Sempre visto como um simbolo de exuberância pelo povo japonês, além de ser o cartão postal desse país é também uma montanha que recebe visitantes de várias partes do mundo durante a temporada de verão, estimando que só nos meses de julho e agosto, que é a alta temporada, mais de 150.000 pessoas tentem a façanha de subir o monte, de 3.776metros.
Durante todo tempo que morei aqui, nunca me interessei em subir o monte, já que aqui no meu quintal, estava muito bem servido de tantas montanhas que há ao meu redor e sempre deixava para uma outra vez.
Aproximava-se o feriado de agosto e já tinha subido várias montanhas, num ritmo de uma por semana, até que em uma conversa com o diretor da minha empresa, um ótimo escalador, montanhista e membro voluntário do resgate em montanhas, comentei se valia a pena dar um pulo até lá, pois sabia que de longe é muito bonito, mas estando lá, nem tanto.
Conversamos muito sobre todos os aspectos e me veio o conselho de que como era a mais alta e o simbolo dessa terra, deveria sim, ao menos uma vez ascender o monte.E porque não?
Escolhi o mês, que seria julho e fui preparar os equipamentos e aproveitei para covidar mais alguns amigos para um belo feriado na montanha.
A rota escolhida, foi a rota Kawaguchiko, preferida por muitos, já que o estacionamento é maior e a trilha mais curta.
Chegado o dia, partimos rumo a província de Yamanashi, pela rodovia expressa Chuo, até Kawaguchiko em seguida, pegando a estrada Subaru line até a quinta estação do monte Fuji e lá ficamos nos aclimatando por umas três horas.Como a quinta estação fica ã 2.304 metros e ganhamos altitude rapidamente, por ir de carro até lá, nada mais sensato que tomar essa atitude, já que muitos passam mal antes mesmo de chegar ao topo, por não tomarem devidos cuidados.
Começamos a subir às oito da noite para chegarmos lá à uma da manhã e esperar até amanhecer para ver o sol nascer, que é um dos espetáculos do lugar, fora o caminho que estava com um céu estrelado que só quem está lá em cima, pode apreciar.
Pode parecer que cheguei muito cedo lá, mas é que por volta das três da manhã, aqueles milhares de visitantes, que chegaram no dia anterior e se hospedaram nos lodges que lá tem em vários pontos, começam a sair em prossição, rumo ao topo e olha que são milhares, por uma trilha estreita, empurrando montanhas acima quem estiver na frente, uma visão do inferno.
Enquanto se esperava o sol, aproveitamos para fazer a nossa refeição, tomar algo quente, pois o frio lá em cima é cruel, mesmo no verão e conversar com os vários montanistas que chegavam ao local.
Espera e mais espera, até que o sol começou a despontar no horizonte, trazendo o espetáculo da natureza ao vivo para os milhares de aventureiros que estavam lá a sua espera tendo as nuvens baixas a sua volta, fazendo todos suspirarem de tanta beleza.
Ficamos no topo até às cinco e meia, já que meu parceiro começou a passar mal e tive que desce-lo. Eita mal de altitude.
A descida é cansativa, pelo fato do visual monótono em volta do monte Fuji e pelas suas trilhas arenosas, mas é rapida e em questão de uma hora, quase duas, estavamos na quinta estação, saboreando um sorvete para refrescar do calor que fazia no dia.
Valeu a pena sim.
Para quem pretende ir o monte Fuji tem quatro rotas.
Yoshida-guchi/Kawaguchiko a mais escolhida, com 7,5 km e tempo estimado de subida de 6 horas.Fica a 2.304 mts de altitude.
Fujinomiya-guchi, com 5km e tempo estimado de subida de 5 hs.Fica a 2.380mts de altitude.
Subashiri-guchi, com 7,8 km e tempo estimado de subida de 5:40 min.Fica a 1.970 mts de altitude.
E por ultimo a rota Gotenba-guchi, que é a mais longa e pesada,ja que é formada por restos de lava vulcanica e suas cinzas, com 11km e tempo estimado de subida de 7hs.Fica a 1.440 mts de altitude.
Nos meses de julho/agosto a temperatura fica por volta de 4 graus a média max. e -5 graus a media min.
Com vontade?Então prepare os equipamentos, leve roupas de frio, consuma bastante liquidos, leve comida, caso não queira pagar os preços altos de lá e vá num ritmo leve, assim, não passará mal antes de chegar no topo.
Isso tudo se você for no verão, pois no inverno é outro caso.
A falta de fotos é devido a quebra da câmera que escolheu justo esse dia para me deixar na mão.Tive que apelar para doações de fotos,ninguém merece…
Kaoru Noda é um montanhista nippo-brasileiro. Ele mantém um interessantíssimo Blog sobre suas aventuras no País do Sol Nascente, Kaoru Noda: Trekking Brasil-Japão