A alta temporada de verão leva muitas pessoas a buscarem rios e cachoeiras para se divertir e se refrescar. Infelizmente, o ano de 2025 já registrou três mortes por afogamento em cachoeiras do Paraná.
A primeira vítima foi Erick Van de Almeida da Costa, de 26 anos, que desapareceu após ser arrastado por uma cabeça d’água no Salto São Jorge, em Ponta Grossa, em 01/01. Outras pessoas que estavam no local conseguiram sair da água com a ajuda de outros banhistas e funcionários do local. Um amigo de Erick, que estava fora da água, tentou avisá-lo sobre a correnteza, mas, infelizmente, Erick foi arrastado. Seu corpo foi localizado no dia seguinte, 02/01.
Já em Morretes, dois homens morreram afogados na Cachoeira do Jajá, em 02/01. Segundo testemunhas, eles entraram na água para tentar salvar uma adolescente de 14 anos que havia escorregado e caído na cachoeira. O namorado da jovem, também de 14 anos, e o padrasto dela, de 35 anos, entraram na água para resgatá-la. A jovem conseguiu sair da água, mas os corpos dos dois homens ficaram submersos e só foram encontrados após a chegada dos Bombeiros. Eles ficaram presos na correnteza da cachoeira por mais de 20 minutos e, infelizmente, não resistiram. A área foi isolada e repassada à Polícia Civil para os procedimentos legais.
Como prevenir um acidente com Cabeça d’Água?
A chamada Cabeça d’Água é um fenômeno natural que provoca a cheia repentina de leitos de rios, especialmente durante o verão, quando as chuvas são mais intensas. Isso pode aumentar exponencialmente o fluxo de água em rios ou cachoeiras, gerando riscos para os banhistas.
A melhor forma de prevenir acidentes com a Cabeça d’Água é evitar se banhar, atravessar rios ou acampar próximo a eles quando há previsão de chuva. Rios que nascem em áreas montanhosas podem ser ainda mais perigosos, pois as chuvas nas regiões altas acumulam grande volume de água, gerando grandes enxurradas, mesmo que não chova nas áreas mais baixas.
É fundamental estudar o local antes de se refrescar. Normalmente, os moradores da região sabem se o local costuma ter ocorrência desse fenômeno. Além disso, esteja sempre atento ao aumento do fluxo de água ou à presença de galhos, folhas e outros detritos na água.
Barulhos fortes e estrondos, bem como a mudança na cor da água, que fica turva, são sinais de uma cheia iminente. Ao perceber qualquer um desses sinais, afaste todos os banhistas da água. Nunca tente atravessar um rio ou nadar durante uma Cabeça d’Água, pois, além do grande fluxo de água, podem existir galhos, arames, pedras e outros objetos no rio que podem se enroscar a uma pessoa e aumentar os riscos de afogamento. Por outro lado, sempre que for visitar um rio ou cachoeira, identifique rotas seguras caso precise sair rapidamente.
O que fazer ao presenciar um afogamento?
Já em caso de afogamento, ligue para os serviços de emergência imediatamente, acionando o 193 ou 192. O Corpo de Bombeiros orienta que se jogue material flutuante ou uma corda para a vítima. Também é possível utilizar galhos de árvores para que a pessoa na água se puxe até a beira.
Não é recomendado que pessoas sem o devido treinamento, conhecimento de técnicas e equipamentos entrem na água para socorrer alguém, pois isso pode vitimar mais pessoas. Além disso, se a vítima estiver muito agitada, ela pode tentar agarrar o socorrista, e resultar no afogamento de ambos.
Após retirar a vítima da água com segurança, verifique se ela está respirando e se tem pulso. Caso não tenha pulso ou respiração, inicie imediatamente a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Se a vítima estiver consciente, mantenha-a aquecida para evitar hipotermia.