Travessia Norte do Alto da Bocaina

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Vales profundos e verdes encostas de pasto ralo são o cenário recorrente dos Altos da Bocaina. Longe da “Trilha do Ouro” e a oeste dos portões do famoso Pq Nac. Serra da Bocaina, esta vasta região é praticamente desconhecida da maioria, mas detentora de estupendos roteiros de pernadas q cortam o alto da serra em tds as direções.

Sejam eles pela cumieira de suas largas e abauladas cristas ou através das encostas de seus fundos vales. Não bastasse, situadas em grotas em meio a este infindável mar de morros encontram-se as maiores quedas locais, de relativo fácil acesso. Eis a Travessia Norte do Alto da Bocaina, uma revigorante (e puxada) caminhada de 3 dias cheios q inicia em S J Barreiro e finda em Areias, cujo respeitável desnível de mais de 1000m é recompensado pela visitação das Cachus do Cambuí, Caroba e Inácio, além do vislumbre do fantástico cânion do Córrego Capão da Onça.
 
Meu primeiro contato com a região dos Altos da Bocaina foi em 2005, e desde então retornei mais duas ocasiões, coincidentemente tds separadas pelo hiato de um par de anos. A primeira foi um reconhecimento bem superficial e genérico; a segunda, uma varredura do setor nordeste, e a terceira incursão resultou num perrenguinho desaconselhável por parte de seu setor noroeste. Sendo assim e já ciente (em parte) do q encontrar, resolvi meter as caras neste ultimo feriado numa pernada do quadrante norte q juntasse o melhor das duas últimas empreitadas, agregando belas cristas ou fundos vales ao trajeto proposto. Pronto, resolvido. Mas por se tratar de uma trip meio q bolada em cima da hora por razões de falta de tempo e correria do dia-a-dia, so uma pessoa resolveu colar junto dentro desta minha amalucada proposta, a Cissa. “Jorgito, tua trip vai ser sussa e sem perrengue de Serra Fina, né?”, perguntou ela, ressabiada. “

Claro! Ce acha q ia te trazer numa roubada impensada?”, respondi. Ela só não sabia q, no meu caso, a palavra perrengue é de um relativismo enorme.
Saltamos então as 13:30hrs em São José do Barreiro (520m de altitude), horário um pouco ingrato pra iniciar a pernada propriamente dita. O busão da Pássaro Marrom atrasara horrores nas suas trocentas (e demoradas) paradas durante seu trajeto de Sampa, nos custando valiosas hrs de luz necessárias a empreitada. Explico: a idéia era subir na sola algo de 26 tortuosos kms até o alto da serra, uma vez q frete ate lá era algo impensável. Prum grupo maior isso vale a pena, mas não era nosso caso. “Levo vcs pra lá por R$200, mas como to de bom humor deixo por R$150!!!”, um cara numa caminhonete chegou a nos propôr (indecorosamente) qdo nos viu perambulando mochilados pela cidade. Recusamos a “gentileza”, claro.

E dessa forma colocamos pé na estrada assim mesmo, contando q quiçá fossemos iluminados pela Divina Providencia com uma carona no caminho. Afinal, sonhar não custa nada. Mas cientes q quiçá tivéssemos q andar a noite até nosso primeiro pernoite, na Casa de Pedra. “Cissa, das 3 vezes q já subi isto aqui, apenas uma vez consegui carona!”, disse pra ela na tentativa de jogar um fiapo da esperança de tal possibilidade. E la fomos nós, deixando aos poucos a pacata cidade pra trás enqto subíamos lentamente aquela empoeirada estrada de chão q se dirigia sinuosamente rumo aquela enorme muralha q se impunha imponente bem a nossa frente. Era a Bocaina nos dando as boas vindas naquele sábado de céu azul, sol forte e brisa fresca.

A subida desta estrada já foi descrita detalhada e totalmente noutras duas ocasiões, portanto vou omitir as particularidades e belezas de seu trajeto pra me ater apenas ao q importa desta vez. Vale salientar q agora existem placas indicando tanto a kilometragem qto o sentido a tomar durante td trajeto (rumo a portaria do PN Bocaina), algo q não tinha antes e q ajuda muito. Pois bem, la fomos nos então subindo a estrada em declividade imperceptível, eventualmente tomando atalhos por trilhos de vaca na morraria a nossa frente – principalmente qdo a via fazia curvas enormes pra esquerda – pra cair outra vez na estrada um nível acima, poupando-nos alguns bons kms de pernada e ganhando 100m de aclive vencido. Olhando por sobre o ombro víamos a cidade cada vez menor, ate ficar pequenina e, enfim, oculta trás a morraria.

Pois bem, após avançar aos poucos o alto da sinuosa sequencia de morros pintados de verde-claro, no km 8 tivemos uma breve parada numa bem-vinda bica com agua fresca encravada na rocha, à nossa direita. Percebemos q o vale se afunila aos poucos a medida q se avança, e q logo não teremos + generosas vistas à nossa esquerda. Da mesma forma, a vegetação muda e as colinas desnudas logo se enchem de farta e densa vegetação. Mas a boa noticia deste trecho foi q conseguimos a muito bem-vinda carona num caminhão q, subindo devagar-quase-parando, transportava material pruma obra no alto da serra. Uhúúúú! Realmente estavamos com sorte naquele dia, e isso excluiu imediatametne a possibilidade de ter de andar penosamente a noite ate nosso primeiro pernoite!

A viagem no vagaroso caminhão merece um parágrafo a parte. Quente feito uma sauna, eu e a Cissa nos esprememos com nossas cargueiras na boléia do motorista, o Marquinhos, q tagarelava sem parar seus bicos como analista da bolsa(!?) e sua vida em Cruzeiro. Vale salientar q em mais de uma ocasião o caminhão arregou nos trechos íngremes, cascalhados e enlameados, onde ate cogitei q prosseguiríamos o resto a pé mesmo, mas o hábil Marquinhos e seu surrado Wolks não entregaram os pontos, vencendo os obstáculos a sua frente. Ganhando aos poucos altitude, agora a paisagem emoldurada pela janela descortinava o visu soberbo do enorme espelho d´água formado pela Represa do Funil, no meio dos mares-de-morros que limitam RJ e SP, ao norte!
Após serpentear e alternar encostas montanhosas quase q inipterruptamente, eis q enfim damos no alto da serra, já no km 20, onde o terreno nivela. A paisagem muda radicalmente e ao nosso redor passam a predominar morrotes de pasto ralo salpicados por capões de mata e florestinhas de araucárias. E 4km depois saltamos em frente a Fazenda do Lageado, as 17hrs, enqto vemos o Marquinhos tomar rumo a fazenda ao lado deixar seu material. Contentes pela carona, eu e Cissa prosseguimos o restante a pé sem reclamar, claro.

Não andamos nem 5min e abandonamos a estrada principal em favor de uma saída pela direita, devidamente sinalizada por uma enorme placa e um mata-burro. A caminhada aqui é agradavel e se dá em meio a belas florestinhas de araucárias, pequenos morrotes cujos cumes douram à luz do fim de tarde e pelo rumorejo borbulhante das nascentes do ilustre Rio Mambucaba, onde coletamos água necessária pra passar a noite. Surge então uma conhecida bifurcação q traz ao uma novidade ao menos pra mim. O ramo da esquerda antigamente levava à Faz Sincerro, q aparentemente já não existe (desapropriação?). Agora uma enorme placa escancara ali ser o “novo” acesso ao Pico Tira-Chapéu, do qual já suspeitava por ser a rota mais obvia e direta (além de mais íngreme), por se valer de uma crista secundaria.

Ignorando esta rota e tomando o ramo da direita, contornamos um abaulado morrote e seguimos em frente, desimpedidamente.  Logo adiante já podemos observar um “monolito” retangular elevando-se pelos campos, uma referencia isolada a beira da estrada q nada mais é nosso local de pernoite, a famosa Casa de Pedra, onde chegamos a exatas 18hrs! Na verdade são as ruínas de uma luxuosa residência construída por volta de 1900 por um médico de São José do Barreiro, q ainda guarda traços clássicos da arquitetura da época. Construida com enormes blocos de pedra, o local tinha uma ala esquerda (q hj sumiu) e um telhado bicudo (quinem torre de igreja),  exatamente onde se encontra a gde sala frontal, com janela redonda, atualmente ocupada por arbustos e arvores. O entorno detém um generoso gramado onde montamos confortavelmente nossas barracas, ao mesmo tempo em q o sol cai rapidamente por trás da espichada silhueta da crista do Tira-Chapéu. O fogareiro logo é posto pra trabalhar e ronrona a suculenta comida liofilizada da Cissa, enqto eu me limito a mastigar minha marmita (macarronada q sobrara da janta) à temperatura ambiente. Bebericamos goles de “Cantina da Serra”, um tinto bem vagabundo mas q aquela altura (1543m pelo GPS da Cissa) é mais q bem-recebido por qq goela seca.

O sono e o cansaço vieram na sequência naturalmente, e ambos nos recolhemos a nossas respectivas tendas bem antes das 20hrs, não apenas sonados pelo cansaço acumulado mas pela obrigação de levantar cedo e bem-dispostos na manha sgte. Uma última olhada pro firmamento limpo, espetacularmente estrelado e sem brisa alguma sequer nos faz adormecer rapidamente pela promessa de mais dois dias de pernada igualmente maravilhosos, meteorologicamene falando.

Contudo, lá pelas altas horas da noite acordei varias vezes com minha modesta Náutica trepidando sob forte vendaval. Não dando mta importância, tornei a dormir profundamente, até pq quem me conhece sou feito um pulguento vira-lata: encosto onde quer q seja e desfaleço. Mas a medonha previsão de frente fria chegando alentada pelos portais e sites correlatos enfim se concretizava, e não demorou a ouvir o inconfundível tamborilar de respingos de chuva aterrisando no sobreteto da barraca. Mas por ser um simplrio chuvisco novamente ignorei e tornei a me enfiar em meu saco-de-mimir. So tomei uma atitude qdo senti meus pés úmidos e gelados, sinal q havia água acumulada dentro da barraca. Mas o q fiz foi simplesmente mudar de posição dentro da mesma e tornei a dormir profundamente, não estressando por este detalhe. Em tempo: esquecera os especks de sustentação da barraca em casa.
 
O domingo amanheceu bem frio, úmido e preguiçoso, mas o aconchego acolhedor de meu saco-de-mimir me segurou por mais um tempo, mesmo despertando por volta das 7hrs. Ao espiar pra fora tive a constatação q a previsão estava correta: o céu encontrava-se td cinza e encoberto, ocultando totalmente não so o Tira-Chapéu como tb td sua crista e os picos do entorno. Não bastasse isso garoava consideravelmente e isso nos prendeu as barracas ainda por algum tempo, na esperança q o tempo melhorasse. A Cissa já estava acordada faz tempo e reclamava de infiltraçãoes em sua barraca nova, algo q não contava praquele feriado.

Qdo o tempo deu uma trégua de chuva, tomamos rapidamente nosso desjejum e levantamos acampamento, avaliando rapidamente nossos estragos em fção da precipitação noturna. Foi aí q a empreitada teve sua primeira e unica baixa: a Cissa decidira abortar a trip e retornar pra São José do Barreiro! Uma junção de fatores, desde barraca imprópria pra chuva, alta kilometragem a ser percorrida e a necessidade de estar zerada pruma trip internacional iminente a fizeram desistir de me acompanhar pelos dois dias sgtes. Retornar dali não seria problema nenhum pra ela, e eu prosseguiria ressoluto e solitário minha pernada proposta. “Caramba, a gde Cissa q fez a Serra Fina em 3 dias com chuva na cachola retornando logo de cara dos Altos da Bocaina é pq a travessia do Jorgito deve ser bem mais punk!”, brinquei com ela.

Me despeço dela e ambos então tomamos caminhos diferentes; enqto Cissa retornava pra estrada na esperança de conseguir carona (e conseguiu, faltando apenas 5km ate a cidade, pelo q depois me contou), eu dei continuidade á pernada pelo largo carreiro pelo qual viéramos, agora imerso numa bruma úmida e opaca q apenas delineava os contornos da serra ao redor. Num piscar de olhos cruzo com a simpática Faz. Pinheirinho, onde o largo trilho começa a subir suavemente em direção a uma crista secundária da Bocaina, inicialmente no aberto mas q depois mergulha um bom tempo pela mata.

Ao atingir o abaulado selado desta crista – q separa o Pico Tira-Chapéu do Morro Boa Vista –  passo pela discreta trilha q vence o íngreme barranco à minha esquerda e depois galga por 4km a prazerosa crista de pasto ralo, vencendo suavemente um desnível de 300m até os 2088m do topo do Tira-Chapéu. A tentação de visitar (pela 3ª vez) este pico é gde mas o tempo fechado dilui qq motivação nesse sentido. Por esta razão decidi desta vez abortar os cumes e visitar apenas os vales, onde o mau tempo não altera nada. Pois bem, ignorando esta picada e me mantendo sempre na principal, após o selado a precária estrada (ou trilho, como queira) descreve algumas curvas em nível no aberto, revelando nas janelas q a neblina permite uma paisagem q lembra Cpos do Jordão: c/ cristas e cristas pintadas de verde claro contrastando c/ matas escuras q recobrem os vales mais fundos. No caso, bordejava a íngreme encosta do vale do Córrego Esperança, cujo marulhar era audível de longe, assim como o rugido de varias quedas despencando dos contrafortes rochosos mais verticalizados da tal crista secundaria. Minha idéia era aqui seguir pelo alto dos morraria à minha direita me valendo dos vários trilhos de vaca, mas o espesso brumado me mantém sabiamente preso à estrada, por precaução.
Descendo forte, as 9hrs alcanço uma bifurcacao devidamente sinalizada. Pego à direita, cujo emplacamento aponta laconicamente faltar 1,5km p/ Faz. Jardim (q na carta consta como Faz Paraitinga), ignorando a via da esquerda, q numa hora me levaria à bucólica Faz. Sta Isabel, pto de partida pra atingir a crista do Alto do Saci (1880m), outra bela e respeitável crista já visitada noutra ocasião. Pela direita então o caminho desce em ritmo suave, onde já presto atencão a uma discreta trilha q sai pela minha direita, como q tangenciando a estrada. A tal picada é facilmente encontrada logo assim q o terreno nivela, um pouco antes da Faz. Jardim (ou Paraitinga). É a “Trilha do Ecomotion”, q na verdade é a Trilha do Rio Cambuí, vereda q desce a serra e onde foi realizada uma destas provas de resistência, na virada do século.

Abandonando provisoriamente a estrada em favor da Trilha do Cambui, as 9:20hrs o caminho me leva agora pro norte em direção a um vale q cada vez se afunila mais. Cruzando um capão de mata composto por araucárias e acompanhando  (a distância) o Rio Cambui, não demora pros campos abertos de pasto logo darem lugar a alto e íngremes paredões. No caminho observo nostalgicamente uma pequena clareira rente a mata q me servira de pernoite nas duas ultimas visitações, assim como um pequeno poço (na base duma minúscula queda), escondido num dos pequenos afluentes do rio principal.

Cruzando mais um capão de mata e penetrando cada vez mais no interior do vale, a vista já se torna característica de um legitimo cânion. Da mesma forma, um forte rugido próximo anuncia a proximidade da Cachu do Cambui, bem ao meu lado, no fundo do tal cânion. Uma  gde queda de mais de 30m seguida de uma sucessão de patamares rochosos em meio a mata onde as águas do referido regato correm furiosas em direção á Faz. Jardim, onde chegam praticamente mais mais domesticadas. O acesso á mesma é difícil justamente por se situar ao sopé de altos e íngremes paredões de pasto. Eu bem q tentei desescalar os mesmos afim de alcançar pelo menos o topo da cachu, mas o fato de estar sozinho, o tempo ruim e o terreno meio instável (chão esfarelando com facilidade) fez com q tivesse q me contentar em apreciar a magnífica queda apenas de longe, a distancia.

Após bater algumas fotos, descansar e beliscar alguma coisa, retorno td caminho feito ate então ate cair novamente na estrada principal, indo de encontro á bucólica Faz. Jardim, uma bela casa ornada de araucárias em eio a pasto ralo onde alguns estridentes cães fazem questão de anunciar minha presença. O caminho passa uma porteira, cruza o raso Rio Cambuí com água ate o tornozelo, pra depois subir forte outra vez a morraria sgte ate ganhar novamente o alto, ao norte. Uma vez lá, percebo uma trilha nítida (a minha direita) q segue cristas à leste. Uma rápida exploração da mesma me leva apenas ate um curral escondido no meio da morraria, onde boizinhos param de ruminar pra me observar, curiosos.

Retorno a estrada principal e me lanço então sentido oeste. Aqui ora me mantenho na estrada ou tomo atalhos bordejando a morraria ao meu lado, tanto faz. O fato é q o avanço serpenteia sinuosamente ora as encostas ora as cristas dos morros do entorno., sempre sentido oeste. É nesta hora q o tempo aparenta suave melhora e uma brisa vinda do norte dispersa o brumado q ate então cobria o alto dos morros, deixando-os magnificamente a mostra.
É ai q minha rota desce ate um pequeno vale, onde cruzo a rústica ponte num rio encachoeirado (Rio Paraitinga?), passo por duas casas aparentemente abandonadas e torno a subir forte acompanhando um capão de mata à direita, q cruzo mais adiante. Uma placa á direita com as inscrições “Cachoeira do Inácio” me convidam a ir dar uma fuxicada. Escondo a cargueira no mato e me embrenho numa picada q em tese caompanha um córrego na duas direções: numa delas a trilha é confusa, coberta de maleditos e inconvenientes bambuzinhos; na outra (subindo o córrego) a vereda é mais limpa e aparentemente mais usada, mas q logo some ao sair no aberto, num fofo e dourado capinzal já no alto duma morraria. “Kd a maledita cachu?”, me perguntei. Voltei me indagando da localização da mesma, suspeitando q a queda estivesse situada numa grota mais a oeste da cumieira onde tinha chegado. Se tivesse investido na busca quem sabe tivesse alcançado a dita cuja. Bem, fica pro dia sgte, pois meu retorno se daria próximo por uma estrada justamente a oeste, estudando a carta.

Pé-na-estrada novamente, abandono o capão de mata pra subida apertar com gde inclinação agora no aberto. Arfando já de cansaço pela pesada cargueira, meu consolo mesmo são as paisagens q se descortinam ao redor: p/ trás (leste), observo td o caminho percorrido ate então, imerso em infindáveis mares-de-morros; pra frente, cristas e mais cristas imponentes de pasto ralo, c/ encostas íngremes forradas de florzinhas amarelas. A minha direita, passo por uma enorme cachu despenca do "V" formado entre dois morros, e seu estrondo rivaliza c/ o uivo da brisa no escasso arvoredo ao redor.

Uma vez no alto, o caminho acompanha em nível a encosta íngreme da morraria e, as 13:00hrs, alcanço finalmente numa trifurcação q já tinha como referência: p/ esquerda dá no povoado de Varginha; em frente, vai dar noutra fazenda; p/ esquerda, desce p/ Areias por estrada. Mas não é p/ nenhum lugar desses q eu vou. Retorno uns 200m pela estrada e entro numa precária porteira à direita. Dali acompanho um óbvio trilho de vaca bem batido q acompanha a curva de nível na íngreme encosta de um morro desnudo, indo p/ sul. O trilho praticamente bordeja td a morraria sgte, permitindo visual de td caminho feito até então sob outra perspectiva! A picada alcança um selado de ligação c/ outro morro, mas o sentido a seguir é intuitivo, acompanhando a encosta da morraria ao sul. Logicametne q td navegação aqui é visual, e por conta disso vou deixando totens no caminho em caso de baixar serração e a visibilidade ficar prejudicada. Vale salientar tb q desta vez boa parte dos morros apresenta evidentes sinais de queimadas, algo q nunca presenciara nas minhas incursões anteriores pela região.

É aqui q se tem q ter cuidado pois o trilho de vaca lembra muito os filmes do Indiana Jones, c/ um estreito caminho na montanha e um abismo enorme bem ao lado! Mas a medida q se avança o rugido de água vai se tornando mais audivel, e observando pra baixo já podemos vislumbrar o sinuoso e belo cânion de pasto ralo formado pelo Rio Capão da Onça, q por sua vez deságua no Rio Paraitinga, á leste. Por ser cedo, me permito uma pausa pra exploração de um espigão q nasce da crista percorrida e me leva, após passar por uns afloramentos rochosos, a um mirante privilegiado daquele belo cânion. Do alto me dou conta que estou quase no miolo da “rede labirintica de cânions” do Alto da Bocaina, resultantes dos vários afluentes do Rio Paraitinga cavando o sopé da morraria ao redor, formando vários poços e cachus! À diferença dos cânions do Espinhaço (q são de rocha) ou de qualquer outro, os da Bocaina são verdadeiras muralhas verticais de pasto esmeralda, o que lhes confere uma certa singularidade!

Retorno a picada principal, q agora começa a perder altitude suavemente até se embrenhar num capão de mata, sair no aberto e mergulhar noutro capão de mata mais extenso. Ao emergir deste percebo q estou num enorme descampado bastante familiar e o som trovejante de uma queda próxima corrobora minhas suspeitas q me encontro nas dependências da magnífica Cachu do Caroba, tb chamada carinhosamente de Prainha Doce. Majestuosa queda q despeja as águas do Ribeirão do Caroba do alto da junção de dois morros íngremes, totalizando uma queda de mais de 40m de altura! O local é maravilhoso e totalmente isento de qq vestígio de fogueira ou sujeira, seja bovina ou humana! O campo, ornado de margaridas dançando ao vento, permite c/ folga mais de 20 barracas! Logicamente q foi aqui q joguei minha mochila no chão, já sentindo o cansaço no corpo (e nos ombros, principalmente) pegar pesado por conta do constante sobe-e-desce daquele dia. E olha q nem eram 15hrs!!

Dono absoluto dali, montei a barraca naquele paraíso particular e fiquei a toa pelo resto do dia. Comi algo, descansei outro tanto e dei uma bisbilhotada no topo da cachu, por onde o Ribeirão da Caroba se esgueira sinuosamente grota adentro. O tempo ate colaborara se mantendo naquele tom de nebulosidade clara, porém sem nenhuma precipitação, o q já tava de bom tamanho. Logicamente q adormeci bem antes do manto negro da noite repousar sobre os largos ombros dos ermos campos da Bocaina, tendo como trilha sonora o hipnótico som duma maravilhosa queda dágua bem ao meu lado. Aquela noite fora bastante fria, me obrigando a trajar td roupa q trazia a tiracolo, mas felizmente não chovera como a anterior, o q já tava de bom tamanho.

Despertei de sobressalto na segunda-feira com o chiado próximo de um gavião bem acima de mim, provavelmente reclamando daquela barraca invadir seu território. Olhando por entre as frestas da minha modesta tenda pude ver q o tempo tava bem melhor q o amanhacer ddo dia anterior, ou seja, tava apenas nublado claro. Imediatamente tomei meu rápido café-da-manha (uma maçã e um sanduba) e levantei acampamento, de modo a otimizar a pernada daquele ultimo dia, e q basicamente consistia na descida de serra.

Mochila nos ombros, me despeço da Cachu Caroba prometendo breve retorno, e me pirulito pelo mesmo caminho pelo qual chegara. A luminosidade e a ausência de qq tipo de bruma conferia a paisagem vista na tarde anterior um outro aspecto mais claro e nítido, e somente naquele exato momento pude avistar o Pico Tira-Chapéu em sua plenitude, a sudeste, elevando-se da morraria e espetando o céu da Bocaina altivamente.
Piso na estrada principal exatas 8:30hrs, agora tomando rumo a bifurcação alcançada o dia anterior. Alcanço então a “Estrada do Pau Casado”, ali sinalizada por uma flechinha indicativa da Faz. do Conde, q vai na mesma direção, ou seja, pro norte. Esta precária via será meu caminho de agora em diante até pisar no asfalto, e dali chegar até Areias ou São José do Barreiro, conforme rolar minha sorte de carona. Avaliando as possibilidades oferecidas pela carta (1:50mil, de SJ Barreiro) q carrego a tira-colo, essa parece ser minha única opção. É neste momento q uma fria garoa torna a fustigar meu rosto obrigando trajar vestimenta apropriada, assim como a colocar as pernas pra trabalhar afim de esquentar o corpo.

Mas após desimpedida caminhada por volta das 9hrs me deparo com uma bifurcação. Sem pestanejar abandono a via principal (direita) em favor da outra q, devidamente sinalizada, logo me leva as dependências da Faz. do Conde (não confundir com Conde D´eu, outra pousada da região). Sou recebido pela simpatica Carina, q imediatamente me convida a entrar na cozinha pra fugir da fina garoa e me oferece gentilmente um cafezinho, gentileza q não recuso. Carina é esposa de Seu Luciano, dono da Fazenda (e Pousada) do Conde, q não tarda a se juntar a prosa na cozinha, mesmo ligeiramente gripado. “Ué, kd seus amigos?”, pergunta ele pra mim. Em tempo: foi ali, na Faz. do Conde q fiz uma parada emergencial em minha primeira incursão aos Altos da Bocaina, e surpreendeu-me a memória de Seu Luciano em não apenas se lembrar de mim como tb dos meus companheiros na ocasião (o Rex, a Elisa “Tapioca” e o Nemo), mesmo passados 7 longos anos!!!

Nascido, criado ali e conhecedor daquelas paragens como ninguem, Seu Luciano era a pessoa certa pra metralhar de perguntas qto possibilidades da Bocaina. Me falou do belo visu dos 1830m do mirante do Pico do Quilombão e da nascente do Rio Paraiba, tds próximas dali! E o melhor, confirmou minhas suspeitas q o melhor acesso pra Cachu do Inacio era por ali. Fora isso proseamos um monte, ao mesmo tempo em q o simpático senhor fazia questão de me empurrar a mesa recheada de quitutes reservada pro desjejum de seus hospedes na ocasião, no caso, apenas um casal de Sampa com sua filhinha. Como já estava de bucho cheio me limito apenas a dois copos de café-com-leite e a mastigar um delicioso pão-de-queijo feito na hora! “Ce vai ficar por almoço, não?”, me indaga Seu Luciano. “Eu te dou carona até Areias no final da tarde!”, completou. Olha, vontade de estacionar ali não faltou, mas tive q declinar de tal tentadora proposta, pois ainda era cedo demais pra encerrar a trip assim, digamos, de forma tão acomodada e inglória. É, Seu Luciano me recebia com a mesma hospitalidade de 7 anos atrás!

Me despedi do Seu Luciano e da Carina prometendo retorno, voltando p/ bifurcação da fazenda com a estrada principal. No caminho olho pra trás e vejo a arquitetura simples da Faz. do Conde, q mais lembra o “Sitio do Pica-Pau Amarelo”, mas na verdade é um antigo casarão colonial do sec. XVX. Ao lado marulha mansamente o Rio Paraitinga, q juntamente com o Paraibuna formam o majestuoso Rio Paraiba. Sim, aquele enorme q banha quase td Vale do Paraíba, já na baixada. Duas cachoeiras quase ao lado da casa tornam o lugar ainda mais especial: a Cachu Véu da Noiva, atrás da casa; e a Cachu da Sede, q despeja as águas do Paraitinga num gde poço, já quase á saída da Fazenda. Pra quem quiser mais infos de hospedagem deste lugarejo altamente recomendável pra quem quiser algo com mais conforto no alto da serra, aqui vao as infos (https://sites.google.com/site/pousadadoconde/). E se não for pra ficar hospedado, q seja ao menos pra dar uma passada por ali pra tomar um delicioso cafezinho, pedir informações ou apenas ouvir as deliciosas estórias de Seu Luciano.
Pois bem, uma vez na bifurcação abandono as estradas e acompanho o cercado q passa a galgar suavemente a morraria de pasto ralo a leste. Visivelmente ganhando uma gde e larga crista, me mantenho sempre no alto acompanhando o espigão principal, desviando dos enormes cupinzeiros q coroam a relva daqui. No alto temos uma panorâmica espetacular de td entorno, um giro de 360 graus com praticamente td trajeto percorrido nos dois últimos dias, td isso emoldurado por um infindável mar-de-morros! Beneficiados pelo tempo relativamente limpo podemos vislumbrar td quadrante sul, delimitado pelo imponente Tira Chapéu, a sudeste, até os inconfundiveis monólitos de pedra q pipocam no topo do Alto do Saci, a sudoeste.

Me mantenho na crista principal e logo percebo q a crista subitamente termina numa íngreme e perigosa pirambeira vertical, mas observando a minha direita reparo q da crista em q me encontro deriva um espigão secundário q perde altitude de forma mais suave. E é pra ele q me dirijo sem gde dificuldade, onde não tarda a encontrar uma discreta picada q desce junto com ele. A medida q avanço começo a ouvir o urro furioso de agua despencando de algum lugar na morraria a minha esquerda. Dito e feito, a medida q dava mais um paso descortinava-se ao meu lado o maravilhoso conjunto da Cachu do Inácio!! A trilha me leva até um abaulado selado, de onde a única maneira de aceder as quedas é descendo por outra picada tão íngreme qto vertical onde td cuidado é pouco. A impressão q se tem ao percorrer esta vereda é q se esta descendo uma gde escadaria de degraus irregulares e estupidamente espaçados entre si.

 Complexo do Inacio é o conjunto de três enormes e belas cachus q despencam quase q sequencialmente, fruto de um rio q nasce numa grota situada entre os altos e elevados morros palmilhados ate ali. As duas ultimas quedas (e seus respectivos poços) são facilmente visitaveis ao vivo, mas a primeira é bem mais dificil, pois esta enfiada no meio duma enorme grota e cercada de paredões de pasto verticais. Chegar ali sometne com técnicas de rapel mesmo.
Após um longo tempo de contemplação e fotos, retorno penosamente td trajeto feito ate ali e antes das 11hrs me vejo outra vez na estrada principal. Agora são quase 24km de estrada até Areias, sendo 15km somente ate o asfalto. Respiro fundo, ajeito a cargueira nos ombros e toco fundo, serpentenado a morraria pro norte, após chapinhar pela ultima vez o Rio Paraitinga q cruza meu caminho. Contudo, não passam nem 3km de estrada e o tempo, q ate então estava benevolente, fecha num denso nevoeiro q confere aquela simploria estrada um aspecto ate meio q místico.

Mas ao cruzar uma porteira q sinaliza os 1700m do alto da serra e q inicia de fato a descida da mesma, é q o tempo fecha de vez e uma grossa e espessa garoa passa a me acompanhar por um bom tempo. Olha, pra quem achava q a estrada de São José do Barreiro ate o Parna Bocaina era ruim precisa conferir esta aqui. É pior, e duvido q valente fusca do folclórico Zé Pescocinho consiga chegar ate a metade daqui. Alem de enlameada, cascalhada e bem irregular, ela é estupidamente íngreme em sua maior parte do trajeto. Tanto q mesmo a pé, a descida foi feita com “freio de mão” puxado a td momento pra não resbalar nas pedras, o q não me livrou de carimbar o traseiro em mais de uma ocasião! Essa estrada pra subir (ou descer) so mesmo com um bom veiculo tracionado!

Mas se há algo bom nessa estrada, é q se perde altitude rapidamente e isso é fato! Isto pq a td momento surgem marcos referenciais, sejam eles bicas ou alguns atrativos naturebas, tds devidametne emplacados com a altitude local. Inclusive o belo exemplar da árvore (do pau casado) q empresta seu nome a estrada, situada na cota dos 1430m de altitude. E assim prossigo minha descida de serra inipterrupta, sob fina e fria garoa. Mas por volta das 12:30hrs, me permito um breve descanso a beira da tal “Agua Grande”, uma boca brotando na margem da estrada, na cota dos  1100m. Mas o bom deste relax não é a parada e nem a agua, é perceber q a camada de nuvens desnamente carregadas já foi transposta pois já não chove mais.

A pernada prossegue compassada por aquela estrada porca e esburacada, e ao atingir a cota dos 1000m a via finalmente deixa as encostas forradas de mata fechada pra dar lugar a vistas mais largas e generosas ao sul, pois a vegetação aqui é relativametne aberta. Segue-se então um constante sobe e desce q basicamente percorre interminavelmente a sinuosa encosta de pasto dos morros sgtes. Um trecho entediante não fosse a vista q se tem do entorno, mas principalmente da Serra da Bocaina (atrás) com seus cumes encobertos.

Atinjo o q parece ser a baixada ao chegar numa bela casa q pela carta julgo ser a Faz. Carlota e mais adiante, as 13:30hrs, cruzo com a estrada q vem da Faz. Vargem Grande, o vale paralelo pelo qual descera nas ocasiões anteriores. Faltam apenas 5km! As costas e joelhos já começam a sentir o tranco daquela forte e íngreme descida, tanto q reverzo carregar a cargueira tanto nas costas como pela frente. Afinal, são mais de 1000m de desnível: um sufoco pro corpo desacostumado! Chacaras e fazendinhas começam a surgir aqui e ali, uma escola ali, uma ponte acolá…enfim, falta pouco pro asfalto! Mas dureza mesmo é, depois disso tudo, ter de ainda encarar uma subida ingreme com desnível de quase 150m ate a estrada! Subida esta q faço a paso-de-tartaruga-manca sem pudor algum! Como se não bastasse, o sol (q ate então se manteve oculto) resolve dar um tapa bem na minha cara durante aquela penosa ascensão! Uma ultima olhadela na Serra da Bocaina, q dali se enxerga em td sua extensão, serve como consolo aquela penúria em forma de camelação.

Mas por ironia do destino, não faltavam nem 100m pra atingir o asfalto qdo surge um tiozinho num surrado fusquinha me oferecendo carona diretamente pra Areias?! Como a “cavalo dado não se olha os dentes” aceitei na hora e la fomos nos. O tiozinho, de nome Joao, era caseiro de uma das fazendas da regiao e ficou impressionado com o trajeto q fizera a pé, acampando naqueles últimos três dias. “Ce não tem medo de onça não?”, me perguntou surpreso. Respondi q não, q tenho mais medo do bicho homem q dos supostos felinos q ele dizia ter ali aos montes. “Ah, eu não me enfio no mato sem arma de fogo de jeito nenhum!!”, diz ele. Ta explicado então o pq de não se encontrarem mais animais selvagens ali como antes.

Saltei em frente a Igreja Matriz, já em Areias, e me despedi do Joao as 15:30hrs! Pra variar perdi o busão do inicio de tarde e teria de enrolar ate as 19hrs pra pegar o próximo, rumo Guará. Q seja, e assim encostei no boteco q serve de rodoviária e entornei tds as brejas possíveis naquele meio termo, enqto observava o vai-vem daquela pcata e simpática cidadezinha. Assim como Sâo José do Barreiro, Areias é mais um daqueles pequenos vilarejos onde td mundo se conhece e q surgiu no séc 18 a margem da antiga estrada imperial –  aquela q ligava São Paulo ao Rio de Janeiro – servindo de parada e pouso obrigatório pros tropeiros q dali buscavam o porto de Mambucaba. E assim como serviu de parada aos antigos tropeiros agora tb serve de parada pra andarilhos como eu. Dureza foi aturar o fumegante “Seu Mario”, folclórico tiozinho local, baforando seu cigarro na minha direção e bem ao lado duma placa escancarando “proibido fumar”. São as regalias da velha geração. Alguém la fora o chama de idoso. “Não sou idoso, sou velho!”, responde ele, orgulhoso. E logo depois pôs-se a cantarolar uma profunda melodia, entre uma tragada e outra, q parece ter impregnado até as mentes mais conservadoras: “Eu quero tchu…eu quero tcha..”

O busao finalmente me pegou as 19:20hrs, onde literalmetne desfaleci o resto do trajeto so despertando em Guaratinguetá. La, tomei as 22hrs o busunga pra Sampa, torcendo pra chegar na metrópole antes do Metrô encerrar suas atividades. Mas como se desgraça pouca fosse bobagem, cheguei na “Terra da Garoa” um pouco depois de uma hora da manhã, inicio de madruga, no exato momento em q funcionários do Metrô baixavam as grades de acesso aos terminais. “PQP! Fudeu!”, pensei. Tentei ver se haviam coletivos (seja pra onde fossem) circulando, e nada! Resignado e já quase conformado com minha condição, optei por permanecer no interior do Terminal Tietê por ser bem mais seguro (e quente) q as ruas frias lá fora. Cogitei até ir pra casa (km 12 da Raposo Tavares) a pé, mas logo desisti da idéia por não ser mto sensato andar de madrugada pelo centrão de Sampa. Acomodei-me então “confortavelmente” numa das varias cadeiras juntamente com outros trocentos passageiros na mesma situação minha, e lá tentei cochilar enqto aguardava dar logo as 4hrs da manhã, horário em q o Metrô normalmente volta a circular. Voltar de taxi? De jeito nenhum! O escorpião no meu bolso não permitia esse tipo de luxo! Enfim, parece q a Cissa escapou ilesa e incólume de td essa camelação e perrengue ate o final da trip. Sorte dela!

Resumindo, com a travessia acima relatada completei redondas 4 incursões aos Altos da Bocaina, e posso afirmar q vejo necessidade de mais algumas pois reconheço q mal arranhei esta belissima região de tantas possibilidades. Fora as valiosas dicas do sempre simpático e hospitaleiro Seu Luciano, existe ainda o setor oeste q guarda muitas surpresas a serem desvendadas, uma vez q lá é onde a Bocaina passa a se chamar de Serra da Quebra-Cangalha e finda no Bairro dos Macacos.

Dessa forma, esta vasta região de altitude variando de 1000m a 2080m, cujo nome significa “caminhos para o alto” e esta inserida entre os municípios de  SJ Barreiro, Silveiras, Arapeí, Bananal e Cunha, decerto será merecedora de novas e vindouras explorações. Empreitadas q certamente devem descortinar novas facetas da velha  e tradicionalmente conhecida Serra da Bocaina. Quem sabe novamente daqui a dois anos pinto por lá..

Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html
http://jorgebeer.multiply.com/photos

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Sobre o autor

Jorge Soto é mochileiro, trilheiro e montanhista desde 1993. Natural de Santiago, Chile, reside atualmente em São Paulo. Designer e ilustrador por profissão, ele adora trilhar por lugares inusitados bem próximos da urbe e disponibilizar as informações á comunidade outdoor.

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