Mulher cai 30 metros ao fugir de trem durante caminhada

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Na tarde de sábado (08/02) uma mulher de 24 anos sofreu uma queda de aproximadamente 30 metros no Viaduto do Carvalho, na estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá no Paraná. Ela estava fazendo uma trilha junto com um grupo de 15 pessoas no local. Entretanto, ao ver o trem, a caminhante se jogou na lateral dos trilhos para não ser atropelada.

Local onde a mulher precisou se jogar para escapar do trem.

Integrantes do grupo relataram que iniciaram a caminhada por volta das sete horas da manhã pelo histórico Caminho do Itupava. Entretanto, o grupo decidiu desviar o caminho pelos trilhos de trem, atividade proibida por questões de segurança.

COSMO realiza primeiro atendimento

O COSMO (Corpo de Socorro em Montanha), que possuí plantões na base do Parque Estadual do Marumbi,  foi acionado por  amigos da mulher e iniciou o resgate por volta das 18 horas. Assim, imediatamente quatro socorristas voluntários se deslocaram até o local e dois deles desceram utilizando técnicas de descida por corda e rapel  para acessar a vítima. Ela foi imobilizada e içada novamente para o trilho de trem, onde foi colocada em um auto de linha e transportada para o hospital após três horas de resgate. Também participou da operação o Corpo de Bombeiros de Morretes.

Integrantes do Cosmo prestando o primeiro atendimento e resgatando a vítima.

Os socorristas relatam que a encontraram sobre alguns dormentes antigos e da estrutura de fundação da ferrovia. Durante a primeira avaliação, constaram cortes profundos no couro cabeludo e nos lábios, dentes quebrados e uma possível fratura no pulso. Entretanto, a vítima estava consciente.

Após o primeiro atendimento em Morretes, ela foi levada para Paranaguá por volta das 01h30. Seu pai e um tio acompanharam o resgate e o atendimento médico. Apesar de ter tido diversos ferimentos, a mulher passa bem e deverá ficar em observação no hospital por no mínimo 48 horas.

Caminho proibido e perigoso

Andar pelos trilhos de trem que cortam a Serra do Mar paranaense é proibido por questões de segurança. A ferrovia foi construída entre os anos de 1800 e 1884 e não foi projetada para o fluxo e pedestres. Do mesmo modo, existem mais de 13 túneis, 30 pontes e vários viadutos nos quais não há estrutura para se refugiar quando os trens passam. Sem contar que algumas pontes e viadutos podem chegar a mais de 50 metros de altura sem nenhuma proteção para caminhantes.

Vale também lembrar que as locomotivas modernas são mais silenciosas e os vagões são mais largos. Em alguns trechos de túneis os vagões passam rente a parede. Por isso, além de ser mais fácil ser surpreendido por um trem, em alguns trechos não há espaço para se refugiar.

::Leia mais sobre as novas locomotivas e o risco de atropelamento.

Vagões saindo de um dos túneis e passando rente a parede.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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