Governo Paquistanês autoriza escalada invernal no K2

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O K2 é a segunda montanha mais alta do mundo e é conhecida como a montanha da morte. Por isso, escalar ela com boas condições climáticas sempre foi um desafio. Em agosto de 2019 (primavera paquistanesa), os montanhistas Maximo Kausch, Karina Oliani e Moeses Fiamoncinni chegaram ao seu cume depois de quase dois meses de expedição com muita neve, frio e avalanches. Ainda assim, o nome da temida montanha ganha destaque novamente na mídia especializada com a tentativa de escalada ela no inverno.

K2 visto da base.

No último dia 19 de dezembro o governo paquistanês emitiu a permissão de escalada para sete montanhistas. A princípio, na lista estão o líder Mingma Gyalje Sherpa, os nepaleses Tamting Sherpa, Pasang Namgel Sherpa e Kili Pempa Sherpa, o islandês John Snorri, o chinês Gao Li e o esloveno Tomaz Rotar. Se eles chegarem ao topo, eles serão considerados os primeiros a escalar o K2 durante a estação mais fria do ano.

Apoio de base é fundamental

Numa expedição desse calibre é necessária uma logística minuciosa para não aumentar os riscos à equipe. Para isso, o grupo conta com o apoio e experiência do nepalês Mingma Gyalje Sherpa, citado pela Revista Desnível como o Supersherpa.  Segundo a revista, ele subiu 22 vezes 13 oito mil, incluindo o K2 e só falta o Shisha Pangma para completar o 14 × 8000.

Fila de carregadores no Glaciar Baltoro.

Para base, a equipe terá a liderança do paquistanês Sarbaz Khan, um jovem montanhista que já tem em seu currículo o K2, Nanga Parbat, Broad Peak, Manaslu e Lhotse sem oxigênio. Entretanto, outros 50 carregadores também foram fundamentais para essa expedição. Eles já transportaram todo o material para o Acampamento Base do K2 que fica a sete dias de caminhada da vila mais próxima.

Montanha Soberana

O K2 é a única montanha com mais de oito mil metros de altitude que nunca foi escalada no inverno. A última tentativa desse feito ocorreu em janeiro de 2018 quando a equipe polonesa Ice Warriors liderada por Krzystof Wielicki desistiu depois de quase dois meses de expedição. Nessa tentativa também estava Denis Urubko que após um desentendimento com o restante do time tentou escalar a montanha sozinho, mas também não conseguiu. A equipe polonesa adiou a tentativa de escalada invernal no K2 para 2020/2021.

No inverno as temperaturas chegam a -62° C e ventos atingem até 200 km/h. As janelas de bom tempo são raras.

Mingma Gyalje Sherpa ascende ao K2 em 2014

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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