Estudada desde 1925, pelo doutor Carlos Monge, o mal da montanha, ou como se diz no Peru, “Soroche” afeta de 5 a 20% dos habitantes de diferentes alturas andinas, sejam nativos ou não. Até agora, o melhor remédio para combater este mal era remover o paciente para altitudes mais baixas. Entretanto, com a identificação da testosterona como um hormônio que contribui para a piora dos sintomas, irá ajudar os médicos a encontrar uma maneira de aliviar o sofrimento de quem vai às montanhas elevadas.
Este estudo foi realizado por pesquisadores peruanos da universidade Cayetano Heredia e recebeu o premio Quilab de pesquisa médica. “A nível mundial, sempre foi estudado o hormônio Eritropotina, que aumenta os glóbulos vermelhos, para explicar o mal de montanha, mas nunca foi encontrada uma relação. Nós decidimos estudar outro hormônio que também regula a produção de glóbulos vermelhos que é a testosterona”, explica o médico pesquisador Gustavo Gonzáles, autor e chefe das pesquisas.
Os pesquisadores da Universidade Cayetano Heredia trabalharam entre setembro de 2007 e abril de 2008 com 28 homens de Lima (ao nível do mar) e de Cerro de Pasco (4340 metros de altitude), todos adultos entre 35 e 65 anos de idade, os quais induziram uma maior secreção de testosterona com hormônio gonadotrofina. O resultado foi uma maior resposta nos nativos de altitude. Estas evidências permitirão encontrar estratégias terapêuticas para atenuar os neveis de testosterona e mitigar os efeitos do mal de montanha.
Os sintomas do mal da montanha afetam particularmente os homens, são elas: cefaléia, enjôo, transtornos no sono, zumbidos no ouvido, fadiga física e mental, alterações na memória entre outros. Entretanto a anormalidade mais importante é a quantidade excessiva de glóbulos vermelhos, o que eleva a viscosidade do sangue no organismo. Esta situação afeta o sistema respiratório e cardiovascular, ocasionando edemas cerebrais e pulmonares que podem resultar em morte.
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