Quem passeia pela região de Morretes, para realizar a descida de bóia cross no Rio Ipiranga, banhar-se em Prainhas, caminhar pela trilha do Itupava ou fazer montanhismo no Marumbi num dos locais mais turísticos da baixada litorânea do Paraná irá estranhar um desmatamento quase ao lado do centro de visitantes que recebe todos os turistas que passam pela região. São cerca de 800 m2 de mata nativa que foram suprimidas, mas tudo dentro da lei, mesmo estando no limite de um parque estadual, o do Marumbi.
O Parque Estadual do Marumbi é uma Unidade de Conservação de proteção integral, ou seja, é um local onde se prioriza a preservação ambiental, mas também permite-se o uso público, que diga-se de passagem anda meio capenga no local, visto que desde 2011 sua sede está em reforma e desde então o camping que ali existia está fechado, impossibilitando que os visitantes possam fazer um pernoite. O Parque também está com seu plano de manejo desatualizado desde 2001, ano em que este estudo, que regulamenta o uso público venceu, visto que o mesmo deve ser refeito de 5 em 5 anos. De lá para cá, o parque sofreu uma ampliação, mas pouco foi investido em melhorias e fiscalização.
O desmatamento, que está nas proximidades dos novos limites, foi autorizado pelo órgão que gere a Unidade de Conservação, o IAP. Esta autorização, que custa R$1500,00, é regulamentada pela resolução de número 300 do CONAMA (Código Nacional do Meio Ambiente).
Uma denúncia, realizada por um montanhista pertencente ao Clube Paranaense de Montanhismo mostra fotos do local e que árvores de grande porte foram suprimidas, como uma Figueira que aparentava ter entre 70 e 80 anos. A informação que se tem, é que no local será construída uma residência particular.
O Marumbi é considerado o berço do montanhismo brasileiro, pois ali, no ano de 1877 ocorreu a primeira escalada em solo nacional com motivação esportiva registrada. O Parque Estadual existe desde 1990 motivado pelo tombamento realizado em 1978 que foi baseado em trabalhos do geólogo paranaense João José Bigarella que mostraram que o assoreamento da Baía de Paranaguá e dos canais de navegação do Porto de Paranaguá era conseqüência do desmatamento da serra.