Travessia Alpha Crucis é certificada em evento no Paraná

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A travessia Alpha Crucis, que envolve cruzar em uma única investida as três principais cadeias montanhosas da Serra do Mar no Paraná, foi oficialmente certificada em uma cerimônia realizada no PUB Refúgio Alta Montanha, em 05/10. Reconhecida como a mais difícil do Brasil por montanhistas que a completaram, e até por aqueles que ainda não a enfrentaram, como o renomado alpinista Pedro Hauck, a travessia agora conta com um programa de certificação.

O certificado conta com a assinatura dos primeiros montanhistas a realizarem essa travessia e do ilustre Henrique Paulo Schmidlin (Vitamina).

Também foram entregues medalhas para quem concluiu a Alpha Crucis Express. Foto: Elcio Douglas.

O evento contou com a presença dos montanhistas conquistadores, Elcio Douglas e Jurandir Constantino, além de outros 26 praticantes de três estados diferentes que completaram a travessia desde sua inauguração, em 2012. O grupo inclui os que realizaram a versão mais recente e desafiadora do percurso, a Alpha Crucis Express, lançada em 2019 por Elcio Douglas, Israel Silva e André Franzon.

A iniciativa de certificar os montanhistas surgiu com inspiração na ação de Henrique Paulo Schmidlin, conhecido como Vitamina, que há décadas concede certificados para quem realiza a travessia AO, uma das três partes da Alpha Crucis. Ao ser consultado, Vitamina apoiou a ideia e autorizou o uso de sua assinatura nos novos certificados.

Elcio Douglas e Jurandir Constantino. Foto: Arquivo Pessoal.

No mesmo, 05/10, a versão clássica da travessia, criada em 2012, deixou de ser certificada. A partir de então apenas aqueles que concluírem a nova versão, a Alpha Crucis Express (ACE), receberão a condecoração, que inclui, além do certificado, uma medalha personalizada.

Primeiros a realizar a travessia Alpha Crucis Express. Foto: Arquivo Pessoal.

Essa certificação faz parte de um programa maior, que busca promover e resgatar o montanhismo tradicional, além de preservar a cultura imaterial do Paraná, estado considerado o berço do montanhismo brasileiro. O programa também pretende recuperar antigas tradições ligadas a figuras importantes do montanhismo paranaense, como o saudoso Professor Erwin Gröger.

Devido aos altos custos envolvidos, especialmente com a confecção das medalhas personalizadas e outros benefícios exclusivos, o programa de incentivo ACE não será gratuito. No entanto, Elcio Douglas, idealizador da iniciativa, assegurou que o valor será utilizado exclusivamente para cobrir os custos do projeto, sem fins lucrativos. A adesão ao programa é opcional, mas apenas os montanhistas que participarem terão acesso às condecorações e aos incentivos oferecidos.

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Sobre o autor

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Elcio Douglas Ferreira é um dos maiores personagens do montanhismo paranaense. Experiente, frequenta nossas serras há mais de 35 anos, sendo responsável pela abertura de inúmeras trilhas e travessias. Foi um mentores da Travessia Alpha Crucis, considerada como a maior e mais difícil travessia entre montanhas no Brasil, que ele fez pela primeira vez em 2012. Possui experiência em alta montanha, já tendo escalado O Illimani na Bolívia e o Aconcágua na Argentina em poucos dias num esquema non stop impressionante.

4 Comentários

  1. Rogerio Alexandre Francisco da Silva em

    Iniciativa que, como registrado, congrega a preservação da cultura paranaense de montanhismo, tradições e valores fundamentais ao montanhismo exploratório e preservacionista. Parabéns pela iniciativa!!!

    • Obrigado pelo apoio sempre presente e incondicional ao projeto e a travessia. Sua força amiga é muito benvinda, valiosa, e fundamental

  2. Parabéns a todos envolvido no projeto, que esse incentivo traga novos montanhistas adoradores de desafios e aventuras, pois não e um simples passeio e sim buscar novos desafios dentro da natureza curtindo chuva, frio, fome e desgastes físico e emocional. E no final da trilha ja esta pensando uma nova data pra voltar e fazer tudo novamente.

    • Obrigado pelo comentario! A ideia principal é justamente esta: resgatar o montanhismo genuíno, que se encontra em queda livre. A esperança é que a iniciativa se torne mais um legado para aqueles que praticam a atividade, no próprio berço do montanhismo nacional.

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