O verão na Europa, marcado por dias ensolarados e temperaturas agradáveis, tem revelado um lado sombrio das montanhas: elas não perdoam erros, e muitos deles são fatais. Entre 21 de junho e 23 de julho, os Alpes Italianos registraram 83 mortes e cinco desaparecimentos, uma média alarmante de quase três vítimas por dia.
O clima favorável tem atraído um grande número de pessoas em busca de aventuras ao ar livre. No entanto, segundo equipes de resgate, muitos visitantes chegam às trilhas e encostas sem preparo físico, experiência ou equipamentos adequados, motivados apenas pela busca da “foto perfeita” para as redes sociais.

Evento de prevenção de acidentes em montanhas. Foto:Corpo Nazionale di Soccorso Alpino e Speleologico (CNSAS)
Maurizio Dellantonio, chefe do Corpo Nazionale di Soccorso Alpino e Speleologico (CNSAS), afirmou ao Corriere della Sera que as operações de resgate já estão 20% acima da média. A maior parte dos envolvidos nos acidentes são praticantes de trilhas, seguidos por montanhistas, ciclistas, paraquedistas e pessoas que se aventuram em grandes altitudes mesmo com problemas de saúde.
Ainda segundo o CNSAS, imagens espetaculares compartilhadas na internet incentivam iniciantes a enfrentar rotas desafiadoras sem verificar condições climáticas ou características do terreno. Outro problema é que metade das pessoas resgatadas se recusa a arcar com os custos da operação, que podem ser elevados.

Resgates com helicóptero são considerados de alto risco e possuem um valor bastante elevado. Foto:Corpo Nazionale di Soccorso Alpino e Speleologico (CNSAS)
Em 2024, o CNSAS realizou 12.063 missões de resgate alpino e espeleológico. Destas, 11.789 pessoas foram salvas com vida e 466 não resistiram. As principais causas de resgate no ano passado foram:
- Queda ou escorregão (43,2%)
- Incapacidade de continuar a atividade (26,5%)
- Doença (12,7%)
- Outras causas (9,6%)
- Mau tempo (4,1%)
- Deslizamentos de terra (1,3%)
- Avalanches (0,7%)
- Choque anafilático (0,4%)















