Peruanos fazem a primeira ascensão do Tunsho Sur (5560mts)

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Os andinistas peruanos Beto Pinto e Rolando Morales ascenderam montanha virgem localizada na Cordilheira Central de seu país, chamando atenção para o montanhismo de exploração ainda existente nos Andes.

Os montanhistas peruanos Beto Pinto e Rolando Morales abriram no, no último outono, uma via nova em uma montanha virgem conhecida como Tunsho Sur (5560 metros), na cordilheira central de seu país. Com a ascensão da via, batizada como Chinita (TD+90º de gelo e rocha), a cordada reivindica o potencial que as montanhas do Peru ainda mantêm para a prática de montanhismo exploratório.

De acordo com Beto Pinto, a idéia de abrir a nova rota veio um ano antes, quando escalou o Pico Norma de dali pôde observar o Tunsho e sua interessante parede de rocha e gelo. Retornando a Huaraz, Pinto realizou uma pesquisa onde concluiu que ninguém havia escalado aquela montanha antes. “Uma expedição peruana havia alcançado o cume norte, através da face oeste e outra, havia tentado a aresta norte, mas um acidente impediu que realizassem seu objetivo”. Comenta.

O interesse de Pinto pela ascensão se deu, obviamente, após ele constatar que o cume do Tunsho Sur nunca havia sido alcançado. Com esta motivação, ele viajou para Huancayo em meados de outubro, acompanhado de Rolando Morales e após uma aproximação em 4×4 e à pé, se instalaram no campo base, a 4700 metros, ao lado de um lago.

A escalada

No dia seguinte de estabelecerem o base, Pinto e Morales portearam equipamentos até o glaciar, com a intenção de estudar melhor a linha deste ali. Foi então que optaram por escalar uma canaleta que percorre a parede em sua porção central. No dia 18 de outubro, despertaram à meia noite e se deslocaram até o glaciar onde poucas horas depois iniciaram a escalada rumo ao cume.

“O começo foi muito difícil, encontramos um teto de neve fresca seguida de uma parede de gelo a 90 graus com algo de rocha”. Relata Pinto que adverte sobre a má qualidade da rocha na região. “Por sorte, a qualidade do gelo melhorou no meio da parede e progredimos relativamente rápido” sinaliza o montanhista e guia de montanha.

As maiores dificuldade de Chinita se encontram no final, nas duas ultimas enfiadas, por conta da quantidade de neve podre numa inclinação de 80º 90º graus. “alcançamos o cume de manhã e, depois de descansar e admirar a vista, rapelamos até uma crista para lá poder fazer uma travessia até o cume norte, entretanto, com a piora no tempo, tivemos que abordar o projeto e retomar ao campo base, coisa que fizemos sem maiores contratempos”. Conta Beto Pinto.

Beto Pinto é guia UIAGM, natural de Huaraz, em plena Cordilheira Blanca peruana. Ele exerce sua profissão de guia de montanha ali, mas também já guiou no Equador, Bolívia e Argentina. Atualmente ele concilia a profissão de guia de montanha com o montanhismo exploratório de alto nível.

Fonte: Desnivel
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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