A história das ascensões relâmpago realizadas por mulheres no Aconcágua é relativamente recente e há poucas protagonistas. Esta história se inicia no dia 25 de janeiro de 2001 quando a argentina Maria Marckern deixou o acampamento base Plaza de Mulas localizado numa altitude de 4300 metros às 3 da manhã, chegou ao cume ao meio dia e retornou ao acampamento às 4 da tarde.
15 anos depois, no dia 7 de fevereiro de 2016, a reconhecida atleta de trail running brasileira Fernanda Maciel completou o mesmo percurso em 14 horas e 20 minutos, com uma ascensão de 9 horas e 50 minutos e o resto de descida. Apesar de ser um tempo maior que de Maria e ter recebido muita publicidade, a montanhista argentina não se importou em registrar seu recorde na época, daí os dados terem apenas aparecidos após a realização de Fernanda.
Fernanda, no entanto, após fazer o cume partindo de Plaza de Mulas, decidiu fazer a tentativa a partir de Horcones, que é a entrada do Parque do Aconcagua e onde começa de fato a trilha na montanha, numa altitude de 2950 metros, um recorde que se mantém e que é muito mais desafiador, já que são cerca de 75 quilômetros ida e volta e uma ascensão de 4 mil metros!
Apenas 13 dias depois de Fernanda Maciel ter batido o recorde, a guia de trekking de San Martín de los Andes, na Patagônia argentina María Isabel “Chabela” Farías, de 25 anos, fez uma surpreendente escalada de Plaza de Mulas até o cume e voltando à Plaza de Mulas em 12 horas e 50 minutos. Chabela, como é chamada pelos amigos, carregou seu próprio equipamento, não fez preparação específica e mesmo assim baixou em 1 hora e 40 minutos o recorde anterior neste trajeto.
No site Aconcagua on line, María Isabel comenta que fez a ascensão sem ter como objetivo o recorde. Ela subiu muito rápido até Nido de Condores e quando estava em Piedras Blancas, cruzando com uma equipe da Patrulha de resgate, ela foi atenta com o fato:
“Me deram um toque de que estava com um ritmo muito bom e perguntaram por que não tentar bater o recorde” Disse Chabela.
Motivada, a guia de trekking fez cume em apenas 9 horas e 16 minutos. Na volta ela reencontrou novamente os membros da Patrulha de Resgate que descia o corpo de um japonês que falecera na montanha semanas antes. Ela chegou a se oferecer a ajudar, mas os socorristas disseram para ela continuar e bater o recorde.
María Isabel agora se deu conta de seu feito e acha que poderia ter feito melhor. Seu próximo projeto agora é tentar bater o recorde que ainda é de Fernanda: Fazer Horcones x cume x Horcones em menos tempo que a brasileira.
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