Quatro caminhos para você manter a calma na tempestade

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Nem sempre o melhor acontece (mesmo com os mais rápidos). A centenas de metros do chão, repentinamente você se acha numa cilada, se vê cercado por nuvens negras que ameaçam cobrir a rocha e anseia descer por causa dos relâmpagos. Infortunadamente não há garantias quando negociamos com perigos como o relâmpago e as tempestades, mas há maneiras de diminuir o potencial desse risco.

Não entre em pânico – Tempestades não são como cachorros. Ela não pode sentir o cheiro do seu medo. Todavia à forma como você vai enfrentar a situação vai aumentar as suas chances de sobreviver. Isso inclui você e seu parceiro permanecerem calmos para não deixarem a situação ficar mais grave. Encoraje um ao outro, “tá tranquilo? tudo vai dar certo, já estive em situações piores”, e jamais diga: “ai meu Deus, nós vamos morrer”. Concentre-se em sua respiração, muitas pessoas hiperventilam em situações de estresse, controle sua ansiedade, pense com clareza sobre qual a melhor maneira de lidar com a situação. Lembre-se das coisas simples como vestir agasalhos e anorak para se proteger do frio.

Pense em suas opções – Rapelar imediatamente pode não ser a melhor opção. Dependendo da altura em que você está na via, pode ser melhor escalar para um lugar mais protegido onde se possa ficar até a chuva passar*. Veja quais são suas outras opões de escape, se existe algum platô perto onde possa ficar melhor acomodado. Mantenha a linha de comunicação com seu(s) parceiro(s).

Mova-se rápido, mas com segurança – se você decidiu rapelar, faça-o rapidamente, se tiver que abandonar algum material, seja fita, mosquetão, friend ou nut, não hesite, nenhuma peça do seu equipamento vale mais que a sua vida ou a do seu parceiro.

Se você decidir continuar pro topo, não perca tempo tentando fazer tudo em livre, cate costura, pise no grampo, tente colocar (no caso dos moveis) as proteções mais solidas possível, se seu parceiro tiver ascensores é melhor subir usando eles do que escalando em livre (a não ser que ele não saiba como usar seja esse equipamento), subir de prussik pode ser outra alternativa, é muito mais rápido e seguro (lembrando de fazer um nó de back-up a cada 6 metros). Sempre tenha prussiks e saiba como usá-los. Escale rápido se possível (sem colocar a segurança em risco), pois a rocha vai estar escorregadia.

Reze – se você é religioso não custa nada pedir uma força ao Criador, mas nós casos dos mais incrédulos (que no nosso meio não são poucos), pode-se entoar um mantra em vez de orar ou então assobiar ou mesmo cantar (baixinho) uma canção, a idéia aqui não é realmente esperar pela intervenção divina, mas sim manter o foco na sua ação, isso ajuda a não fazer ou pensar em besteiras.

* Talvez seja um pouco complicado pra nosso jeito de escalar, pensar dessa forma, mas um bom exemplo seria: você estar na enfiada da Leste do Dedo de Deus que antecede a escadinha, ali existe um amplo salão, se você for pego por uma tempestade nesse ponto ou um pouco abaixo, vale a pena chegar até ali esperar a chuva passar (tempestades de verão costumam durar pouco tempo), teoricamente ficar ali seria mais seguro do que rapelar de volta para Maria Cebola. Depois que a chuva passa-se, seria só continuar até a escada e descer pela Teixeira. Mas lembrando que não devemos ir para o cume de montanha nenhuma enquanto houver raios caindo.
 

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Sobre o autor

Alex e Cris se conheceram na escalada já faz 4 anos, desde então realizaram varias escaladas e conquistas juntos pelo pais. Alex escala e faz montanhismo a 23 anos, já praticou todos os estilos, Boulder, esportiva, artificial, big wall, clássica, mas seu tipo de escalada preferido são as clássicas, de preferência as paredes longas. Já conquistou algumas coisas por ai e por ali. Cris começou a escalar a cerca de 4 anos, e foi numa festa do grupo de escalada que conheceu Alex, Cris gosta de vias clássicas e de conquistar. Junto com seu marido Alex tem conquistado varias vias pelo Brasil. Website: http://aberturadevias.blogspot.com.br/

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