A proposta do desafio foi de concluir em duplas a clássica travessia da Serra Fina em até 24 horas (dois dias), em 2 parciais de 12 horas, normalmente concluída em 3 à 4 dias. O trekking foi nos moldes do montanhismo, ou seja, autosuficientes, carregando a estrutura de pernoite, comida e que dominassem as técnicas de navegação e logística.
Esse desafio também propôs o estilo de montanhismo “Light and Fast”, que se resume em aprimorar combinando conhecimentos de logística de montanha, reduzir peso da bagagem na mochila escolhendo equipamento leves e administrar os diferentes limites de tolerância física e de conforto dos integrantes. Buscando da dupla a avaliação mais precisa do risco calculado. Esse estilo proporciona um ganho considerável na performance, ou seja, um rendimento fenomenal na distancia percorrida num dia. Ou converter o ganho aumentando o volume de líquido à ser transportado, uma vez que a região é escasso de água.
A turma de desafiantes estava bastante eclética, além de montanhistas frequentadores do CAP, tinha dupla de Santa Catarina, Belo Horizonte e até uma americana do estado de Colorado em estágio no Brasil, Michelle Mellentin que aderiu ao desafio na última hora. Entre as 9 duplas estavam atletas de ponta em corrida de montanha, experientes montanhistas já conhecedores dessa travessia e iniciantes recém ingressados no montanhismo. Pôde-se dizer que praticamente todos se saíram bem, finalizando o percurso abaixo de 24 horas.
Entre as duplas que concluíram, tivemos a incrível marca de 11 horas somando as duas parciais da dupla de Belo Horizonte, José Elias Neto e Moacir Fernandes Jr e da experiente dupla de Santa Catarina, Arlindo Rossi e Herblay Ramos que completaram em 14 horas e 5 minutos.
Entre os destaques, também a dupla formada pelo casal Erica Góes e Frederic Stols, alunos em curso do atual CBM (Curso Básico de Montanhismo) ministrado pelo CAP, que apesar de estreantes nesse tipo de aventura, concluíram bem humorados com o tempo de 22 horas e 46 minutos.
Outro destaque foi o atleta Tercio Carvalho, que também participando da organização, concluiu essa mesma travessia na semana anterior com a equipe de reconhecimento em 23 horas.
Somente uma dupla não concluiu a travessia, abandonando no segundo dia pela rota de escape conhecida como Paiolinho. A atleta Cristiana Lucena que fazia dupla com seu marido Cesar Simões, teve as solas das duas botas descoladas no primeiro dia, tendo que improvisar o reparo com fitas adesivas e costura com cordeletes.
A travessia iniciou no ponto conhecido como Toca do Lobo às 6:10 h do dia 15 de setembro e finalizou na portaria do Hotel São Gotardo nas proximidades de Itamonte – MG. O último atleta cruzou a chegada às 17:32 h do dia 16 de setembro.
Para assegurar o evento, a estrutura durante prova foi coordenada por Fabio Cascino e Raime Walter que contou com uma experiente equipe de apoio integrantes do CAP, composta de guias e socorristas de montanha que acompanharam todo o trajeto da travessia, um acampamento base foi instalado próximo à Pedra da Mina no vale Ruah para eventuais atendimentos aos atletas, uma base de apoio do Hostel Harpia em Passa Quatro, e uma equipe móvel de apoio entre os pontos de escape e chegada cuidando do transporte e resgate de atletas e Staffs.
Esse evento só foi possível com os apoios das marcas:
– Curtlo, com as camisetas Silver Fresh;
– Liofoods, com os alimentos liofilizados ;
– Suum, com as pastilhas de hidratação balanceadas.