Operador de turismo responsável pela logística de Rodrigo Raineri é preso após morte do brasileiro

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Na semana passada, a notícia da morte do montanhista Rodrigo Raineri após um acidente de parapente comoveu a comunidade de montanha do Brasil. Segundo testemunhas, o parapente dele colapsou e ele caiu na região do Karakoram.

Região do trekking ao K2. Foto: Maria Tereza Ulbrich

Rodrigo era experiente e voava há 17 anos. No entanto, essa foi a primeira viagem dele para voar no Paquistão. Após o acidente, as autoridades locais decidiram investigar se o grupo possuía permissão para voar, o que culminou na prisão do chefe do grupo de trekking.

Rodrigo estava viajando em uma expedição promovida pelo famoso piloto francês Antoine Girard, que por sua vez contratou os serviços de uma empresa local, a Alpine Adventure Guides Pakistan, para cuidar da logística do acampamento base.

As autoridades locais afirmam que o grupo de Antoine não possuía o Certificado de Não Objeção (NOC), que é uma autorização para voar na região. Por isso, Ali Muhammad, o diretor da agência contratada, foi levado sob custódia em Gilgit.

A Associação Paquistanesa de Operadores de Turismo defendeu o operador de turismo, alegando que ele solicitou as permissões em 03/07 para a região de Goro II, e que Antoine, Rodrigo e o restante do grupo decidiram voar antes, já saindo de Askole.

“O líder do grupo estrangeiro e o cliente tomaram essa decisão sem informar o operador turístico, o que resultou na morte do piloto de parapente. Em esportes de aventura, particularmente esportes de aviação, acidentes geralmente ocorrem devido a erros”, diz uma declaração emitida pela associação.

Já Antoine alega que não sabia sobre a falta de permissões e que não era responsável por Rodrigo. “Ninguém é responsável pelo acidente. Quando voamos, a responsabilidade é nossa”, declarou Antoine. Ele também esclareceu que só ficou sabendo da morte de Rodrigo um dia depois e que foi orientado pelas autoridades locais a ficar no Acampamento de Concordia, onde poderia receber ligações para prestar esclarecimentos.

No entanto, no site em que divulga os seus serviços, Antoine declara que será responsável pela logística, mas não será guia. “Meu papel é organizar toda a logística, passar meu conhecimento de voo a 8.000 m e no Paquistão em geral. Todos devem ser autônomos em voo e no solo e assumir suas próprias responsabilidades. Em nenhum caso você é guiado ou está sob minha responsabilidade”, diz.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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