Ver o sol nascer no Fuji traz saúde e felicidade, afirmam os japoneses

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O ponto mais alto de um país raramente passa incólume à criação de mitos envolvendo sua figura. Com o monte Fuji não é diferente. Junte a isso o sentimento de divindade que se tem por estar, já no fim da subida, acima das nuvens.


Adicione a essa receita um povo que, como explica o estudante de turismo Mitsuru Nakayasu, 21, associou, no passado, acidentes geográficos –como lagos e outros montes- ao sagrado. Isso explica, em parte, porque a trilha que leva ao cume do monte mais alto do país fica congestionada nos meses em que o acesso a ela é aberto.

Falta de condicionamento físico ou idade avançada não são obstáculos para os japoneses que vêem no monte algo divino.

Yoshi Kashimoto levou os filhos Maako, 10, e Tetsu, 7, para fazer o trajeto e desfrutar os “fortes espíritos da montanha”.

O sexagenário Yamashita Katsutoshi, 61, diz que todo japonês deve subir o monte ao menos uma vez na vida.

As declarações apontam a mística que o monte exerce sobre os japoneses. A farmacêutica Imahashi Miki, 25, conta que uma tradição diz que aquele que sobe o monte e vê, dali, o nascer do sol, leva felicidade e saúde para a família.

No entanto, ela mesma não tem muita vontade de subir ao Fuji por já imaginar, de antemão, o cansaço da empreitada. Diz que apenas dois de seus amigos escalaram o monte e que, no máximo, passou nos arredores da montanha para jogar tênis com amigas.

Se Miki não dá muita bola para o monte, Nakayasu, estudante de turismo, freqüenta o local desde pequeno. Na escola primária, participou de um clube de alpinismo, já subiu o monte cinco vezes, mora próximo a ele e, agora, nas férias da faculdade, trabalha, por um mês, na Komitake, loja no quinto estágio, começo oficial da escalada.

“Trabalhar aqui é muito interessante, eu conheço muitos estrangeiros e converso com eles”, comenta o estudante e atendente, um dos muitos “arubaitos”, ou trabalhadores temporários, encontrados no Fuji nesta época. Normalmente, é com os “arubaitos” que é possível se comunicar em inglês -já que a maioria dos japoneses não fala o idioma.

Mundano

À parte seu caráter divino, o trajeto completo até o topo do monte Fuji é um desafio. Ter um certo condicionamento físico ajuda, pois a subida e a descida podem ser cansativas.

O venezuelano Orlando Gonzales, 30, que se diz longe de ser atleta, afima que ficou três dias com dores depois da aventura. Ele reclama da falta de um teleférico, mas logo pondera: “Depois desta viagem, porém, sinto-me mais capaz de alcançar outros objetivos difíceis”.

Texto de Maurício Kanno

Fonte: Folha Turismo

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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