As contradições de 7 Lagoas

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Ao mesmo tempo em que o montanhista é posto como o vilão da preservação da natureza, interpretação esta totalmente distorcida daquilo que a própria história da atividade e as premissas de nossa cultura diz, ocorre em nosso país fatos negativos em nossa história ambiental e os verdadeiros culpados nunca chegam a serem punidos. Em Lagoa Santa o escalador já está sendo punido por um impacto que ainda precisa ser confirmado se existe. Veja as contradições ambientais que existem na região.


Introdução: Pedro Hauck
Texto: Anne Louise Fernandes

Mais conhecido agora como Área de Monumento Natural Estadual, a Gruta Rei do Mato localizada na cidade de Sete Lagoas – MG, abriga uma das&nbsp, áreas de escalada mais incríveis do Brasil. Esse afloramento de calcário já foi matéria de revistas estrangeiras de escalada em rocha e atrai escaladores de toda parte do Brasil, e exterior como franceses, alemães,americanos espanhóis, etc. No entanto, esta área está para ser fechada para a prática de escalada.

Uma ação do IEF em parceria com a Prefeitura de Sete Lagoas está em andamento para dispersar as cobranças da população por uma estação de tratamento de água e esgoto. Sete Lagoas é um dos municípios que mais polui o Rio das velhas com dejetos industriais segundo dados do Projeto Manuelzão.

Proibir as escaladas demonstra que o turismo de aventura, que contribui pela preservação dessas áreas, fica em segundo plano (algumas áreas encontram-se extremamente degradadas pelas minerações e siderúrgicas). As empresas poluidoras ganham tempo para exaurirem os recursos naturais com a conivência da administração pública que usa isso como argumento para falar que está fazendo algo pelo meio ambiente. É uma ação muito mais barata do que construir uma estação de tratamento de esgoto, o que não existe em Sete Lagoas, cidade de grande arrecadação tributária, mas que despeja todos os seus detritos no Rio.

Montanhistas que frequentam a área além de cuidarem com a coleta de lixo deixado por turistas convencionais, caçadores e lenhadores, denunciaram a captura de filhotes de papagaio e depredação por parte de pessoas leigas, que ao contrário da comunidade escaladora, desconhecem as regras de mínimo impacto em ambientes naturais.
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Segundo oficio encaminhado a Fememg e assinado pela Diretoria de áreas protegidas: Nádia Aparecida da Silva Araújo (Diretora de áreas protegidas IEF/MG):

“Ate que seja elaborado um plano de manejo todas atividades e obras desenvolvidas nas unidades de conservação de proteção integral devem se limitar aquelas destinadas a garantir a integridade que os recursos que a unidade objetiva proteger assegurando-se às populações tradicionais porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais.”

Mas de acordo com o presidente da Fememg, Leandro Antonio dos Reis tudo esta sujeito a interpretação. A função dos escaladores é manter um dialogo educado, uma vez que estes consideram-se também população tradicional no local.

Anne Louise Fernandes é jornalista e escaladora.

Fonte do Texto: Blog do Gustavo Piancastelli.

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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