Oyu
1987 – Shishapangma
1988 – Roc Noir
1988 – Glacier Dome
1988 – Annapurna Leste (cume subsidiário do Annapurna)
1990 – Dhaulagiri
1991 – Pumori
1991 – Pik Korzhenevskaya
1992 – Everest
1994 – K2
1995 – Rakaposhi
1997 – Manaslu
1998 – Lhotse
1998 – Kamet
1999 – Nanga Parbat
2001 – Makalu
2001 – Masherbrum II
2001 – Gasherbrum I
2003 – Nuptse
2006 – Kangchenjunga
2007 – Annapurna
2008 – Baruntse
2009 – Khan Tengri
 
PRINCIPAIS NOMES DO HIMALAISMO SULAMERICANO
 
Sem desmerecer os demais, alguns nomes se destacam pela quantidade de 8000ers angariados ao longo de suas carreiras:
 
Michel Vincent (BRA) [4 oitomil]
 
Polêmicas à parte, Michel Vincent foi o primeiro sulamericano a culminar dois, três e quatro montanhas de 8000 metros, nos anos 80/90: Gasherbrum II (1985), Cho Oyu (1988), Everest (1992) e Nanga Parbat (1999). Além disso, participou de inúmeras expedições a montanhas de 7000 metros também.
 
Mauricio Purto (CHIL) [3 oitomil]
 
O médico e montanhista chileno conquistou o Cho Oyu (1987), o Gasherbrum II (1990) e o Everest (1992). Em acréscimo, tem vasta quantidade de vídeos, livros e artigos técnicos escritos sobre alpinismo, além de ter a distinção de ser o primeiro sulamericano a fechar os 7 Cumes.
 
Waldemar Niclevicz (BRA) [7 oitomil]
 
O paranaense foi o principal expoente sulamericano dos anos noventa e culminou Everest (1995 e 2005), Shishapangma (1998), Cho Oyu (1998), Gasherbrum II (1999), K2 (2000), Lhotse (2002), Makalu (2008). Além desses, participou de várias outras expedições ao Himalaia e ao Karakoram, onde ascendeu o famigerado Trango Tower.
 
Ivan Vallejo (ECU) [todos os 14 oitomil]
 
A tocha da vanguarda alpina de Niclevicz ao longo dos anos 90 trocou de mãos nos anos 2000 e foi para o maior expoente do himalaismo sulamericano: o top climber Ivan Vallejo, o único de nosso continente a completar todos os catorze 8000: Manaslu (1997), Everest (1999 e 2001), K2 (2000), Cho Oyu (2002), Lhotse (2003), Gasherbrum I (2003), Gasherbrum II (2003), Makalu (2004), Shishapangma (2004), Nanga Parbat (2005), Kangchenjunga (2006), Annapurna (2007), Broad Peak (2007) e Dhaulagiri (2008).
 
Vallejo distingue-se também como o primeiro sulamericano a fechar o TOP 3 (Everest + K2 + Kangchenjunga), o primeiro a culminar o Everest sem oxigênio engarrafado e o primeiro a culminar o Everest pelos dois flancos (Nepal e Tibete), as duas sem oxigênio. Homem muito simples e grande montanhista, Ivan é um fenômeno.
 
Fernando Gonzalez-Rubio (COL) [7 oitomil]
 
Na mesma época de Vallejo e Niclevicz, o grande nome colombiano angariou sete montanhas de oito mil metros: Cho Oyu (1998), Everest (2001), K2 (2004), Nanga Parbat (2005), Annapurna (2007), Broad Peak (2007) e Dhaulagiri (2008). Desde então, está sumido, tendo participado de poucas expedições à Ásia.
 
Ernesto Olivares (CHIL) [4 oitomil]
 
O respeitado chileno participou de diversas expedições à Alta Ásia e culminou o Makalu (2001), o Everest (2004), o Lhotse (2006) e o Nanga Parbat (2007).
 
Cleonice Weidlich (BRA) [6 oitomil]
 
Mais recentemente, outros montanhistas têm galgado vários oitomil. Nesse particular, a  brasileira Cleo Weidlich ascendeu, até o momento, o Cho Oyu (2009), o Everest (2010), o Gasherbrum I (2010), o Manaslu (2010), o Kangchenjunga (2011) e o Dhaulagiri (2012). É, portanto, a mulher sulamericana com mais cumes de 8000 metros no currículo.
 
Santiago Quintero (ECU) [6 oitomil]
 
Outro expoente dessa nova geração sulamericana é Santiago Quintero, que ascendeu Broad Peak (2007), Makalu (2008), Gasherbrum II (2011), Cho Oyu (2011), Shishapangma (2013) e Manaslu (2015).
 
Mariano Galván (ARG) [6 oitomil]
 
Um dos nomes mais importantes dessa renovação de cenário é o argentino Mariano Galván, que culminou em curto espaço de tempo Lhotse (2011), Everest (2012), Gasherbrum I (2013), Gasherbrum II (2013), Broad Peak (2015) e Dhaulagiri (2016). O ponto alto de seu currículo até agora foi o Broad Peak pela Rota Carsolio, pouco usada e bem mais difícil que a rota padrão.
 
Richard Hidalgo (PER) [5 oitomil]
 
Ícone de seu país, Richard Hidalgo ascendeu Shishapangma (2006), Cho Oyu (2007), Manaslu (2011), Annapurna (2012) e Gasherbrum II (2015).
 
ALPINISTAS SULAMERICANOS MAIS EXPERIENTES
 
Abaixo a lista dos alpinistas sulamericanos que mais vezes participaram de expedições ao Himalaia e ao Karakoram:
 
26 – Ivan Vallejo (ECU)
18 – Guillermo (Willie) Benegas (ARG)
18 – Helena Coelho (BRA)
17 – Waldemar Niclevicz (BRA)
17 – Cleonice (Cleo) Weidlich (BRA)
16 – Fernando Gonzalez-Rubio (COL)
16 – Paulo Coelho (BRA)
12 – Thomas Heinrich (ARG)
11 – Richard Hidalgo (PER)
11 – Damian Benegas (ARG)
11 – Ernesto Olivares (CHIL)
09 – Maximo Kausch (ARG)
08 – Rodrigo Jordán (CHIL)
08 – Michel Vincent (BRA)
08 – Mariano Galván (ARG)
08 – Aníbal Piñeda (COL)
07 – Marcelo Arbelaez (COL)
07 – Patricio Tisalema (ECU)
07 – Manuel Arturo Barriso (COL)
07 – Irivan Gustavo Burda (BRA)
07 – Mauricio Purto (CHIL)
06 – Italo Valle (CHIL)
06 – Claudio Lucero (CHIL)
06 – Gonzalo Ospina (COL)
06 – Juan Pablo Ruiz (COL)
06 – Jose Antonio Delgado (VEN)
05 – Angel Ezequiel Armesto (ARG)
05 – Carla Perez (ECU)
05 – Rodrigo Raineri (BRA)
05 – Esteban Mena (ECU)
05 – José Luis Peralvo (ECU)
05 – Carlos Eduardo Santalena (BRA)
05 – Miguel Lito Sanchez (ARG)
05 – Nelson Cardona (COL)
05 – Christian Cuq Maggi (CHIL)
05 – Christian Garcia-Huidobro (CHIL)
05 – Claudio Galvez (CHIL)
05 – Marcus Tobia (VEN)
 
Observação: foram contabilizadas todas as incursões nas quais os alpinistas estiveram efetivamente envolvidos, descontando-se as expedições canceladas. Se numa temporada, o alpinista tentou duas montanhas de 8000 metros, são contabilizadas duas incursões.
 
FAÇANHAS SULAMERICANAS NA ALTA ÁSIA
 
Everest sem oxigênio engarrafado
 
Considerada pelos puristas como a única forma válida de ascender o Everest, há raras conquistas sulamericanas desoxigenadas:
 
1999 – Heber Orona (ARG)
1999 – Ivan Vallejo (ECU)
2001 – Fernando González-Rubio (COL)
2001 – Ivan Vallejo (ECU) [o único sulamericano a 2x EV noox]
2006 – Patricio Tisalema (ECU)
2006 – Vitor Negrete (BRA) [morto na descida]
2007 – Luis Felipe Ossa (COL)
2013 – Oswaldo Cartagena (ECU)
2013 – Esteban Mena (ECU)
2013 – Rafael Cáceres (ECU)
2016 – Carla Perez (ECU) [única mulher sulamericana]
 
Assim, dos 127 cumes no Everest por sulamericanos, apenas 11 foram desoxigenados. 
 
Registre-se que sete dessas onze conquistas foram por alpinistas equatorianos (64% do total). Isso demonstra a influência do grande Ivan Vallejo no montanhismo daquele país. Há muitos anos, Ivan montou o projeto “Somos Equador” e tem trabalhado de forma incessante em prol do montanhismo equatoriano, incentivando os novos talentos a escalar o Everest de forma limpa, sem oxigênio engarrafado. Suas lições renderam frutos: o Equador é o país especialista em cumes sem oxigênio extra no Everest.
 
Nova Variante na Face Leste do Everest
 
Expedição chilena ao Everest em 1992 realizou a primeira ascensão sulamericana à Grande Montanha e em alto estilo, por uma rota difícil na Face Leste (a menos explorada e raras vezes conquistada), e com uma variante intermediária por quase 500 metros. Cumes de Rodrigo Jordán, Christián García-Huidobro e Juan Sebastián Porcile.
 
Dez Cumes no Everest
 
Se já é difícil fazer um cume no Everest, o que dizer de dez conquistas? Esse é o número mítico de Guillermo “Willie” Benegas (ARG), mítico guia de montanhas patagônico residente dos Estados Unidos, que chegou ao número mágico na temporada de 2010.
 
Face Sudoeste do Shishapangma
 
Praticamente todos os alpinistas que culminaram o Shishapangma o fizeram pelas rotas da Face Norte (Rota Chinesa e variantes e Rota Austríaca). Coube aos discretos argentinos Alfredo Cevallos e Federico Sacchi quebrar essa regra e realizar a primeira sulamericana à técnica Face Sudoeste do Shishapangma, em 2007.
 
Nova Rota na Torre Sem Nome do Trango
 
Guillermo Benegas (ARG) escalou uma nova rota – Book of Shadows (“Livro das Sombras”) – na vertiginosa face norte da Torre Sem Nome do Trango, um feito memorável, em 1995. A segunda ascensão sulamericana a este cume deu-se por Irivan Gustavo Burda, Waldemar Niclevicz e Marcelo Santos em 2001.
 
Cume Invernal no Cho Oyu
 
O argentino Miguel Lito Sanchéz culminou o Cho Oyu, pela rota normal, em fevereiro de 1993, em pleno inverno. É a única conquista invernal de um 8000 por um alpinista de nosso continente.
 
Nova Rota no Nuptse
 
Os irmãos Guillermo e Damián Benegas, lendários alpinistas argentinos naturalizados americanos, abriram nova e dificílima rota na Face Norte do poderoso Nuptse, batizada de Crystal Snake (“Cobra de Cristal”) em 2003.
 
Desvirginamentos na Alta Ásia
 
São poucas as novas rotas e montanhas virgens conquistadas por sulamericanos no Himalaia e no Karakoram. Ainda assim, algumas conquistas importantes podem ser pontuadas:
 
1956 – Manapathi – Emiliano Huerta (ARG)
2003 – Pharilpacha – Marcelo Rey Belo e Juliana Bechara Belo (BRA)
2015 – Baintha Artha – Marcos Costa (BRA)
2015 – Beding Go Peak – Dino Camargo (BRA)
 
ESTATÍSTICAS GERAIS
 
Me interesso pelo alpinismo sulamericano fazem mais de vinte anos, ao longos dos quais registrei toda as expedições e incursões de nossos alpinistas à Alta Ásia. Analisando o material, disposto em tabelas, é possível fazer as análises a seguir.
 
a) Número Total de Expedições Sulamericanas (1954-2015)
 
Até dezembro/2015, foram 361 incursões sulamericanas na Alta Ásia (incluindo as expedições organizadas por montanhistas sulamericanos e as participações de alpinistas de nosso continentes em expedições de outros países).
 
Ao todo, são 531 montanhistas diferentes que foram ao Himalaia e ao Karakoram. Se contadas as repetições (alguns montanhistas participaram de várias expedições), temos 916 participações sulamericanas e 276 êxitos. Taxa de sucesso: 30,13%.
 
Países com maior quantidade de expedições/participações:
 
106 – Argentina
84 – Brasil
61 – Equador
40 – Chile
37 – Colômbia
19 – Peru
10 – Venezuela
7 – Bolívia
3 – Guiana Francesa
2 – Uruguai
0 – Paraguai
0 – Suriname
0 – Guiana Francesa
 
b) Números Gerais de cumes – por montanha (1979-2016)
 
Everest – 127 cumes
K2 – 8 cumes
Kangchenjunga – 2 cumes
Lhotse – 20 cumes
Makalu – 9 cumes
Cho Oyu – 44 cumes
Dhaulagiri – 8 cumes
Manaslu – 10 cumes
Nanga Parbat – 9 cumes
Annapurna – 4 cumes
Gasherbrum I – 7 cumes
Broad Peak – 6 cumes
Gasherbrum II – 19 cumes
Shishapangma – 8 cumes
 
Como se verifica, dos 276 cumes sulamericanos (desde 1979), a esmagadora maioria concentra-se no Everest e no Cho Oyu, que respondem por 62% do volume total. 
 
Os outros oitomil foram raramente visitados por sulamericanos, e muito pouco culminados. Por exemplo, o Broad Peak e o Gasherbrum II, conquanto não sejam tecnicamente desafiadores, foram pisados apenas 6 e 7 vezes, respectivamente. 
 
O mítico K2 foi ascendido somente 8 vezes. Pior situação é a do Annapurna, com apenas quatro cumes até hoje. E o menos escalado de todos é o Kangchenjunga, com apenas 2 êxitos (Ivan Vallejo e Cleo Weidlich).
 
c) Números Gerais de cumes – por país (1979-2016)
 
Eis a lista da quantidade de cumes por país:
 
71 – Argentina
68 – Chile
45 – Brasil
44 – Equador
25 – Colômbia
12 – Peru
07 – Venezuela
04 – Bolívia
 
A Argentina e o Chile lideram, respondendo por mais de 50% do total de cumes.
 
d) Grau de Periculosidade
 
Foram 916 participações, 276 cumes e, infelizmente, doze mortes sulamericanas na Ásia (incluindo o passamento de nosso Vitor Negrete).
 
Com base nesses números, dois graus de periculosidade podem ser calculados.
 
Mortes / Cumes = 4,35% de periculosidade
 
Mortes / Alpinistas no Total = 1,31% de periculosidade
 
 
Autor: Rodrigo Granzotto Peron
Finalização do texto: 13-6-2016
 
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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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