Como Era (é)
O sistema de classificação brasileiro de escalada é uma salada. No início, devido à influência européia, copiávamos a classificação do UIAA (União Internacional de Associações de Alpinismo), que ia do I ao VI+. Porém, no lugar do sinal “+”, usamos sup, abreviação de superior. Isso durou até 1982.
Também adicionamos o grau de exposição, de E1 (muito seguro) a E5 (suicida), que foi baseado numa tentativa errada de copiar o complicado sistema inglês. Alguns queriam colocar até o E7. Mas no E5 se o sujeito cair, “tá morto”, para que ir além disso? Colocamos também o tempo de duração da escalada: D1 (uma hora) a D4 (dois dias ou mais). O resultado ficou algo do tipo… D3 5 VIIb E2. E assim nasceu o nosso sistema, que surgiu de adições após adições.
Como Pode Ficar
A sugestão é resgatar os sinais – e +, que eram usados antigamente, mas era representados pelas palavras “inferior” e “superior”. Então, para manter o sistema que usávamos até 1982 e o atual, mas continuando com uma lógica se livrando dos algarismos romanos arcaicos, o nosso sistema deveria ser assim… 1-, 1+, 2-, 2+…6-, 6+, 7-, 7, 7+, 8-, 8, 8+, 9-, 9, 9+… 11-, 11, 11+. Esta é a lógica e evitaria confusões com outros sistemas. As letras a, b e c confundem grosseiramente com o modelo francês …8a, 8b, 8c… Dessa forma teríamos o grau sólido, sem os sinais – e +. Exemplo: 7 (sétimo), 8 (oitavo), 9 (nono)… Enfim, os algarismos acima… 7-, 7, 7+ servem tanto para as vias esportivas como para as vias longas em paredes. Exemplos: Leste do Pico Maior 4 (6+) E3.
As sugestões referidas (ver abaixo) não mudam em nada o sistema de graduação vigente, elaborado em seminário em 14-12-1999. Apenas substitui números romanos e letras para tentar acabar com muitas confusões. Nas vias longas, o grau médio e o grau do lance mais difícil continuam a ser representados, como foi publicado no trabalho do André Ilha, lançado em 1984.
Segue a tabela com as sugestões.
1 = I
1+ = Isup
2 = II
2+ = IIsup
3 = III
3+ = IIIsup
4 = IV
4+ = IVsup
5 = V
5+ = Vsup
6 = VI
6+ = VIsup
7- = VIIa
7 = VIIb
7+ = VIIc
8- = VIIIa
8 = VIIIb
8+ = VIIIc
9- = IXa
9 = IXb
9+ = IXc
10- = Xa
10 = Xb
10+ = Xc
11- = XIa
11 = XIb
11+ = Xic
O sistema usado em Frankenjura (Alemanha), também usa sistema parecido, mas a partir do quinto grau. Entretanto, não é um sistema muito difundido. Pelo menos esta idéia tenta simplificar os nossos problemas.
Agradeço a colaboração de vários colegas, entre eles: Davi Marski, Felipe Zamith, Gabriel Queiroz, Hillo Santana, Marcelo Braga, Neudson Aquino e Ricardo Peri.
Antonio Paulo de Faria