Tempestades dificultam expedições invernais no K2 e Cho Oyu

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A saga de escalar uma montanha de oito mil metros durante essa temporada de inverno continua para as equipes instaladas no K2 (Paquistão) e no Cho Oyu (Nepal). Apesar, das duras condições climáticas e do frio extremo, os escaladores seguem firmes em busca de seus objetivos.

A alpinista tailandesa, Grace Tseng, é a única escaladora fora da etnia Sherpa a tentar a escalar o K2 nesse inverno. Ela relatou em suas redes sociais que a equipe, liderada por  Nima Gyalzen Sherpa e ela enfrentaram uma longa e congelante noite no Campo 3. “ -60 graus abaixo de zero é muito frio para adormecer. Estávamos escalando a parte mais famosa e perigosa do K2, e a previsão do tempo mudou novamente. A tempestade de neve é ​​como uma sombra! A incrível nevasca de 90-100km/h no Acampamento 3 na noite passada continuou até hoje. O vento e a neve penetravam na barraca o tempo todo”, contou Grace.

Grace Tseng com roupas congeladas ao amanhecer. Foto: Grace Tseng

O óculos congelou mesmo estando dentro da barraca. Foto: Grace Tseng.

ÓculosA equipe do K2 pretendia chegar ao Campo 4 na tarde de hoje e atacar o cume na quinta-feira, 24/02. No entanto, se a tempestade não der uma trégua, eles precisarão adiar essa tentativa.

A abertura de uma nova rota no Cho Oyu

Já no Nepal, as equipes que tentam abrir uma nova rota no Cho Oyu foram obrigadas a retornar para o Acampamento Base após os ventos se intensificarem no último domingo.

A equipe liderada por Gelje Sherpa chegou a cerca de 7500 metros de altitude, no entanto encontraram um trecho íngreme e difícil, além de fortes ventos, que chegaram a 130 Km por hora e -30ºC. Assim eles não conseguiram vencer os 700 metros faltantes para chegar ao cume e retornaram para a base.

Equipe liderada por Gelje Sherpa no Cho Oyu. Foto: Gelje Sherpa.

Mingma Dorchi Sherpa e seus parceiros de escalada também ultrapassaram a cota dos 7 mil metros chegando a 7200 metros de altitude onde estabeleceram o Campo 3. Todavia, também retornaram a base onde esperarão pela próxima janela de tempo bom.

A princípio a previsão mostra a possibilidade disso ocorrer no próximo dia 1º de março.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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