Pelo Pedrão do Gomeral

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Gomeral é um bairro rural de Guaratinguetá (SP) situado em torno dos 1.200 m de altitude numa encosta privilegiada da Mantiqueira, cujos paredões se debruçam verticalmente ao Vale do Paraíba próximos à divisa com Campos do Jordão. O simpático local é recheado de trilhas q levam a locais interessantes, com destaque pra Pedrão, q além de ser o pto culminante é tb cartão-postal do vilarejo. No entanto, achar infos de sua vereda (seja na net ou no local) termina sempre convergindo pra conhecida conversa da “contratação-do-guia-local-pra-não-se-perder“. Como a idéia é não fazer qq passeio de “mão dada“, metemos às caras por conta pra realizar uma travessia em formato de “ferradura“ no local. Assim, subimos ao alto dos 1789m da Pedrão pela sua picada “normal“ pra retornar por sua variante noroeste, resultando num agradável circuito montanheiro com pernoite selvagem ideal prum fds de bom tempo. E sem necessidade de guias, claro.


Movidos por uma previsão otimista e pelos dias de sol (porém frios) durante a semana, estávamos já a um tempo conversando a respeito do rolê pelo Gomeral com pernoite no estreito cume de sua pedra-mor. Dessa forma eu, o Nando Gil e o Fernando Souza tomamos o asfalto na manhã de sábado rumo Aparecida, surpresos pelo péssimo tempo q se abatera na região sudeste um dia antes por conta de uma frente fria. Uma nebulosidade esbranquiçada dominava td o firmamento sobre o Vale do Paraíba, trazendo eventuais cortinas de fina garoa q se chocavam no pára-brisa do veículo. Entretanto, nosso otimismo era cunhado pelas eventuais pequenas frestas de céu azul e de sol q às vezes rompiam aquele negrume nada animador q tb cobria td extensão da Mantiqueira.

Chegamos em Aparecida por volta das 10:30 onde buscamos o ultimo integrante do nosso quarteto desbravador, o Fernando Barros, montanhista conhecido da cidade q tem mtas estórias pra contar de seus rolês pela região. Como assim, 3 Fernandos??!! Pois é, e pra melhorar o entendimento da jornada passarei a chamá-los por seus respectivos sobrenomes. Pois bem, de Aparecida fomos de encontro à extensa muralha da Mantiqueira, seguindo o emplacamento sentido Potim, cidadezinha no caminho q atravessamos por completo após passar pela ponte sob o largo e manso Rio Paraíba do Sul.

A partir dali praticamente estamos longe do perímetro urbano de Guará, acompanhando a sinalização sentido o bairro rural de Pedrinhas, onde as 11:27 temos um breve pit-stop sob fina garoa pra tomar umas brejas, uma dose de pinga e saborear um delicioso pastel enqto contemplamos a serra parcialmente encoberta. Visível mesmo, só a ponta de uma crista desgarrada do maciço principal q culmina no gordo dedo rochoso q atende pelo nome de Pedra Pequena, local onde o pessoal costuma praticar rapel.

A partir de Pedrinhas a retidão do asfalto dá lugar a uma sinuosa estrada de terra q galga suavemente as encostas serranas rumo Campos do Jordão, Gomeral, Pirutinga e Taquaral, conforme indicam placas carcomidas de metal. Conforme ganhamos altitude passamos por varias mini-cachus à nossa esquerda, e gdes desbarrancados q evidenciam a enorme tromba d´água q arrastou td serra abaixo, anos atrás.

Após 8 sacolejantes kms chegamos na pacata Gomeral, q nada mais é um punhado de casas esparramadas ao largo da tal estrada, q prossegue ininterrupta ao alto da serra e depois dá seu estirão final ate o Horto Florestal, a 10km dali. Tem esse nome pelas grandes Gomeiras, árvores abundantes nessa região da Serra da Mantiqueira. A meio-caminho topamos com o casarão branco em estilo colonial q é a Pousada da Donana, q passamos batido por já saber de antemão q é ali q são gerenciados os monitores/guias da região.

Após visitar a bela Igreja São Lazaro, situada numa bucólica encosta forrada de pinheiros, retornamos ao “centro” do bairro, mais precisamente no Restaurante Gomeral, onde deixamos o veiculo com a simpática proprietária do estabelecimento, a faladora Dna Helena. Alem de conseguir raras infos da trilha com ela, calibramos ainda mais o organismo com pinga local e outra cerveja. Dose é ter de agüentar o alto som de um estridente refrão sertanejo tocando sem parar nalgum lugar da cozinha. Nesse meio-termo, fomos alertados da presença de onças na região. Será mesmo?

O dia alterna um céu nublado permanente com eventuais brechas de sol e céu azul, ate começar a garoar de vez. Mas apesar do frio reinante havia q começar a pernada, e exatamente as 13:30 q de fato pusemos pé-na-estrada com as poucas infos q dispúnhamos, alem do péssimo tempo nos obrigar a trajar as capas-de-chuva.Descemos então algo de 200m pela estrada, cruzando uma ponte sobre um riozinho e buscamos passar fora da vista da Pousada Donana visto q estávamos com pesadas cargueiras q já denunciavam nossas intenções. Mas parece q o mau-tempo até nos ajudou, pois dificilmente haveria gente “fiscalizando” as trilhas naquelas condições.

Pois bem, a picada pro Pedrão (tb conhecido por Pedrona, Pedra Preta ou até Pedra Grande) realmente sai de bem perto da Pousada Donana, mais precisamente alguns metros à frente dela,do lado esquerdo da estrada. Mas não tem erro,uma vez q é meio q intuitivo deduzir q qq acesso à montanha dá-se pelas suaves encostas de pasto q se esparramam em frente ao casarão por serem de fato menos íngremes. Passamos uma cerca em meio a uma matinha onde escorre um pequeno fio d´água, e dali a picada desvia pra direita emergindo de vez no pasto.

Não bastasse a fina garoa fustigando nosso rosto, o capim alto umedecido se encarrega de ensoparnos de vez.Começamos então a subir indefinidamente em fortes ziguezagues a íngreme encosta avistada,nos valendo das trocentas trilhas de vaca e sempre tomando cuidado pra não pisar em seus dejetos. Após ganhar certa altitude, o sentido é intuitivo, sempre pra cima. Desviamos um pouco pra esquerda atravessando uma lingua de mata por onde escorre água, e dali seguindo sempre em direção à crista ascendente principal, marcada por uma solitária paineira em meio ao pasto ralo de onde parte uma cerca. Esta cerca delimita a propriedade de Seu Roberto, cujos estridentes cães anunciam nossa presença.

Após uma breve parada pra retomada de fôlego sob a paineira, damos continuidade à árdua subida pelo capinzal, onde deixamos a cerca à esquerda de modo a ganhar o ombro serrano da crista principal. Uma vez lá olhamos por sobre o ombro e temos uma ampla vista do vale do Gomeral e dos contrafortes despencando do outro lado. Olhando pra frente e parcialmente encoberta pela neblina, temos uma longa crista de pasto q finda numa gde floresta, mata remanescente de Mata Atlântica, ao sopé do pico, q ergue-se de forma imponente em formato de pirâmide quase 700m acima da gente!

Por sorte a esta altura a chuva cessara, embora o tempo permanecesse envolto em brumas invertas. Independente disso, nossa pernada agora tomava rumo crista acima, em sentido bem obvio, pelo menos pra mim e pro Souza. No entanto, o Barros insistiu em deixar essa crista em favor de sua encosta direita, onde alegava estar a trilha definitiva q se enfiava mata adentro, contornava a pedra pela direita em diagonal ate dar no cume. Foi o q fizemos então, desviamos pra direita cruzando mais um pequeno fio d´água envolto em lama, ate dar noutro pastado plano antes de mergulhar de vez no meio da mata.

A picada na mata era ate bem batida, sempre bordejando em nível a encosta direita da montanha, de onde ouvíamos claramente um ruidoso riacho q acompanhávamos ao longe, num vale abaixo. Mas não demorou pra picada desaparecer definitivamente diluindo nossas esperanças de subir sem problemas. Ate então o Gil já demonstrava não querer prosseguir a pernada por conta do mau-tempo e de uma inconveniente dor-de-dente, e resolveu abortar a subida qdo percebeu q ela se daria na base da vara-mato. Daí ele retornou afirmando q ficaria acampado no pastado anterior.

Com o quarteto reduzido a trio, pra não ter de voltar td resolvemos simplesmente azimutar a bússola sentido à base da pedra e rasgar mato no peito, subindo diagonalmente a encosta q palmilhávamos ate ganhar novamente a crista principal. E lá fomos nós sem mta dificuldade, ganhando aos poucos altitude no meio da mata, desviando das touceiras maiores de samambaias e principalmente de bambuzinhos. Por sorte nossa tática revelou-se acertada pois às 15:50 interceptamos a larga trilha principal, uma quase avenida até, q realmente partia do ombro serrano q eu e o Souza havíamos inicialmente cogitado!

Uma vez na trilha certa foi só alegria, pois ganhamos rapidamente altitude serpenteando montanha acima até já começar a ter um vislumbre próximo do paredão cinza da pedra através da mata! Às 16:20 emergimos da mata na base do paredão rochoso do pico, onde dali a trilha o contorna pela direita, subindo forte através vários degraus rochosos q demandam nossas técnicas de escalaminhada básica. Mãos e pés buscam agarrar-se a qq apoio visível, seja mato, galhos ou rocha de modo a trazer mais segurança à nossa íngreme ascensão, bem exposta por sinal, por sua vez desequilibrada por nossas pesadas cargueiras nas costas!

Mas após este trecho adrenado rente à rocha e mais outro breve trecho pirambeiro através de matinha de altitude, eis q as 16:45 desembocamos finalmente no cume do Pedrão! Estreito, o topo da pedra se espicha quase no sentido norte-sul através de mata nebular de médio porte ate dar na proa, isto é, uma pedra q serve de mirante na sua borda sul. Dali se avista boa parte do quadrante oeste do Vale do Paraíba: Guará, Aparecida, Potim, Pindamonhangaba e até Taubaté, tds incrivelmente iluminadas pelo sol de final de tarde, enqto aqui predominava um tapetão de nebulosidade q cobria o alto da crista do paredão da Mantiqueira, à nossa direita, com destaque pro Pico Itapeva. Ao sopé do paredão vimos tb a charmosa Usina Sta Isabel, cujas cores claras destacavam-se do verde escuro da mata ao redor.

Pois bem, com o dia findando e o céu se cobrindo de nuvens num piscar de olhos, a temperatura caiu rapidinho nos obrigando a trajar mais roupa assim como levantar acampamento. Não tivemos problema qto isso,pois bastou montar as barracas perfiladas na mesma trilha, num trecho bem plano. Na seqüência nos enfiamos nos aconchegantes sacos e nem preparamos janta por conta do frio q tomou conta do cume. De uma hora pra outra o termômetro marcou 4 graus, nos obrigando a trajar td roupa q trazíamos a tiracolo! Só o Barros q ficou de fora conversando conosco, nos contando suas estórias de trips pela região com destaque pruma de assombração numa crista próxima dali.

Mas assim q o manto negro da noite caiu sobre a gente as conversas foram deixadas de lado pra dar lugar ao merecido sono dos justos. De madrugada ventou forte e fez um frio ainda maior, me obrigando a revirar inúmeras vezes no saco de modo a esquentar de alguma forma. As fortes rajadas de vento alem de remexer td estrutura da barraca tb trazia abaixo td a umidade depositada na vegetação ao redor, q tamborilava no sobre teto da mesma. Pior foi qdo tive q sair da barraca pra “regar a moita”, onde só faltou mijar em “cubos de gelo”! Apesar da friaca desgraçada, a recompensa foi o de me surpreender ao me deparar q a nebulosidade havia sido dispersada totalmente pela ventania noturna dando lugar a um firmamento coalhado de estrelas, sem falar nas luzes das cidades próximas cintilando aqui e ali. Essa promessa de bom tempo pro dia sgte era bem animadora, e assim tornei a cair num sono pesado novamente.
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No domingo sgte minhas previsões se confirmaram e amanheceu estupidamente lindo, um céu azul de ponta a ponta sem qq vestígio de nuvem corrompendo o firmamento. Um tapetão de nuvens cobria Guará de ponta a ponta, no mesmo instante em q o sol nascente projetava a gigantesca sombra piramidal do Pedrão sobre o vale debruçado a nossos pés! Após uma linda alvorada com o Astro-Rei nascendo atrás da Mantiqueira, ainda lagarteamos preguicosamente em nossos sacos ate a hora q seus acolhedores raios realmente tocaram nossas barracas. E com razão,pois o termômetro do Barros marcava exato um grau centigrado! Suplicio depois foi ter de vestir a meia úmida e calçar a bota molhada.

Levantamos acampamento sem pressa, tomamos um rápido desjejum e nos pusemos a andar exatamente as 9hrs em ponto! Como não retornaríamos pela mesma trilha de subida, tomamos uma picada bem obvia q sai do topo da pedra e segue em direção ao escarpado selado q a une à cadeia principal da Mantiqueira, à oeste. Pois é, o Pedrão é uma montanha desgarrada da Mantiqueira unida apenas por uma pequena cristinha a ela, e seria por ela e voltaríamos pra então, a meio-caminho, desviar pra direita (nordeste) retornar ao Gomeral e completar a “ferradura” inicialmente proposta.

E assim fomos descendo forte pela supracitada crista pra mergulhar de vez túneis de mata nebular, ate quase nivelar mais a diante. Matas de bambus se alternam no caminho com arbustos retorcidos ornados de vistosas bromélias, onde a picada nos levam a um belo mirante rochoso de onde temos uma bela paisagem tanto do Vale do Gomeral como do paredão enorme da Mantiqueira se debruçando sobre ele.

Ainda pela trilha, após contornar um enorme paredão rochoso pela esquerda e andar um tempo em nível, a vereda desce uma piramba bem íngreme q demanda o uso das mãos em certo momento. Algumas enormes touceiras de bambu caídas nos obrigam a rastejar em certo momento, mas nada demais ate então. Passado este trecho a picada finalmente desvia pra nordeste conforme prevíamos e perde altitude suavemente ate desembocar na base mesmo do selado q palmilhamos. Aqui temos uma trifurcação onde deduzimos q nossa rota seja pelo ramo da direita. Fica a dica de verificar os rumos das demais direções.

Tomando a direção supracitada acompanhamos a encosta serrana em nível, perdendo altitude suavemente sem problema algum de navegação. A caminhada é tranqüila e desimpedida em meio agora a uma densa floresta, q eventualmente cruza córregos de água límpida q podem abastecer cantis menos favorecidos. Mais adiante temos mais uma bifurcação, mas ao invés de seguir a lógica (sempre direita), desta vez tomamos a esquerda (norte) onde desembocamos num enorme pastado onde a trilha termina, já no aberto. Poderíamos ter retornado e prosseguir pela trilha na mata, mas decidimos descer por ali mesmo pois já não havia mais problema algum de orientação pois bastava simplesmente perder altitude pelas sucessivas cristas de pasto menos íngremes. O único inconveniente deste trajeto são os malditos e espinhentos carrapitchos, q se agarram à roupa feito carrapatos, q não duvido ali tb residirem. No caminho, o forte sol matinal iluminava o Pedrão ao nosso lado, q agora apresentava-se sob nova perspectiva na forma de um baú, sob uma nuvem esmeralda de ruidosas maritacas reclamando nossa intromissão ali!

Perdendo altitude rapidamente aos ziguezagues por sucessivas encostas, passamos por um cocho de onde avaliamos o resto da pernada, q por sua vez não oferece dificuldade alguma. E assim após percorrer uma trilha de downhill e cruzar um pequeno bosque de eucaliptos terminamos dando numa estradinha de terra, as 11:11. Daqui o sentido é obvio, sempre estrada abaixo. Ao invés disso, cortamos caminho através de um riozinho q cruzava à mesma já logo no inicio, descendo cuidadosamente ora numa margem ora por outra, tomando cautela nos lajedos de não deslizar pelos lajedos besuntados de limo.

Dessa forma não tardou a desembocarmos, as 11:30, na ponte bem ao lado da lanchonete da Dna Helena e longe da vista da Donana! Claro q fomos comemorar nossa empreitada saboreando os petiscos de queijo curado da lanchonete, afinal tínhamos q aguardar o Gil retornar da montanha. Nesse meio-tempo mandamos ver um delicioso PF de truta, especialidade da casa, regado a pinga e cerveja! O Gil so deu as caras de fato por volta das 12:30, dizendo q pela manha havia ate tentado um ataque ao cume, mas desistiu assim q viu a mata se fechar.

Sem pressa alguma, ficamos ali desfrutando nossa digestão etílica antes de partir. Claro q viramos atração do local por termos “desafiado as onças da montanha”, e não demorou pro maior guia da região, o Chico Bento, vir prosear conosco! O sujeito é de uma simplicidade e simpatia incríveis, nos deu boas infos e sugestões de pernadas bem interessantes (e nada conhecidas) pelas redondezas q já estão devidamente anotadas pra novas e vindouras incursões, como por exemplo uma super-travessia q sai dali e vai ate São Fco dos Pilões e outra q vai numa enorme gruta alem da Cara do Macaco, entre outras.

Prosa vai, prosa vem. Cerveja vai, pinga vem.. o fato é q so deixamos o acolhedor local cruzando as pernas somente la pelas 16:30, ainda com mais uma parada em Pedrinhas pra tomar a saideira. De lá tivemos nosso ultimo vislumbre do Pedrão, agora apresentando o formato similar do Morro do Pai Inácio, da Chapada Diamantina. Na seqüência tomamos o asfalto pra Sampa, onde só chegamos lá pelas 20hrs.
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E dessa forma bastante descompromissada e nada pretensiosa transcorreu nossa primeira incursão ao Gomeral, um recanto escondido numa Mantiqueira bastante acessível com inúmeras possibilidade bem interessantes no quesito travessias. E q apesar dessa modorrenta política local de enfiar guias goela abaixo a quem lá aparece é possível sim realizar caminhadas por conta própria. Basta apenas algumas infos, a carta de Delfim Moreira, uma bussola, tempo de sobra e bastante perseverança pra explorar os vários caminhos q se desdobram neste rincão q ainda tem muitas paisagens a oferecer. E sem ir de “mãozinha dada”.
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Texto e Fotos de Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html
http://jorgebeer.multiply.com/photos

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Sobre o autor

Jorge Soto é mochileiro, trilheiro e montanhista desde 1993. Natural de Santiago, Chile, reside atualmente em São Paulo. Designer e ilustrador por profissão, ele adora trilhar por lugares inusitados bem próximos da urbe e disponibilizar as informações á comunidade outdoor.

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