Gostar de montanhas, no meu caso, não tem origem genética. Sou de uma das maiores cidades do mundo, cresci entre playgrounds e passeios urbanos, mas sempre tive disposição para esportes. Quando comecei a andar pelas próprias pernas, viajava com amigos para conhecer cachoeiras e montanhas da Serra da Mantiqueira.
As caminhadas evoluíram para travessias quando desenvolvia minha carreira na engenharia. A travessia de Petrópolis-Teresópolis não tinha elevador, a água na base do Marins era inacreditavelmente potável e a Serra Fina era uma lenda. No intervalo de alguma dessas andanças, fiz um curso de escalada em rocha. Foi bom ganhar conhecimento das técnicas, mas nunca gostei quando meus pés começam a flutuar demais no ar.
Só fui conhecer a altitude um tempo depois, nos Andes bolivianos. Gostei da modalidade e agora sempre que viajo procuro uma montanha para subir, quando não é o motivo principal. Escalei montanhas duras como o Aconcágua, lindas como o Ama Dablam e técnicas como o Alpamayo. O ar rarefeito combina um ambiente que testa a resistência física e psicológica com uma recompensa maior que é a própria jornada.
Cada montanhista tem seus motivos e objetivos dentro das diversas modalidades da escalada. Tenho um estímulo de ir sempre um pouco mais além, de conhecer o desconhecido. Seja em uma alta montanha ou em uma simples caminhada, para mim, apreciar um belo cenário em boa companhia, já vale qualquer viagem.
Escalar, viajar, conhecer outras culturas, experimentar sabores, ler, ver um bom filme aumenta o conhecimento e a percepção da vida, tudo em uma boa diversão. Espero que possa contribuir ao compartilhar minhas experiências nesse espaço e que também possa servir como inspiração para cada um escrever sua própria história.
Nos vemos em breve pessoal…
