Na presente temporada de Outono do Himalaia uma mega-avalanche açoitou as encostas do Manaslu e deixou vários mortos. Nem bem passou o luto pelas perdas dessas vidas, outra avalanche gigante varreu o Annapurna e matou vários escaladores. Haveria conexão entre esses dois eventos funestos?
Resultados da busca: Manaslu (203)
Todos os montanhistas e trekkers que conheço costumam manter um caderninho onde registram sua lista de desejos ou afazeres, aquelas aventuras que povoam seus imaginários aventureiros e desejam fortemente realizar algum dia na vida. Esse caderninho tem o condão, geralmente, de ser o fio condutor que leva à transformação destes sonhos em projetos e depois fazem destes projetos realidade. Por isso, além do próprio sonho costumam registrar outras informações relativas a eles, como dados de acesso e localização, dicas e quaisquer outras informações julgadas importantes. Não raro, mapas e até fotos são anexadas no tal caderninho, que hoje, obviamente com o avanço da informática, toma muitas vezes a forma de um arquivo eletrônico.
Primeiras invernais no Himalaia, estilo alpino abrindo rotas e, muitas vezes, em cordadas de poucos ou apenas em dupla. Este foi o perfil de Jerzy Kukuczka que entre 1979 e o dia 18 de setembro de 1987 (portanto há 25 anos), completou a escalada dos quatorze cumes de mais de 8000 metros do mundo.
A partir de 19/08 os alpinistas alemães Benedikt Bohm e Sebastian Haag e o norte-americano Greg Hill estarão no Acampamento Base do Cho Oyu (8.201 metros, Nepal-Tibet) para tentar uma escalada de velocidade e desescalar a sexta montanha mais alta do mundo em menos de 24 horas.
A caminhada hoje é curta, apenas quatro horas do campo base do Khuiten, a mais alta montanha da Mongólia, até o início da estrada de terra que nos levará de volta a Ulgi, a pequena e horrível cidade que é a capital deste que é um dos lugares mais remotos do país.
A temporada de primavera do Himalaia está no apagar de suas luzes, com os campos-base quase vazios em todas as montanhas. Alguns poucos bravos ainda aguardam a próxima janela de tempo bom, prognosticada para os dias 28 a 30 de maio, para as últimas tentativas antes da monção.
Calor de 35ºC, sol a pino e as butucas voando alucinadas, zumbindo como abelhas, picando como escorpiões. Incontáveis, a cada tapa morriam seis. As roupas encharcadas e a face escorrendo suor. Descia da testa passando pelos olhos, salgando os lábios. Grandes gotas se desprendiam dos cabelos. As pernas estavam boas e a respiração compassada, mas sentia um profundo mal-estar, uma zoeira difusa apesar da visão ainda nítida. O Hilton foi o primeiro a perceber e me ofereceu uma barra melecada de cereais com chocolate derretido para repor o nível de açúcar no sangue. Foi o suficiente para alcançar o cume do Luar ao meio-dia do sábado de carnaval.
Tenho sido constantemente questionado por e-mail por pessoas que gostariam de saber quantos cumes uma determinada montanha 8000 possui. Essas perguntas me motivaram a escrever, a título de curiosidade, um artigo para tratar do tema.
Com o cancelamento da expedição ao pólo sul por falta de patrocinadores de repente me vi com 5 meses sem compromissos e sem muitos planos. Até o último momento ainda acreditava que miraculosamente algo iria acontecer e que o patrocínio aconteceria, mas infelizmente o padrão que vinha se repetindo durante todo ano mais uma vez ocorreu. O último patrocinador potencial me enviou um email dizendo que o projeto era maravilhoso, mas que não se encaixava com as prioridades da empresa no momento bla bla bla…
Nem bem terminou a temporada do Karakoram, e já começou a temporada de outono do Himalaya, com várias expedições rumando para o Cho Oyu, Shishapangma, Dhaulagiri e Manaslu, principalmente.