Os prefeitos de algumas cidades que abrigarão o futuro Parque Nacional Altos da Mantiqueira tentam impedir que o projeto do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade seja implementado. O argumento deles é que o futuro ParNa irá transformar importantes áreas rurais em locais improdutivos, causando prejuízos na economia de seus municípios e problemas sociais por conta de um possível desemprego rural e imigração desta população para os centros urbanos.
Técnicos do ICMbio e ambientalistas acham que os prefeitos usam estes argumentos sociais para impedir o projeto de preservação e apoiar os plantadores de Pinus e Eucalipto, que é uma cultura que emprega pouco. , De acordo com as pesquisas do ICMbio, apenas 7,36% da área do futuro ParNa tem alguma atividade econômica e a maioria desta área é ocupada pela silvicultura.
Existe um grande embate entre prefeitos, produtores e o ICMbio. A promessa dos analistas ambientais é que todas as áreas que serão desapropriadas serão pagas com o valor de mercado, entretanto os opositores ao ParNa não acreditam nisso.
O pedido de paralisação do ParNa deverá ganhar alguns adeptos, pois outros prefeitos da região também tem um posicionamento contrário ao do ICMbio.
Esta situação de impasse pode ter desfechos muito negativos e outros positivos, tudo dependerá da prioridade que o Governo Federal dá às áreas protegidas. Este episódio evidencia que a estratégia do governo de proteger a natureza apenas no papel e sem viabilizar dinheiro não é bem vinda, e se ele tiver realmente o desejo de preservar o meio ambiente, terá que fazer com recursos e investimento pesado.
O problema são os políticos mostrarem que meio ambiente é só discurso de angariar votos e não algo que se põe em prática. Se o Governo se abater e achar que não vale a pena investir na preservação, o Brasil poderá perder um de seus mais importantes redutos ecológicos, seja como banco genético, ou como um dos locais de paisagens cênicas mais bonitos do país.