Sherpa de apenas 18 anos pode ser a pessoa mais jovem a completar os 14×8000

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O montanhista Nima Rinji Sherpa, de apenas 18 anos, está prestes a completar a escalada das 14 montanhas acima de 8 mil metros. Nima é da etnia sherpa, um povo reconhecido mundialmente por sua resistência e adaptação ao ar rarefeito. Além disso, sua família é formada por excelentes montanhistas, como seu pai, Tashi Sherpa, e seu tio, Mingma Gyabu ‘David’ Sherpa, que completou o projeto 14×8000 aos 30 anos e é o homem mais jovem a realizar tal feito atualmente.

Nima escalando o Manaslu – Foto: Tashi Lakpa Sherpa

Apesar da genética privilegiada e da influência de seu pai e tio, Nima contou que nunca quis ser montanhista, preferindo se dedicar ao futebol, ao cinema e à fotografia. No entanto, em 2022, aos 16 anos, ele chegou ao cume do Manaslu (8.163m). Um mês depois, ele alcançou o cume do Monte Ama Dablam, uma montanha técnica no Nepal, e em seguida escalou o Monte Everest (8.848m) e o Lhotse (8.516m).

Sem perder tempo, Nima aproveitou uma expedição no Paquistão para escalar as cinco montanhas de 8 mil metros localizadas fora do Nepal e da China: o K2 (8.611m), o Nanga Parbat (8.126m), o Gasherbrum I (8.080m), o Broad Peak (8.051m) e o Gasherbrum II (8.035m). Ele realizou essas ascensões em apenas um mês.

Retornando ao Nepal, Nima escalou o Monte Dhaulagiri (8.167m) e o Monte Cho-Oyu (8.188m). A 11ª montanha de 8 mil metros escalada por Nima foi o Annapurna (8.091m), seguida pelo Makalu. Em junho, ele chegou ao cume do Kanchenjunga (8.586m). “A jornada do Acampamento 4 até o cume a 8.586 metros levou 17 horas exaustivas. Tivemos que consertar nossas próprias cordas e enfrentar um terreno realmente difícil, sabendo que esta era nossa última chance na temporada. Até a descida foi arriscada, com neve derretida e âncoras fracas. Esta experiência realmente testou nossos limites e resiliência, tornando esta conquista ainda mais significativa”, escreveu Nima em suas redes sociais.

Agora, ele planeja escalar o Shishapangma (8.027m) em setembro. Além de se tornar o mais jovem a completar esse projeto, Nima também deseja que os Sherpas deixem de ser vistos apenas como guias e carregadores e passem a ser reconhecidos como atletas.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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