Um homem de 53 anos faleceu após ser atingido por uma pedra enquanto realizava uma trilha no Rio de Janeiro. A vítima, identificada como Sergio Neves, estava percorrendo a trilha do Morro São João, que liga os bairros de Botafogo e Copacabana.
O acidente ocorreu na base da Escadaria dos Escravos enquanto o trilheiro esperava para subir. Foto: Wikiloc
Sergio estava subindo o trecho conhecido como Escadaria dos Escravos, onde algumas pranchas foram fixadas na rocha e degraus foram esculpidos para facilitar a subida, quando uma pedra o atingiu na cabeça. Ele estava com um grupo de aproximadamente 50 pessoas e não usava capacete.
De acordo com informações, um dos integrantes do grupo que subiu primeiro acessou uma área de platô com vegetação acima do morro e acabou pisando sobre um bloco solto, que se desprendeu. A pedra se quebrou em vários pedaços, ainda assim, um pedaço grande atingiu o aventureiro.
Sergio foi atendido pelos colegas do grupo porém faleceu no local antes da chegada de socorro.
A Escadaria dos Escravos
A Escadaria dos Escravos foi construída por volta de 1845 como uma forma de conectar a região de Botafogo com Copacabana antes da abertura do Túnel Velho, que liga os dois bairros. Existem várias lendas sobre o motivo desse nome. Entre elas, está a história de que a escada foi esculpida por escravos que utilizavam a trilha para acessar o Quilombo do Leblon, que ocupava parte de Copacabana.
Apesar de ser uma trilha acessível, a Escadaria dos Escravos é considerada uma área exposta, com grande risco de queda. Por isso, não é recomendado que seja realizada sem o uso de equipamentos de segurança, nem sem a presença de guias ou alguém que conheça bem o local.
Parte superior da escadaria com alguns dos platôs com vegetação. Foto: Wikiloc
Até pouco tempo, o local era utilizado principalmente por escaladores que acessavam as paredes mais altas da montanha para realizar treinamentos ou dar aulas de escalada para crianças de um projeto social da região.
No entanto, a Escadaria dos Escravos foi recentemente descoberta por grupos formados nas redes sociais. Testemunhas relatam que é cada vez mais comum ver turmas grandes acessando o local, muitas vezes sem equipamentos de segurança e com poucos guias para cuidar da segurança de todos. Muitas vezes os guias não possuem conhecimentos sobre atividades outdoor e de montanha. As testemunhas contaram ainda que havia apenas um guia no grupo em que Sergio estava, porém essa informação não foi confirmada.
