Desde ontem, a patrulha de resgate, composta por cinco policiais e três montanhistas, desempenham uma árdua jornada em busca do alpinista. Conforme informações da imprensa argentina, possivelmente Dillon tenha errado o caminha quando retornava da montanha.
Ele e o também argentino Martín Omar Panoso, de 35 anos, haviam registrado sua intenção de escalar o Pissis para as autoridades policiais da região. Ambos chegaram ao topo da montanha, que possui 6.795 metros de altitude. Porém, segundo a versão contada por seu companheiro, durante a descida, Dillon acabou se distanciando de seu parceiro de caminhada e não chegou ao acampamento de altitude, localizado cerca dos 6.300 metros de altitude.
Panoso vendo que seu parceiro de escalada não chegava, comunicou a polícia que no mesmo dia já iniciou os trabalhos de busca.
Segundo o relato do pessoal de resgate, a barraca de Dillon continua no acampamento alto, juntamente aos seus pertences. Porém mais nada foi encontrado do montanhista. A tentativa era de encontrar pegadas dele nos trechos que possuíssem neve, porém ontem uma fina neve precipitou na montanha, apagando quaisquer vestígios da sua passagem. Para piorar, a região do cume da montanha é árida e formada basicamente por rochas, que não deixam vestígio algum da passagem de uma pessoa.
O pessoal da patrulha de resgate aguarda para amanhã a presença de mais pessoas para auxiliar nas buscas, e segundo o chefe da polícia de Catamarca, Juan Alberto López Torales, já foi realizado o pedido para que um helicóptero sobrevoe a área, contudo, a presença de nuvens na região do cume impossibilita a presença da aeronave. Além disso, a capacidade de altitude do helicóptero é apenas 6.300 metros, o que impossibilita uma visão mais panorâmica da região do topo da montanha.
Chances de sobrevivência
Conforme Juan Alberto, o montanhista conta somente com uma mochila de ataque, com poucas provisões de comida e água e sem qualquer abrigo para o frio e a noite, além de suas roupas. Comenta ainda que as chances de sobrevivência de Dillon resumem-se a sua capacidade de, mesmo na dificuldade que deve estar passando, encontrar algum local que possa oferecer um pouco de água.
Pensando nisso, a polícia deve concentrar as buscas ao norte da montanha, onde existe uma região conhecida por Valle Ancho (Vale Largo), local onde aflora água líquida e oferece maiores possibilidades de sobrevivência para o alpinista.
Cerro Pissis
Devido à sua localização no Deserto do Atacama, a montanha é extremamente seca, sendo que nesta época do ano (verão), retém neve apenas na região do cume. Não é considerada muito difícil para escalar sob o ponto de vista técnico, embora seja necessária uma longa e extenuante caminhada.
Em 1994 as autoridades argentinas realizaram um estudo baseado em GPS que teria determinado a altitude do cume em 6882m, o que o tornaria mais alto que o Ojos del Salado, mas os dados da de outra expedição e técnicas mais precisas para GPS comprovaram que a medição estava incorreta.