Sajid Ali Sadpara realiza grande limpeza no K2 em homenagem ao pai

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O montanhista paquistanês, Sajid Ali Sadpara, perdeu seu pai e companheiro de montanha, Ali Sadpara, em uma expedição ao K2 em 2021 após sua equipe ser atingida por uma avalanche. Na época, Sajid enterrou o corpo de seu pai em uma tumba improvisado próximo ao acampamento 4, onde ele permanece até hoje.

Equipe de Sajid Ali Sadpara coletando o lixo

Nessa temporada ele decidiu homenagear o pai e o apreço que Ali Sadpara tinha pela montanha e pela natureza realizando uma faxina nas encostas do K2. Assim, ele reuniu uma equipe com cinco integrantes e conseguiu coletar mais de 200 quilos de lixo em apenas uma semana.

Entre os principais objetos recolhidos estavam cilindros de oxigênio, barracas quebradas e cordas emaranhadas descartadas ao longo de décadas por alpinistas. Essa limpeza vai além da questão ambiental, uma vez que ao retirar as cordas antigas diminui-se o risco de algum montanhista sofrer acidentes pelo rompimento desse equipamento.

Por sua ligação com a montanha, Sajid se considera um guardião da montanha. Todavia ele também entende que em muitos casos o trabalho de retirar o lixo da montanha é extremamente perigoso. “Para mim, o K2 é mais do que uma montanha. Queremos estar nas montanhas apenas para ter paz mental. Se vemos algum lixo, a sensação é totalmente diferente”, disse o montanhista. “O K2 não é mais tão bonito quanto costumava ser. Destruímos sua beleza com nossas próprias mãos”, completou.

Antes de Sajid Ali Sadpara, Mingma David Sherpa também recolheu mais de 200 quilos de lixo em julho.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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