Machu Picchu é um lugar místico, rodeado por profundos cânions e montanhas cobertas de vegetação, que ficou perdida na história por quatro séculos. E, quando a conhecemos, não há como escapar das inúmeras e inexplicáveis perguntas que assolam nossas mentes.
A cidadela de pedra dos incas é muito, mas muito mais do que a fama que ostenta. É daqueles lugares onde nada, nem mesmo fotos e filmes, pode traduzir um momento, uma sensação e, por isso mesmo, torna-se um dos locais preferidos para o turismo no Peru.
Mas estando lá, não tenha pressa. Admire cada ângulo das pedras perfeitamente talhadas e polidas. Observe atentamente sua redondeza e as inúmeras diferenças entre a Machu Picchu Inca e a Pré Inca.
E, para que isso seja possível, não há melhor época que o mês de julho, quando o céu peruano torna-se muito mais azul e o clima muito mais ameno e seco.
Não se sabe ao certo o real significado de Machu Picchu, mas acredita-se que o local tenha sido centro religioso e observatório astronômico. O fato é que foi abandonado. E redescoberto séculos mais tarde, em 1911, pelo explorador americano Hiram Bingham.
Para alcançar Machu Picchu hoje, os turistas têm quatro opções:
:: Machu Picchu via trem: É caminho mais fácil, onde não é necessário caminhar. Toma-se o trem em Cusco até Águas Calientes e de lá de van até as ruínas
:: Machu Pichu pela trilha Inca convencional: É o caminho clássico, hoje em dia cheio de restrições. As vagas nesta trilha são limitadas, então quem conseguiu vai, quem não conseguiu fica de fora. Já foi uma trilha muito frequentada, mas hoje conseguir uma vaga é como ganhar na loteria.
:: Machu Picchu por Salcantay. É uma trilha que passa pela base da montanha Salcantay. Se tornou uma alternativa quando a trilha clássica começou a ficar muito cheio de gente, mas depois acabou ficando mais lotada que a primeira. Hoje é uma trilha saturada e sem controle que vem sofrendo com o impacto da visitação em massa.
:: Machu Picchu por Choquequirao: Choquequirao é uma cidade em ruinas como Machu Pichu. É sem dúvida o melhor caminho, mas também o mais longo. Por conta da distância é uma trilha bem menos frequentada.
A primeira é caminhar durante quatro dias na trilha antigamente usada pelos próprios incas, a chamada Quem não tiver tempo nem preparo físico para a jornada, também tem a opção do trem.
Re-explorando Machu Picchu
A primeira coisa que qualquer turista faz é tirar a clássica foto no cenário mais manjado de Machu Picchu. Mas a paisagem demora a aparecer. É preciso subir alguns metros pela trilha à esquerda. Aí, sim, a paisagem se apresenta como num quadro.
A maior dica que podemos passar é: Seja acompanhado por um guia, pois dentro deste refúgio da história, muitas e muitas informações que nos possibilitam entender a engenhosidade do povo inca passam desapercebidas.
Machu Picchu foi dividida em duas zonas. Na agrícola estão terraços para cultivo e armazéns. Na urbana, templos, praças, mirantes e relógios entalhados nas pedras.
São, ao todo, 216 construções. Entre as mais conhecidas está o Templo do Sol, semicircular e com janelas trapezoidais por onde passavam os raios solares. A posição dessa estrutura indica que os incas conheciam o solstício de verão e de inverno. Já o Templo de las Tres Ventanas impressiona pelos enormes poliedros unidos com milimétrica precisão.
Outro dado de cair o queixo é que uma falha geológica de 400 quilômetros atravessa Machu Picchu – e os incas sabiam disso. Eles usaram técnicas anti-sísmicas nas construções e, depois de séculos (e terremotos), parte da cidadela está intacta.
O grande segredo do Império Inca tornou-se Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade e uma das sete maravilhas modernas do mundo. Machu Picchu recebe 700 mil turistas todos os anos.
Dicas para quem quer viajar
* Tome vacina contra a febre amarela pelo menos dez dias antes do embarque, para que o efeito seja garantido e a travessia na fronteira ocorra sem problemas.
* Troque seus reais por dólares no Brasil na cotação para turismo. Nas fronteiras, não faltam cambistas, que obviamente sobrevivem da margem que ganham na troca.
* Reserve o dia para passear e a noite para viajar. Combine o preço dos táxis antes de partir. Nem todos os veículos possuem taxímetro na Bolívia e no Peru.
* Não deixe sua bagagem solta em nenhum local. Se for vítima de furto, comunique a polícia o mais rápido possível. Guarde passaporte e dinheiro em bolsa reservada, presa ao corpo. Na carteira, deixe apenas alguns trocados para o lanche e a passagem.