A notícia divulgada pelos meios tradicionais de comunicação sobre a morte do britânico Peter Kinloch no Everest causaram constrangimento à colegas e familiares do montanhistas.
De acordo com estas notícias, Peter havia sido abandonado para morrer na montanha, mas não foi isso o que aconteceu. O montanhista havia alcançado o cume da montanha mais alta do mundo na última terça feira, mas durante a descida começou a passar mal.
Peter foi acometido do mal agudo da montanha e em seguida teve uma retinopatia, ou seja, uma cegueira temporária. Seus colegas fizeram tudo o possível para evacua-lo da montanha. Ofereceram oxigênio em abundância e aplicaram dexametazona, mas mesmo assim Peter não reagiu. Ele foi carregado por cerca de 12 horas montanha abaixo, entretanto sem o sucesso e com a apresentação de sintomas de congelamento e hipotermia por parte de membros do resgate, eles tiveram que optar por descer e preservar sua vida. Naquele momento, Peter já não tinha chances de vida, mesmo se fosse removido de imediato da montanha, seu cérebro já não funcionava.
Conversamos por telefone com Maximo Kausch, que está em Kathmandu e que trabalha para a expedição que forneceu serviços à Peter. Maximo diz que conheceu o britânico pessoalmente e que ajudou ele a comprar equipamentos para montanha antes dele ir para o Everest.
Maximo diz que Peter era um rapaz alegre e feliz e que contagiava a todos com energia positivia. Ele diz que ficou chocado com a notícia de sua morte e ainda mais como ela foi veiculada no mundo. De acordo com ele, as informações são provenientes de um repórter do jornal sensacionalista inglês The Guardian, que entrou em contato com eles e fez uma interpretação equivocada dos fatos. As pessoas normais precisam entender que uma resgate em altitude não funciona igual à um resgate normal. Em altitude os resgatistas precisam ter um limite, pois senão eles próprios se tornam vítimas e neste caso, quase que os resgatistas ultrapassaram este limite, ao ponto eles próprios sofreram a conseqüência de estarem expostos à altitude e ao frio.
De acordo com Maximo, se os Sherpas e montanhistas que ajudaram Peter continuassem tentando trazer o corpo de Peter para baixo, a tragédia seria ainda maior. Ele ainda diz que os problemas com o mau tempo foi um agravante nesta temporada, que foi atípica.
Nesta pré monção o tempo esteve muito ruim Houveram poucas janelas de bom tempo e nevou acima do normal. A própria monção, que sempre chega no Himalaia no fim de Maio ainda não chegou e as hidrelétricas que abastecem Kathmandu de energia estão com água muito abaixo do normal, causando cortes no fornecimento.