Esta coluna continua a série iniciada com o tema da proeminência. É a primeira coluna onde comento sobre acidentes geográficos. Claro que tinha de começar pelas montanhas.
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O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota ancestral de peregrinação que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela. Desde o século IX, muitas pessoas partem de suas cidades tendo como destino o túmulo de Tiago, o Maior, o primeiro dos apóstolos de Jesus a ser martirizado e morto.
Ano 2016: Alisson Cotrim Wozniak, Jean Rodrigues Dias, Jorge Andrés Soto Sepúlveda, Juliano Pereira Santos, Julio César Fiori e Natan Fabrício Loureiro Lima.
Não escalar também serve como aprendizado. Ansiosa por cascatas e corredores norte, em fevereiro não foi possível escalar muito pelos Pirineus devido à uma das piores tempestades que atingiu a região nos últimos anos e depositou uma quantidade enorme de neve nas montanhas, criando condições perigosas e impossibilitanto a escalada semanal. Mesmo assim foi possível explorar um pouco, eventualmente tendo que mudar os planos devido ao clima.
Quando se fala em escalada e Espanha, a primeira coisa que costuma vir à cabeça é a escalada esportiva, e locais famosos como Oliana, Margalef, Siurana e afins. Mas a Espanha não é só escalada esportiva, e não é por acaso também casa de vários alpinistas fortíssimos e pioneiros em aberturas de vias duras em todas as cordilheiras mais importantes do mundo. Com locais como a Sierra Nevada, Gredos, Picos de Europa e principalmente os Pirineus, os espanhóis, catalãs e vascos tem um prato cheio pra treinar e se aperfeiçoar bem no quintal de casa.
Já o Inverno tinha entrado na Primavera e ainda não tinha chegado a ansiada encomenda especial. Após os últimos dias de actividades de neve na Serra da Estrela, ainda esperávamos um fim-de-semana alargado extra para fechar a época. Esse fim-de-semana surgiu dos dias 13 a 16 de Abril, quando vimos uma aberta de bom tempo nos Pirinéus. Já há algum tempo que tínhamos uma linha em vista nos Gabietos, um 3000 lá para as proximidades de Ordesa.
A família de Gilbert Janeri, brasileiro encontrado morto nos Pirineus, na Espanha, chegou em Santiago de Compostela neste domingo, dia em que o executivo havia planejado chegar. A data não foi premeditada, já que dependia do resultado do exame de DNA que demorou para sair. Eles levavam as cinzas de Gilbert, cremado no sábado na cidade de Pamplona. Pelo caminho percorrido, Sônia Janeri, irmã do executivo, o marido dela, a filha e o genro deixaram homenagens.
– Olha, o teu projecto está em condições!
A mais de mil quilómetros de distância conseguia sentir a excitação na voz do Miguel Grillo ao telefone. Nem sequer era necessário dizer-me o nome, para eu adivinhar a que projecto se referia. Estávamos em pleno inverno de 2002, e eu estava plantado em Benasque, no coração dos Pirinéus. O Miguel, o João (Animado) e o Hélder Massano encontravam-se na Serra da Estrela. Naqueles dias, tinham-se formado quase todas as cascatas habituais, incluindo a rara e emblemática Cascata do Inferno. Mesmo à direita desta ultima ex-libris, existe um tecto pronunciado desde o qual se ergue de quando em quando, uma fantástica cascata de gelo inacessível, a quase 30 metros da base da parede. Esta inacessibilidade, esta aparente impossibilidade, foram talvez os verdadeiros motivos que despertaram a minha imaginação, que atraíram os meus sonhos de aventura. Aquele tecto provocador de granito, um tecto que cortava inexoravelmente o acesso à bela linha de gelo imaculado, representava um desafio irresistível.
Resumo
No passado mês de Junho a Daniela e eu concluímos um périplo de aberturas que começou nos Alpes, percorreu alguns dos lugares mais bonitos dos Pirinéus e terminou na emblemática parede de granito da Meadinha na serra da Peneda. Decidimos contar a historia em episódios pois o resultado final de três semanas de acção traduziu-se em cinco novas vias, entre algumas outras repetições com características bem diferenciadas entre si, quer ao nível técnico, quer em vivências e emoções. Os dois pontos em comum fundamentais a todas as aventuras: a beleza natural e a tranquilidade dos locais. Este é o primeiro relato da Daniela acerca da nossa pequena e muito particular “Climbing Trip”.
De novo, aquela época do ano de escaladas efémeras. A estação das vias mágicas que, um dia estão lá e, no outro, já não existem. Itinerários que surgem com o descer das temperaturas e desaparecem quando o mercúrio volta a subir. Por vezes, o estar e o não estar, são dois mundos apenas divididos por escassas horas. Uma metamorfose apenas concebivel no universo fantástico das cascatas de gelo.