VII Encontro de Escaladores do Nordeste

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Aconteceu nos dias 14,15 e 16, na cidade de Campina Grande na Paraíba a 7ª edição do Encontro de Escaladores do Nordeste. Confraternização e muita escalada no Parque do Poeta.


Por Neudson Aquino – CE

Já fazem 3 semanas desde que aconteceu o VII EENE, mas a experiência ainda está bastante viva na memória e nas mãos também. Foram 3 dias no Parque do Poeta em Campina Grande, escalando ao lado de gente da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. E posso dizer, sem sombra de dúvidas, que valeu a pena ter ido pela primeira vez a um encontro.

O local escolhido para receber o evento desse ano, o Parque do Poeta, fica praticamente dentro da cidade de Campina Grande. Algo fantástico pra gente daqui do Ceará, que tem que se deslocar no mínimo 70km para chegar na pedra mais próxima. Mas apesar disso, não é um local fácil de achar para quem veio de fora.

O nome de Parque do Poeta era conhecido por poucos na cidade e isso complicou um pouco a vida dos visitantes de outros estados. Contudo, o local permitiu algo que eu não sei se aconteceu em outros encontros, concentrar todas as atividades no próprio Parque. Tudo foi providenciado para que ninguem precisasse deixar o local do encontro.

O camping, apesar de não muito grande, conseguiu comportar bem os mais de 100 escaladores que compareceram ao evento. A estrutura de banheiros e banho, apesar de não ter sido o que eu considero a ideal, funcionou perfeitamente bem e não deixou ninguém na mão. Houve alguns problemas com relação a alimentação no parque, mas nada que realmente estragasse o clima do encontro.

Paralelamente às escaladas, a organização preparou uma série de palestras e oficinas para promover a troca de experiências. As palestras aconteceram no período da noite, em uma tenda armada no acampamento, e tiveram como convidados o paulista Maurício Clauzet (Tonto) e os cariocas Adriano Peixoto (Ted), Dalton Chiarelli e Rosangela Gelly. Os temas abordados foram os mais diversos, passando deste a vivência de um escalador até técnicas de acesso por corda para fins industriais.

Mas agora vamos falar do que realmente interessa: As pedras!O Parque é bem servido delas. São vários blocos de granito de altura mediana, entre 10 e 20 metros, com vias de graus variados. Na maioria dos blocos você encontrava vias que mesclavam regletes e cristais, lembrando um pouco as pedras de Quixadá, no Ceará. Tem de tudo um pouco: vias esportivas, chaminés, vias de mais de uma enfiada e alguns boulders. Destaque para a Pedra Escola, que abriga as vias mais fortes do Parque: Nove Soros 8b e Rala Côco 9a, e a Pedra do Cordeiro, onde ficam as Vitaminas, uma série de sétimos muito bons. Um pouco mais distante do local do camping, cerca de 6km, fica a Pedra do Marinho. O local pra quem prefiria várias enfiadas, e um ótimo lugar pra terminar um dia de escalada.

Todo o Parque estava bem sinalizado, com placas indicando a direção de cada pedra. Para ajudar mais ainda, foi confeccionado um pequeno guia do local, mas mesmo assim, ainda senti dificuldades pra identificar algumas vias. Passei 2 dias achando que estava entrando num 7a chamado Vitamina C, quando na verdade estava malhando um 6sup chamado Pegasus. Não que tenha feito diferença, por que o 6sup me deu trabalho de sétimo, mas é sempre bom saber no que se está entrando.

Creio que no que realmente interessa, que era escalar, o encontro agradou a todos. A grande variedade e quantidade de vias do local acabou distribuindo bem os participantes e era difícil ver algum lugar muito concorrido. Eu só tive que esperar um pouco por duas vezes para entrar em uma via. O que incomodou mais mesmo foi o calor. Das 10 horas da manhã em diante não tinha a menor condição de se fazer uma via no sol. Era queimar a mulera e fritar as mãos no granito quente. E depois de almoçar, você queria era mais deitar um pouco, descansar e esperar o sol se acalmar.

Não houve, pelo menos não que eu saiba, nenhum caso de acidente mais grave. Não sendo necessário acionar a equipe de primeiro socorros presente no local. Mas o escalador que vos escreve agora acabou fazendo uso dela, quando tomou uma queda com a corda entre as pernas e sofreu uma queimadura por fricção. Uma pequena lembrança que vou guardar de Campina Grande!

Ao final do encontro houve uma reunião para se decidir onde seria a próxima sede do encontro. Dois estados lançaram candidatura: Pernambuco e Bahia. No final, acabou-se decidindo não somente a sede do próximo encontro, mas o estados sedes dos próximos 3 encontros. Ano que vem o EENE vai pela primeira vez a Bahia, na cidade de Itatim. No ano seguinte, Pernambuco sediará o evento. E em 2011, o encontro volta para o Ceará.

O saldo final foi bastante positivo. Senti o clima bem legal entre todos, apesar de não ter me enturmado muito com o pessoal, e saí de lá já desejando o próximo encontro em Itatim. Com certeza vai ser muito legal também, e pela localização, é uma ótima oportunidade pra juntar não só os escaladores nordestinos, mas a galera do sudeste também! Está feito o convite. Até Itatim, Bahia, em 2009!!

Neudson de Aquino, natural do Ceará é arquiteto e escalador. Ele é autor do Blog de escalada: Desce daí doido!

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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