Ultramaratonista Brasileiro corre maratona inédita no topo do Monte Roraima

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O ultramaratonista, Marlus Jungton de Pádua, correu 42 quilômetros passando por diversos pontos famosos do cume do Monte Roraima em 17/11. Ele levou 8 horas e 41 minutos para completar o desafio e foi acompanhado pelo guia José Ramon Lezama. Assim, ele se tornou o primeiro brasileiro a correr uma maratona no topo dessa montanha.

Marlus Jungton e José Ramon Lezama durante a corrida.

Localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o monte Roraima possui 2810 metros de altitude e um cume com cerca de 32km2. O terreno no alto da montanha é desafiador e assemelha-se a uma paisagem lunar. Antes de realizar a corrida, Marlus participou de uma expedição de subida e reconhecimento de terreno organizada pela Soul Outdoor.

O desafio

No dia da corrida, o clima estava fechado e em alguns momentos eles pegaram bastante umidade. Um mero deslize poderia por fim ao desafio por tanto tempo planejado. De acordo com o ultramaratonista, a maior dificuldade foi vencer o relevo acidentado do cume da montanha e lidar com a tensão para evitar acidentes.

“O Monte Roraima é um grande campo de pedras fixas de todos os formatos possíveis, então o principal desafio foi fazer uma corrida de saltos entre pedras. É difícil você manter a cadência e o ritmo. O batimento do coração também é muito explorado porque a todo momento você pula e precisa recuperar a frequência cardíaca, mas aí tem outro salto, e mais outro e mais outro” disse Jungton.

Marlus Jungton tornou-se o primeiro brasileiro a correr uma maratona no cume do Monte Roraima.

Dados da corrida de Jungton.

Trajeto percorrido.

Mas não houve apenas desafios durante a corrida. Ele também contou sobre momentos de grande emoção vividos durante a prova. Um deles ocorreu quando ele chegou a La Ventana.  “Este foi o único ponto que paramos a corrida. Parei para rezar e agradecer, e em alguns minutos o céu abriu. Foi mágico. Senti que a montanha estava me autorizando, estava me dando permissão. Sei que é algo da minha cabeça, mas me motivou muito a continuar até o final”, relatou.

Jungton que é apaixonado por montanhas e corrida conta que já foi sedentário, mas que decidiu iniciar no esporte após ver outras histórias inspiradoras de atletas e montanhistas. Assim ele espera que a corrida no Monte Roraima inspire outras pessoas. “Então fico feliz por o ineditismo da corrida neste terreno eventualmente inspirar alguém. Há oito anos eu era sedentário e estou aqui agora, e sai para correr e subir montanhas inspirado por outros que fizeram coisas legais também. É um ciclo virtuoso”, contou.

Quem é Marlus Jungton de Pádua

Marlus Jungton de Pádua é apaixonado por montanhismo e alta montanha e começou a dedicar-se a corrida em 2015. Desde então ele já correu mais de nove mil quilômetros em 10 países diferentes. Em seu currículo o atleta possui mais de 30 maratonas, mais de 200 meias-maratonas.

“Meu projeto mais extremo foi o caminho francês até Santiago de Compostela, onde corri 10 maratonas em 10 dias seguidos, sendo a primeira delas de Saint-Jean-Pied-de-Port até Pamplona com 67 km, 2,2 mil metros de elevação em 11 horas” contou.

O ultramaratonista também já esteve no Aconcágua e no Himlung Himal, com  7135m  e uma montanha até então inédita para brasileiros. Além dessas experiências, ele sonha em escalar o Everest. “Para desenvolver minha capacidade de ficar longas horas em terrenos com inclinação vou correr em 2024 os 108k da UTMB de Paraty e correr outras trails da franquia. Em 2025 quero me candidatar para correr os 170k em Chamonix na França, e passar uma temporada escalando montanhas de 6 mil nos Andes. Em 2026 tentar o Everest”, finalizou Jungton.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

2 Comentários

  1. Engraçado…..os guias não levam crédito em nada mesmo….são meros acompanhante destes atletas? Me pergunto onde estes atletas chegariam sem que os guias mostrassem o caminho…..a maioria das conquistas simplesmente não aconteceriam.

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